Uma Igreja para você e sua família.

Venha fazer-nos uma visita.

Voocê é muito bem-vindo!

Culto, todos os domingos, às 19horas.

Mensagens de esperança e encorajamento.

Uma palavra de esperança para os momentos mais difíceis da vida.

Nenhum relacionamento sobrevive sem investimento.

Dia 15/06, sábado, às 19h, no cerimonial Castelinho - Bairro República. Investimento: R$ 90,00 (casal) - Informações: 9619-7838.

domingo, 31 de março de 2013

A ressurreição do Filho de Deus

slide-02por Rev. Jocarli A. G. Junior

A ressurreição de Jesus Cristo prova que Ele é realmente o Filho de Deus, tal como Ele havia ensinado (Rm 1.4; Jo 14.8; Jo 17.1). Também prova que Seu sacrifício pelo pecado foi aceito e que a obra da salvação foi completada (Rm 4.24-25). Aqueles que confiam nele podem “andar em novidade de vida”, porque Ele está vivo (Rm 6.4; Gl 2.20.). A ressurreição do nosso Senhor também declara que Ele é o juiz que virá um dia para julgar o mundo (At 17.30-31).
Não é surpresa, então, que Satanás tenha atacado a verdade da ressurreição. Algumas mentiras foram levantadas a fim de comprometer a ressurreição de Cristo, vejamos:
A primeira mentira foi a de que os discípulos roubaram o corpo de Cristo- Porém, é difícil imaginar como eles poderiam ter feito isso (Mt 28.11-15). Para começar, o túmulo estava cuidadosamente protegido (Mt 27.61-66), e teria sido quase impossível para os Apóstolos assustados dominar os soldados romanos, abrir o túmulo, e proteger o corpo. Mas o maior obstáculo é o fato de que os próprios Apóstolos não acreditaram que Jesus havia ressuscitado! Por que, então, eles roubariam Seu corpo e tentariam perpetrar uma fraude?
A segunda mentira é que Jesus realmente não morreu na cruz, mas apenas desmaiou, e quando colocado no túmulo frio, Ele reviveu. Porém, a Bíblia diz que Pilatos cuidadosamente verificou com o centurião se Jesus estava morto (Mc 15.44), e os soldados romanos que quebraram as pernas dos dois ladrões sabiam que Jesus havia morrido (Jo 19.31-34). Além disso, como poderia um “túmulo frio” transformar o corpo de Cristo, de tal forma, que Ele poderia aparecer e desaparecer e passar por portas fechadas (Jo 20.18)?
Sem a ressurreição de Jesus não haveria nem cristianismo nem Igreja, pois ela é o coração da nossa fé (1Co 15.1-8). Os apóstolos foram enviados como testemunhas de Sua ressurreição (At 1.22), e a ênfase no livro de Atos é sobre a ressurreição de Jesus Cristo.
Isso explica por que Lucas em seu livro traz o relatório de algumas das aparições de Jesus depois de ter ressuscitado dos mortos. Ele apareceu pela primeira vez a Maria Madalena (Jo 20.11-18), em seguida, para “outras mulheres” (Mt 28.9-10), e depois para aos dois homens no caminho de Emaús (Lu 24.13-22). Em algum momento, Ele também apareceu a Pedro (Lc 24.34) e para o seu irmão Tiago (1Co 15.7).
Naquela noite, apareceu aos apóstolos (Lc 24.36-43), mas Tomé não estava com eles (Jo 20.19-25). Uma semana mais tarde, Ele apareceu aos Apóstolos novamente, especialmente por causa de Tomé (Jo 20.26-31). Ele apareceu a sete dos Apóstolos quando estavam pescando no Mar da Galiléia (Jo 21). Ele apareceu diversas vezes aos apóstolos antes de Sua ascensão, ensinando-os e preparando-os para o ministério (At 1.1-12).
Uma coisa é ver o sepulcro vazio e a mortalha vazia, mas algo mais surpreendente era encontrar o Cristo ressuscitado. Nós, hoje, não podemos ver as provas no túmulo, mas temos o depoimento das testemunhas na Palavra inspirada de Deus. Assim, podemos viver a nossa fé em Jesus Cristo e saber pessoalmente que Ele está vivo em nós. Como declarou o apóstolo Paulo: “logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.20).
Você já experimentou a alegria da ressurreição de Cristo em sua vida?

21 minutos de poder na vida de um líder

21minutosNo espírito de seu best-seller "As 21 irrefutáveis ​​leis da liderança" e "As 21 indispensáveis ​​qualidades de um líder", John Maxwell oferece reflexões sobre qualidades de liderança comprovadas e questões cruciais que afetam o sucesso da liderança. Estes princípios básicos do sucesso podem ser aplicados aos negócios e a vida eclesiástica. Vinte e uma declarações poderosas ajudarão os líderes a maximizar suas qualidades e superar suas fraquezas. Vale a pena ler!

“As Escrituras registram que, quando Samuel ouviu a voz de Deus pela primeira vez, ele estava “no templo do SENHOR, em que estava a arca” (1Sm 3.3). aquele era um ótimo lugar par se estar, pois, naqueles dias, era o local mais próximo possível da presença de Deus, com exeção do Santo dos Santos, lugar aonde o sumo sacerdote ia somente uma vez por ano.

