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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Malaquias – Estudo 1 (Ml 1.1-5)

malaquais blog por Rev. Jocarli A. G. Junior

Dizem que o oposto do amor não é o ódio, mas, a apatia. Certamente, você não odeia a Deus, mas em algum momento de sua vida, você vai ficar insensível diante do grande amor do Eterno. Você vai à igreja, entrega o dízimo, frequenta a Escola Dominical, contribui com a obra missionária e participa do culto nos lares. Porém, como um casamento, você tem um relacionamento funcional com Deus, mas se não tiver amor, tudo isso será em vão.

Era exatamente esse o problema do povo na época do profeta Malaquias. O Senhor disse, “Eu vos tenho amado” (o verbo “amado” em hebraico traz a ideia de uma ação no passado, mas que continua no presente).[1] Ou seja, Deus não somente amou um dia, mas continua amando o seu povo. Todavia, a resposta do povo foi algo aterrador: “Em que nos tem amado?” Eles estavam tão insensíveis à declaração magnânima do amor de Deus, que impetuosamente exigiram que Deus provasse o que tão generosamente afirmou. Havia culto, havia adoração, mas não havia amor! A resposta de Deus nos mostra como superar a frieza espiritual diante do Seu grande amor:

1. O Perigo da indiferença ao grande amor de Deus.

2 Eu vos tenho amado, diz o Senhor; mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não foi Esaú irmão de Jacó? — disse o Senhor; todavia, amei a Jacó,

Nosso texto e o contexto sugerem três razões de como podemos crescer indiferentes ao amor de Deus:

A. Nós crescemos indiferentes ao amor de Deus, porque nos esquecemos da urgência de Sua mensagem.

1 Sentença pronunciada pelo Senhor contra Israel, por intermédio de Malaquias .

A palavra “sentença” aponta para uma mensagem que pesa sobre seu portador. Nos livros proféticos (maśśā, em hebraico) introduz mensagens de natureza ameaçadora 27 vezes (Is 13.1; 14.28; 15.1; Na 1.1; Hc 1.1; Zc 9.1; 12.1).[2] Isso significa que a mensagem da parte de Deus não é para ser tratada com leviandade. As palavras de Malaquias não são leves ou insignificantes, mas pesada e substancial. O profeta reconhece que o que ele está prestes a pregar não é algo agradável aos ouvidos, mas algo que vai perturbar as almas dos seus ouvintes. E é assim que deve ser quando chegamos à Palavra de Deus (Jr 23.29). Um homem não brinca quando tem um peso em suas costas. O homem que carrega o peso da palavra do Senhor significa que ele está pleiteando com a alma à luz do juízo vindouro. A mensagem de Malaquias não era doce, pelo contrário, era uma palavra dura e difícil de ser digerida.

Uma mensagem pesada dirigida ao povo de Israel. É aí que reside o grande perigo! Eles nasceram na Comunidade da Aliança. Israel era a Igreja do Antigo Testamento. Toda a sua vida desde a infância era centrada na sua religião. No entanto, eles estavam apáticos e insensíveis diante da mensagem de Deus. Às vezes nos comportamos da mesma forma. Temos mais ânimo para conversar e compartilhar de coisas que