Todo líder precisa estar perto de Deus. isto não quer dizer que você precisa estar em um lugar formal de adoração. Significa simplesmente que você precisa ter uma atitude de adoração, esteja onde estiver. É uma postura de coração” (p. 91). 21-minutos-de-poder-na-vida-de-um-lider-livrarias-ampliar

Autor: John C. Maxwell

Editora: Thomas Nelson Brasil

terça-feira, 26 de março de 2013

Deus não tolera a imoralidade sexual

Child_Molestation_copyMuitos em nossa cultura estão constantemente tentando nos tornar mais tolerantes e, portanto, menos inclinados a reagir veementemente contra a imoralidade sexual. (Extraído e adaptado do livro: “Fascinado pela glória de Deus, o legado de Jonathan Edwards”. [Mark R. Talbot], Editora Cultura Cristã, p. 213).

Uma de suas estratégias principais envolve redefinir suas diversas formas de imoralidade sexual e de perversidade moral, em maneiras que tornem esses atos e práticas menos propensos a despertar aversão emocional. Por exemplo, alguns segmentos da comunidade homossexual estão trabalhando intensamente para eliminar o estigma da molestação sexual de meninos pré e pós-púberes por adultos homossexuais. Em 1998, um artigo apareceu no prestigioso Psychological Bulletin, da American Psycological Association, alegando que as provas científicas não apoiam a crença comum de que tais encontros sexuais invariavelmente fazem mal aos meninos envolvidos. Por conseguinte, concluiu, é inapropriado rotular todos esses encontros como “abuso sexual”. Encontros voluntários “com reação positiva” devem ser apenas identificados como “o sexo entre adultos e crianças”.

Será que permitimos que a cultura que nos rodeia “nos esprema no seu próprio molde” em vez de permitir que Deus nos transforme “pela renovação da [nossa] mente”? (Rm 12.2)? Em Jeremias, Deus condena aqueles que não sabem como corar de vergonha (veja 8.2). Paulo declara que “o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha” (Ef 5.12). Emoções negativas fortes são importantes indicadores de quem somos e a quem pertencemos. Dizer-se cristão e ainda não sentir aversão emocional quando padrões morais cristãos são violados, é, no melhor, exibir uma espécie de esquizofrenia mental entre a nossa mente e o nosso coração.

É parte de nossa tarefa, como povo santo de Deus, manifestar sua santidade por meio de nossas emoções. A perversão moral avança em nossa cultura quando não somos movidos a condenar as formas menos chocantes de imoralidade sexual. Talvez, o melhor para a situação moral do nosso tempo seria se muitos de nós pudéssemos dizer: “Nunca me assentei na roda dos que se alegram, nem me regozijei; oprimido por tua mão, eu me assentei solitário, pois já estou de posse das tuas ameaças” (Jr 15.17).

Alex D. Montoya estava certo quando escreveu: “O que toleramos hoje, nossos filhos praticarão amanhã”.[1] A igreja não pode tolerar a imoralidade sexual de qualquer forma. Para a igreja de Corinto, que tolerava um homem acusado de incesto, Paulo escreveu: “Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda? Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento...” (1Co 5.6-7). Se Deus é absolutamente intolerante com a imoralidade sexual, a igreja também deve ser! Aliás, se a igreja não for pura, o que vai proclamar ao mundo?


[1] Alex D. Montoya, Homosexuality and the Church, p. 169

Você está realmente colocando sua família em primeiro lugar?

Mixed familyQuando um líder coloca a família em primeiro lugar, as gerações futuras serão abençoadas.

“Porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR” (Josué 24.15).

(Extraído e adaptado do livro: “21 minutos de poder na vida de um líder”. John C. Maxwell).

Sendo um líder, onde sua influência deveria começar? Uma boa resposta pode ser encontrada na vida de Josué. Para ele – assim como para outros líderes que desejavam causar um impacto para toda a vida – ela começa em casa. Antes de qualquer outra coisa, Josué assumiu a responsabilidade pela vida espiritual de sua família. Veja os valores de Josué no que se refere à liderança:

1. A liderança de Josué sobre sua família era maior que sua liderança sobre o país.

Pode parecer irônico, mas quando um líder coloca sua família em primeiro lugar, a comunidade se beneficia. Quando um líder coloca a comunidade em primeiro lugar, tanto a família quanto a comunidade sofrem. Começar em casa é o segredo para atingir os outros de maneira positiva. Josué ganhou credibilidade para liderar toda a casa de Israel porque tinha suas prioridades no lugar correto e coduzia sua casa de maneira adequada.

2. Independente do que os outros tenham feito, Josué não seguiu a multidão.

Quando Josué se levantou diante do povo de Israel e declarou que, independentemente daquilo que o resto do povo tivesse feito, ele seguiria a Deus, ele não estava blefando ou fazendo propaganda de si mesmo. Creio que ele pensava exatamente daquela maneira. Josué não seguiu a multidão no começo de sua carreira, quando os espias se rebelaram contra Deus, e também não foi com o povo no final de sua tarefa. Ele liderou sua família com integridade e encorajou-a a fazer o que era certo.

Se você tem uma família, quero encorajá-lo a colocá-la em primeiro lugar em sua liderança. Não há melhor legado que a influência positiva de um líder sobre sua família.

Um maravilhoso exemplo deste tipo de influência pode ser achado nos primieros anos da história americana. Jonathan Edwards, o notável pregador do início do século XVIII, e sua esposa, Sara, deixaram um enorme legado baseadao em sua influência.

Em 1900, A. E. Winship fez um estudo contrastando duas famílias: a família de Jonathan Edwards e a família de Max Jukes.

Dos 1400 descendentes de Jonathan Edwards apurou-se o seguinte:

13 reitores de universidades,

65 professores universitários,

03 senadores dos Estados Unidos,

30 juízes,

60 médicos,

100 advogados,

75 oficiais do exército e da marinha,

100 pregadores e missionários,

60 escritores preeminentes,

80 desempenharam cargos públicos, incluindo:

• Três senadores dos EUA

• Prefeitos de três cidades grandes

• Governadores de três estados

• Um vice-presidente dos EUA

• Um ministro da fazenda dos EUA

Max Jukes, conhecido ateu norte-americano, nasceu em Nova York por volta de 1720. Ele se casou com uma moça igualmente ímpia, e de seus 1200 descendentes, constatou-se o seguinte:

130 foram criminosos confessos,

60 ladrões, sete cometeram assassinatos,

440 adoeceram em consequência de vida desregrada,

310 morreram na miséria, e

100 foram alcoólatras.

A metade das mulheres foram prostitutas,

A descendência de Max Jukes tem custado à nação norte-americana dezenas de milhões de dólares, enquanto a de Jonathan Edwards só tem trazido honra e riqueza à pátria.

Se você quer impactar sua comunidade, seu país, ou seu mundo, o lugar para começar é seu lar.

terça-feira, 19 de março de 2013

Pedro foi o primeiro papa?

Sem título-1por Rev. Jocarli A. G. Junior

Ontem, 19/03, durante o Jornal Nacional, a jornalista Isis Scamparini, ao comentar sobre a primeira missa do argentino Jorge Bergoglio em Roma, declarou que Pedro foi o primeiro papa. Será mesmo? O que há de errado com essa declaração? O que a Bíblia diz sobre isso?

Para o Catolicismo Romano o apóstolo Pedro foi o primeiro Bispo de Roma, e o Papa não é apenas o seu sucessor linear no cargo, mas também o herdeiro em sua plenitude.

Será que Pedro foi realmente o primeiro de uma longa sucessão de papas colocado à frente da igreja universal (verdadeira) pelo próprio Jesus? O que o Senhor Jesus quis dizer ao declarar: “... tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja...” (Mateus 16.18)?

Precisamos entender que Jesus não deu autoridade especial ao apóstolo Pedro como o único fundamento sobre o qual Ele estabeleceria a igreja. Primeiro, é verdade que Jesus mudou o nome de Simão para Pedro (pedra pequena, João 1.42). Porém, Jesus fez um jogo de palavras com o termo petra, que significa um leito rochoso ou fundação (Mt 7.24-25). Mas quando Jesus se refere à fundação da igreja Ele usa a palavra petra que pode se referir metaforicamente à confissão de Pedro ou o próprio Jesus. Além do mais, o próprio Pedro usa o mesmo termo, petra, para se referir a Cristo como a “Pedra de tropeço e rocha de ofensa” (1Pedro 2.8), que ele considerava como a pedra angular da Igreja (1Pedro 2.4-8). Não obstante, todo aquele que crê em Jesus Cristo e confessa-O como Salvador é uma “pedra viva” (1Pedro 2.5).

Somente Jesus Cristo é a pedra fundamental sobre a qual a igreja foi construída. Os profetas do Antigo Testamento proclamaram sobre isso (Salmo 118.22; Isaías 28.16). Jesus mesmo declarou essa verdade (Mateus 21.42), e assim o fez Pedro e os outros apóstolos (Atos 4.10-12). Paulo também declarou que o fundamento da igreja é Jesus Cristo (1Coríntios 3.11). Assim, este fundamento foi estabelecido pelos apóstolos e profetas quando pregaram Cristo aos perdidos (1Coríntios 2.1-2; 3.11; Efésios 2.20).

E o que Jesus quis dizer ao afirmar: “Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus” (Mt 16.19)? – Embora a autoridade de “ligar e desligar” tenha sido dirigida a Pedro, no singular, foi dada a todos os discípulos: “Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus” (Mateus 18.18; cf. João 20.23).

E o que significa a expressão “chaves do reino”? Usamos chaves para abrir e fechar portas. Pedro recebeu o privilégio de abrir “a porta da fé” aos judeus no dia de Pentecostes (Atos 2), aos samaritanos (Atos 8.14), e aos gentios (Atos 10). Mas os outros Apóstolos compartilharam esta autoridade (Mateus 18.18) e Paulo teve o privilégio de “abrir a porta da fé” aos gentios fora da Palestina (Atos 14.27). Todavia, tudo o que for “ligado” ou “desligado” na terra já está “ligado” ou “desligado” no céu. Ou seja, quando a igreja declara que uma pessoa não arrependida está presa ao pecado, está simplesmente reconhecendo o que Deus diz sobre essa pessoa em Sua Palavra.

Embora tenha sido um grande líder na igreja do primeiro século, Pedro nunca foi apontado como o “primeiro papa” de uma longa estirpe de papas em Roma. Como Deus poderia construir Sua igreja sobre um homem falível como Pedro que depois de confessar a Cristo foi admoestado: “Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens” (Mt 16.23)?

Portanto, a jornalista Isis Scamparini está equivocada. O ensino da Escritura é que a igreja foi edificada sobre a rocha que é Jesus Cristo, não sobre Pedro. Em todo o Novo Testamento não encontramos nenhuma referência ao apóstolo Pedro como um líder especial da igreja primitiva. Aliás, no “Concílio de Jerusalém”, em Atos 15, isso não aconteceu, e o próprio Pedro jamais exigiu essa posição em suas duas epístolas. Na verdade, Pedro alegou ser nada mais do que um apóstolo (1Pedro 1.1), um presbítero (1Pedro 5.1) e um servo de Jesus Cristo (2Pedro 1.1).

uma perspectiva bíblica do papado

O-Cabeça-da-Igreja-Spurgeon-capa (1)Por John MacArthur

Um dos principais catalisadores do início da Reforma Protestante foi um livro de Jan Hus, um cristão da Boêmia que precedeu Martinho Lutero cerca de um século. O livro foi De Ecclesia (A Igreja), e um dos pontos mais profundos de Hus foi proclamado no título de seu quarto capítulo: “Cristo, o único cabeça da Igreja”.

Hus escreveu: “Nem o papa, nem os cardeais são cabeça de todo o corpo santo, universal e católico da [isto é, verdadeira] igreja. Para nós Cristo é o cabeça da igreja. A candura de Hus lhe custou a vida. Ele foi declarado herege e queimado na fogueira em 1415.

Como chefe da Igreja Católica Romana, o papa é muitas vezes chamado de “Santo Padre” e “Vigário de Cristo”, nomes e funções que se aplicam somente a Deus. Ele afirma ter a capacidade de falar ex cathedra, exercendo infalibilidade divina para adicionar e aumentar a Escritura (Ap 22.18). Ele exerce a autoridade, não-bíblica e profana sobre seus seguidores, usurpando a liderança de Cristo e pervertendo a obra do Espírito Santo.

Os reformadores entenderam a declaração “ex cathedra” como uma ousadia descarada. Martinho Lutero escreveu a um amigo: “Nós temos aqui a convicção de que o papado é a sede do verdadeiro e real Anticristo… Pessoalmente, declaro que devo ao Papa a mesma obediência a que devo ao Anticristo.”

Em sua Institutas da Religião Cristã , João Calvino disse:

A alguns parecemos demasiadamente maledicentes e insultuosos quando chamamos Anticristo ao pontífice romano. Aqueles, porém, que sentem isto não se dão conta de que estão a censurar a Paulo de descomedimento de linguagem, porque falamos de acordo com o que ele falou. E para que alguém não objete, dizendo que torcemos indevidamente as palavras de Paulo em relação ao pontífice romano, as quais dizem respeito a outrem, mostrarei em termos breves que não podem ser entendidas de outra forma senão a respeito do papado. (Livro IV, capítulo VII).

As palavras de Paulo que Calvino se refere estão registradas em 2Tessalonicenses, onde o apóstolo descreveu a vinda do Anticristo “o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus” (2Ts 2.4).

Esse mesmo entendimento foi posteriormente refletido na Confissão de Fé de Westminster, que diz: “Não há outro Cabeça da Igreja senão o Senhor Jesus Cristo. Nem o Papa de Roma, em qualquer sentido, é o cabeça dela, mas ele é aquele anticristo, aquele homem do pecado e filho da perdição que se exalta na Igreja contra Cristo e contra tudo que se chama Deus “(25,6).

Isso não quer dizer que o papa seja o último Anticristo (1Jo 2.18). Como o  puritano americano Cotton Mather escreveu em A Queda de Babilônia : “Os oráculos de Deus predizem o surgimento de um Anticristo [ou seja, uma ou mais anticristos que personificam o espírito do Anticristo] na igreja cristã. E no Papa de Roma, todas as características de que o Anticristo são tão maravilhosamente respondidos que, se qualquer um que ler as Escrituras não vê-lo, há uma cegueira maravilhosa sobre eles. “

Em um sermão intitulado “Cristo Glorificado”, Spurgeon disse:

Cristo não redimiu Sua igreja com o Seu sangue para que o papa pudesse entrar e roubar a glória. O Papa nunca veio do céu para a terra e derramou seu coração para que Ele possa comprar o seu povo, de modo que um pobre pecador, um homem simples possa ser definido em alta admiração por todas as nações e de se chamar o representante de Deus na terra! Cristo sempre foi o cabeça de Sua igreja.

Em 1Timóteo 2.5, Paulo disse: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” O papa assumiu para si uma posição de autoridade que pertence somente a Cristo.

John MacArthur Jr.

http://www.gty.org/blog/B130226

DONS ESPIRITUAIS - Cessacionismo e Continuismo

holy-spirit-fire 2Por: Rev. Augustus Nicodemus Lopes

Fiquei imaginando o que eu diria se fosse entrevistado sobre a cessação e a continuação dos dons espirituais mencionados na Bíblia, e daí nasceu esta sessão fictícia de perguntas e respostas. As perguntas estão em negrito e itálico.

Pastor Augustus, os dons espirituais cessaram?

Primeiro é necessário definir a que dons nos referimos. Acredito que o Espírito continua até hoje a conceder à Igreja a maioria dos dons mencionados na Bíblia. Mas, tenho a impressão que outros dons foram concedidos somente por um tempo a determinadas pessoas, para atender aos propósitos de Deus para aquela época. Estes não estariam mais disponíveis hoje. Por isto, é necessário, antes de qualquer coisa, esclarecer a que dons estamos nos referindo quando dizemos que os dons cessaram ou que continuam.

Outra coisa a ser levada em consideração é que, de acordo com a história bíblica, Deus não agiu sempre da mesma maneira em todas as épocas. Há muitas ações miraculosas e sobrenaturais que ocorreram somente uma vez ou durante um tempo específico e não foram repetidas. Portanto, por princípio, devemos admitir que Deus é soberano para agir de diferentes maneiras através da história, e que dentro desta ação, ele concede diferentes dons a diferentes pessoas em diferentes épocas. Assim, não podemos nem restringir a ocorrência de determinados dons somente a um período da história e nem requerer que todos os dons terão necessariamente de ocorrer em todos estes períodos.

Então, você não se definiria como um cessacionista?

Se por cessacionista você quer dizer uma pessoa que não acredita que o Espírito Santo conceda dons espirituais à sua Igreja nos dias de hoje, é claro que não sou cessacionista. Se, por outro lado, um continuísta seria alguém que acredita que todos os dons espirituais mencionados na Bíblia estão disponíveis hoje à Igreja, bastando ter fé para recebê-los, é claro que também não sou um continuísta. Creio num caminho intermediário para o qual ainda não achei um nome. Não posso ser chamado de cessacionista e nem de continuísta, pois creio que alguns dons continuam como eram no Novo Testamento, outros cessaram e outros continuam apenas em parte.

Bem, a discussão moderna gira mais em torno dos dons chamados sobrenaturais, como curas, línguas, profecias... se Deus é o mesmo hoje, ontem e eternamente, estes dons não estariam disponíveis hoje, como estavam na época dos apóstolos?

Poderíamos perfeitamente aplicar a estes dons e outros o princípio acima, de que Deus age de maneiras diferentes em épocas diferentes. Não podemos confundir a imutabilidade de Deus - que significa que ele não muda em seu ser e seus atributos - com a “mesmice” de Deus, que significa que ele sempre age da mesma forma. Teoricamente, ele poderia ter concedido os dons relacionados com curas, línguas e profecias a algumas pessoas durante o período apostólico e uma vez cessado aquele período, suspendido a atuação dos mesmos. Não vejo em que admitir isto afeta a imutabilidade de Deus ou diminui o seu poder e sua glória. Querer que Deus sempre atue da mesma maneira, isto sim, engessa Deus num padrão rígido e não admite que Ele tenha maneiras diferentes de agir em épocas diferentes para atingir seus propósitos.

Mas o que havia de tão especial no período apostólico para Deus conceder estes dons sobrenaturais?

Foi o período de transição entre a antiga e a nova alianças. Teve a ver com a vinda de Jesus Cristo ao mundo e o cumprimento de todas as promessas que Deus havia feito a seu povo pelos profetas de Israel. Foi a inauguração dos últimos dias, do fim dos séculos, da última hora e do fim dos tempos. Foi a época em que o Espirito prometido foi derramado. Deus levantou os Doze e Paulo para através deles explicar e registrar estes fatos no Novo Testamento. Era necessário, portanto, que o período mais importante da história da redenção fosse marcado por sinais, prodígios e maravilhas feitos por pessoas extraordinárias como os apóstolos e seus associados. Era preciso deixar claro que era Deus quem estava por detrás daqueles acontecimentos e da mudança da aliança. Uma parte dos dons mencionados no Novo Testamento está relacionada diretamente com este período e com os apóstolos, como o dom de curar e fazer milagres e a profecia como veículo de novas revelações. O dom de línguas, aparentemente, estava também associado àquela época, como sinal externo da chegada do Espírito Santo aos diferentes grupos que compunham a Igreja em seu início (judeus, samaritanos, gentios e discípulos de João Batista). Mas, parece que ele servia a outros propósitos além deste mencionado.

A questão é que estes dons aparecem em algumas das listas de dons espirituais do Novo Testamento como ferramentas do Espírito dadas a todos os crentes para edificar a igreja de Cristo. E agora?

Não vejo dificuldades. Estas listas aparecem em Efésios 4, Romanos 12, 1Coríntios 12 (2 listas) e 1Pedro 4. O que precisamos é definir com mais precisão o que significam cada um destes dons. O que significa, por exemplo, o dom de profetizar, que aparece nestas listas? Os crentes que tinham o dom de profetizar nas igrejas cristãs eram profetas iguais a Isaías e Jeremias, que foram capazes de predizer o futuro de Israel e das nações com incrível precisão? Ou será que os profetas cristãos se limitavam a edificar, exortar, consolar e instruir as igrejas, como Paulo diz em 1Coríntios 11:3 e 31? E o que significa o dom de curar e de realizar milagres? Por que só encontramos este dom associado ao ministério dos apóstolos? E por falar nisto, o que significa “apóstolo” na lista de Efésios 4? O termo pode significar tão somente enviados, missionários, sem qualquer relação com os Doze e Paulo. Infelizmente as pessoas não levam em conta que existem determinados aspectos da função do profeta, do ofício do apóstolo e mesmo do dom de línguas, os quais parecem estar relacionados somente àquela época. Se levarmos em conta estas coisas, podemos até dizer que todos os dons continuam hoje, mas que alguns aspectos ou atributos deles cessaram após o período dos apóstolos.

E qual seria então o critério para dizermos quais os dons que permanecem para os dias de hoje e quais os que cessaram?

Acredito que a regra de ouro é esta: todos os dons que foram veículos de novas revelações ou que estavam ligados diretamente aos instrumentos das revelações, que foram os apóstolos, cessaram com a morte deles. Ilustrando, o dom de profecia continua hoje, conforme entendo, mas somente enquanto exortação, consolo, confrontação pela Palavra. Já o aspecto revelatório da profecia que vemos, por exemplo, em João ao escrever Apocalipse, ou em Paulo e Pedro ao prever como será o futuro, a vinda de Cristo, a ressurreição dos mortos, etc., isso certamente não faz parte da profecia hoje. Já cessou.

Da mesma forma o dom do apostolado. Se entendermos apóstolo como missionário, enviado das igrejas para pregar o Evangelho aos povos (é este o sentido básico do termo em grego), não vejo problemas em dizer que ainda hoje temos apóstolos entre nós, que são os missionários que vão desbravar campos ainda não atingidos pelo Evangelho. Mas, certamente não existem mais apóstolos no sentido dos Doze e Paulo, que viram o Senhor Jesus ressurreto, foram chamados diretamente por Ele pessoalmente ou numa aparição após a ressurreição, e que receberam não somente poderes extraordinários de curar e realizar milagres, como foram também veículos da revelação divina, tendo profetizado acerca do futuro de Deus para seu povo e o mundo. E mais, seus escritos às igrejas foram inspirados pelo Espírito Santo, de forma que são infalíveis e inerrantes, sendo a própria Palavra de Deus. Obviamente, nenhum dos que se intitulam de apóstolo hoje tem estas credenciais. Portanto, não podem ser considerados apóstolos como Pedro, Tiago, João e Paulo. Este é um dos dons que permanece hoje somente em parte.

Por este critério o dom de línguas teria cessado também?

Não necessariamente, pois, até onde eu entendo, ele não era revelacional, isto é, não era veículo de novas revelações, como a profecia. Acredito que o relato de Atos e de 1Coríntios 14 nos dão informações suficientes de que o conteúdo das línguas era o louvor a Deus (Atos 2:11; 10:46). O dom consistia na capacidade de louvar e exaltar as grandezas de Deus num idioma que a pessoa desconhecia, e que tinha de se traduzido para a edificação da igreja. Portanto, teoricamente, este dom não precisaria ter cessado pois não era revelacional. Todavia, temos indícios significativos da história da igreja de que ele cessou após o período apostólico. Na eventualidade de uma ocorrência genuína deste dom hoje, esperaríamos que fosse de acordo com as regras bíblicas de 1Coríntios 14: dois ou três falando, em sequência, e com interpretação. Como normalmente não é este o caso nas igrejas que dizem ter este dom, continuo tendo dúvidas de que o que está acontecendo nelas é a manifestação do genuíno dom de línguas. Mas, em tese, estou aberto para a ocorrência do dom genuíno.

Mas, então, isto quer dizer que os crentes que falam em línguas são mentirosos ou estão sendo influenciados pelo diabo?

Claro que não. Seria uma temeridade afirmar este tipo de coisa. Prefiro pensar que em boa parte das ocorrências são irmãos em Cristo sinceros que pensam estar de fato falando em línguas por terem sido ensinados desta forma dentro de determinados ambientes. Eles foram ensinados que falar em línguas é balbuciar palavras sem sentido num êxtase emocional. Há alguns que inclusive foram ensinados por seus pastores a como fazer isto, tipo “relaxe a língua, forme uma palavra desconhecida em sua mente e repita até que saia espontaneamente da sua boca...”

Não consigo perceber qual é o mal em se falar em línguas hoje nas igrejas. Qual o problema?

Se as línguas faladas não forem de Deus, a imitação delas deve trazer algum prejuízo ou perigo de natureza espiritual. Não posso afirmar ao certo, mas imagino que pode produzir arrogância, falsa espiritualidade, e abrir a porta para a atuação de demônios ou da natureza pecaminosa do homem. Na verdade, estes perigos estão presentes em qualquer manifestação que seja meramente humana, e não somente línguas.

Alguns diriam que você nunca falou em línguas porque nunca foi realmente batizado com o Espírito Santo...

Hehe, eu sei, já me disseram isto na cara, num congresso de irmãos pentecostais onde estive como visitante. Bom, a minha resposta é que acordo com Paulo todos os crentes verdadeiros já foram batizados com o Espírito Santo (1Cor 12:13) mas nem todos falam em línguas (1Cor 12:30). Se não for assim, terei de dizer que os reformadores e os grandes missionários da história da igreja nunca foram batizados com o Espírito Santo, pois nunca falaram em línguas. Todavia, se formos fazer uma comparação, eles fizeram mais pelo Reino de Deus do que estes que hoje insistem em dizer que as línguas são o sinal inequívoco do batismo com o Espírito Santo...

Mudando de assunto... Deus cura hoje?

Sem dúvida alguma. Eu mesmo já fui curado por Deus. Todavia é preciso fazer a diferença entre o dom de curar e as curas que Deus faz em resposta à oração. Aqueles que tinham o dom de curar - e parece que estava restrito aos apóstolos e seus associados - nunca falhavam. Cada vez que determinavam a cura, ela acontecia. Não há caso registrado de alguém com dom de curar, como Paulo e Pedro, terem comandado a cura que ela não tenha acontecido. E estamos falando da cura de cegos, coxos, aleijados, surdos e mudos, muitos dos quais nem tinham fé. E mesmo da ressurreição de mortos. Obviamente não apareceu depois dos apóstolos ninguém na história da Igreja, até os dias de hoje, com este mesmo poder. E estou falando de homens como Agostinho, Lutero, Calvino, Wesley, Whitefield, Hudson Taylor, Spurgeon, Moody e outros homens de Deus, que não podem ser acusados de não terem fé ou de serem carnais.

Isso não quer dizer que Deus deixou de curar depois dos apóstolos. Ele cura sim, ao responder as orações por cura quando quiser. E nem sempre ele responde positivamente. Se fosse feita uma pesquisa, aposto que ela revelaria que existe proporcionalmente o mesmo número de doentes entre aqueles que dizem acreditar que o dom de curar existe hoje e aqueles que acham que já cessou. Isto é, vamos encontrar nos leitos dos hospitais proporcionalmente o mesmo número de membros doentes de igrejas que dizem ter o dom de curar e daquelas que não pensam assim.

Jesus disse certa feita que quem cresse nele faria os mesmos sinais que ele fez. Esta promessa é verdadeira ou não?

O que Jesus disse foi que eles fariam as mesmas obras. Ele não disse que fariam os mesmos sinais (ver João 14:12). Embora o termo “obras” possa se referir aos milagres dele, é mais provável que Cristo se referia à obra de evangelização e conquista de almas, que foi efetivamente a única obra que os apóstolos fizeram que era maior do que as realizadas por ele. Sobre isto, escrevi um post aqui no blog O Tempora, O Mores, dando as razões exegéticas para esta interpretação. A verdade é que nunca ninguém conseguiu superar os milagres de Jesus ao longo de dois mil anos de história do Cristianismo.

E quanto a sonhos e visões?

De acordo com o autor da carta aos Hebreus, Deus de fato se revelou de maneira extraordinária antes de Cristo, falando através dos profetas por meio de visões e sonhos, conforme encontramos no Antigo Testamento. Com a vinda do Senhor Jesus, que é a Palavra encarnada e portanto a última e maior revelação de Deus, estes modos de revelação cessaram, à medida que os apóstolos e escritores no Novo Testamento registraram de maneira infalível e definitiva esta última revelação.

Não digo que Deus não possa hoje se manifestar de maneira extraordinária a um crente. Mas, então, seria o caso de uma experiência pessoal, que não pode ter validade e utilidade pública e nem ser usada como meio para se impor alguma prática ou doutrina aos demais. A maneira geral, normal e esperada de Deus se comunicar conosco hoje é pelo Espirito falando pelas Escrituras e pela sua Providência, que é a maneira sábia pela qual Deus controla e governa os acontecimentos.

Vamos voltar ao dom de profecia. Afinal, ele existe hoje ou não?

Depende do que estamos falando. Os profetas do Antigo Testamento, como Isaías e Ezequiel por exemplo, receberam de Deus revelações quanto ao futuro de Israel, nas nações daquela época e da humanidade em geral. Estas revelações foram registradas em livros com o nome destes profetas e fazem parte da Bíblia. Além da profecia preditiva, os profetas exortavam o povo de Deus a que se arrependessem de seus pecados e voltassem à obediência da aliança. Na verdade, os livros deles trazem proporcionalmente muito mais exortações e advertências do que predições do futuro.

Os sucessores dos profetas do Antigo Testamento foram os apóstolos do Novo Testamento. Paulo, Pedro, João e os demais apóstolos também receberam revelações de Deus quanto ao futuro, a saber, a vinda de Cristo, a ressurreição dos mortos, o novo céu e a nova terra.

Os profetas das igrejas locais no período apostólico não eram iguais aos profetas do Antigo Testamento como Isaías, Jeremias, Oséias, Joel, Amós, etc. Entendo que o dom de profecia que aparece nas listas de dons do Novo Testamento se refere à capacidade dada por Deus a determinadas pessoas para trazerem uma palavra de Deus à igreja, baseada nas Escrituras, em momentos de crise e necessidade. O profeta exortava, edificava e instruía os crentes reunidos. Não vejo qualquer base para dizermos que o dom de profetizar no Novo Testamento é o poder para revelar o que está acontecendo na vida íntima dos outros ou anunciar o futuro da vida das pessoas. Se fosse feito um registro da quantidade de profecias deste tipo que se mostraram falsas, não cumpridas ou que são tão gerais que cabe tudo nelas, já teríamos concluído de vez que o dom de profetizar não é isto.

Mas, e o caso do profeta Ágabo no livro de Atos que profetizou por duas vezes acontecimentos futuros?

Ágabo profetizou por duas vezes fatos que estavam relacionados com a vida e o ministério do apóstolo Paulo, durante o período em que as Escrituras estavam sendo feitas e no qual Paulo era o principal protagonista. Me parece claramente uma situação excepcional e bastante diferente do período atual da história da igreja.

Não acha que essa sua posição acaba por extinguir e apagar o Espírito e impedir a ação de Deus no meio de seu povo? Não é este o pecado imperdoável, a blasfêmia contra o Espírito Santo?

Acho que o maior pecado contra o Espírito é desobedecer as orientações que Ele nos deu na Bíblia para examinarmos todas as coisas. Ele orientou os escritores bíblicos a escreverem aos crentes dizendo que eles deveriam estar atentos contra manifestações espirituais que não procediam de Deus, contra a ação de falsos profetas e falsos irmãos e mesmo contra a ação de espíritos enganadores que são capazes de realizar sinais e prodígios (Apocalipse 16:14). O Espírito nos chama a discernir os espíritos, a exercitar o bom senso e usar a razão. Pecamos contra o Espírito ao aceitarmos as manifestações espirituais de maneira crédula, sem exame ou análise, renunciando às orientações bíblicas e à nossa razão. É pela omissão dos crentes que os falsos profetas entram nas igrejas e disseminam heresias perniciosas.

Qual o seu comentário final aos nossos ouvintes?

Não considero a questão da contemporaneidade dos dons como sendo uma daquelas que se acham no coração do cristianismo. Não estou negando a importância da discussão se todos os dons que aparecem na Bíblia estão disponíveis hoje ou não. A verdade é que cristãos verdadeiros que são cessacionistas ou continuístas têm o mesmo desejo, que é servir a Deus de todo coração e serem instrumentos de bênção para os outros. Por outro lado, se não tivermos uma compreensão clara de um assunto como este, poderemos não somente nos privar da verdade como também promover a mentira – em ambos os casos, mesmo que o prejuízo não seja fatal, certamente afetará a nossa vida e das pessoas ao nosso redor.

Por: Rev. Augustus Nicodemus Lopes

Retirado do Blog: http://tempora-mores.blogspot.com.br/

segunda-feira, 18 de março de 2013

Poderá alguém esconder-se por detrás de si mesmo?

sal_crosspor Rômulo de Oliveira

Estamos na minha igreja local estudando sobre o Apóstolo Pedro. Que homem admirável! Segundo meu entendimento, poucos de nós teriam a coragem de se mostrar tão transparente. O que muitos têm visto como distorção em seu caráter, eu vejo como qualidade de quem não tem medo de se expor ou de ser corajoso o bastante para se mostrar como realmente é.

Por isso, volto a perguntar: pode alguém esconder-se por detrás de si mesmo? Eu respondo: Muitos de nós temos tentado. Alguns até conseguem e, por tanto tempo, que chegam a acreditar que são, na verdade, o que se mostra à frente do ser que realmente são.

Tomo como exemplo apenas quatro discípulos de Jesus Cristo, entre doze: Pedro, João, Tomé e Judas Iscariotes. Homens do povo, convocados sem aparente pré-requisito – mesmo levando em conta a Presciência de Jesus –, “pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;” (Fp 2:6). Ele sabe tudo, no entanto, segundo meu entendimento, reuniu, ensinou, treinou doze homens como eu e você, que podiam – e tiveram – seus caráteres transformados.

- Pedro, transparente, impulsivo, e o que mais “trabalho deu a Jesus.”

- João, transparente, manso, solícito, “o discípulo amado.”

- Tomé –, sobre ele, tenho que buscar apoio nos evangelhos para poder resumir o que leio da personalidade desse também transparente discípulo.

No capítulo 11 do Evangelho de João lemos o relato da morte e ressurreição de Lázaro. Jesus, nos versículos de11 a 13, fala aos doze que Lázaro havia adormecido e que iria para lá para despertá-lo. Os discípulos disseram “(...)se dorme, estará salvo.” Eles não haviam entendido que lázaro estava morto; então, nos versículos 14 e 15, O Senhor disse, claramente: “(...)Lázaro morreu (...) mas vamos ter com ele.” Atentem para Tomé na narrativa de João: “Então, Tomé, chamado Dídimo, disse aos condiscípulos: Vamos também nós para morrermos com ele.” (Jo 11.16).

Pergunto: Tomé teve receio de acompanhar Lázaro na morte, ou tentou desencorajar os seus pares a ir com Jesus até onde estava o morto? Logo a seguir, no capítulo 14, Jesus conforta os discípulos quanto a Ir preparar lugar na casa do Pai, que voltaria para buscá-los para continuarem juntos, e que eles sabiam o caminho para onde Ele iria. Então Tomé, sem medo de se expor, – como também fizera outras vezes Pedro –, toma a frente dos demais discípulos e: (V5), “Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o caminho?”. Tomé não queria sair dali com dúvidas.

Logo após, no capítulo 20 de João, vemos a narrativa da ressurreição dO Senhor Jesus, a Sua aparição a Maria Madalena e aos discípulos e, por fim vemos a total e explícita incredulidade de Tomé (Vs 24-28). “Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe, então, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei. Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos, e Tomé, com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco! E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu!”. Passo agora ao quarto discípulo que tomei como exemplo:

- Judas Iscariotes, ÚLTIMO discípulo a ser escolhido, segundo as narrativas em Mt 10, Mc 3 e Lc 6 TRAIDOR, segundo os mesmos textos, e também pelo Próprio Senhor, em Mt 26:25. “Então, Judas, que o traía, perguntou: Acaso, sou eu, Mestre?Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste.” POSSUÍDO POR SATANÁS, Lc 22-3. “Ora, Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes, que era um dos doze.” LADRÃO, em Jo 12:4-6. Vemos Jesus tendo os pés ungidos com um perfume muito caro, por Maria, irmã de Lázaro: “Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, o que estava para traí-lo, disse: Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários e não se deu aos pobres? Isto disse ele, não porque tivesse cuidado dos pobres; mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava”. Dando como acabado a descrição do caráter do último dos doze, não tenho dúvidas de que o epitáfio de Judas Iscariotes é FILHO DA PERDIÇÃO. Jesus, Em Suas palavras de despedida narrada em Jo 16, vemos as palavras de despedidas de Jesus a partir do versículo 25. No capítulo 17 vemos a oração sacerdotal. E chegando ao versículo 12, vemos que até mesmo Judas, o traidor, foi guardado: “Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura”.

Judas, ao contrário dos outros onze discípulos, jamais saiu de detrás de si mesmo. Eu e você, a cada dia, devemos mostrar-nos sem sombras, na luz, cada vez mais transparentes para nossa família, para a liderança da nossa igreja local, para os irmãos, para o mundo e, principalmente, para Deus. Que Ele nos ajude nessa difícil tarefa.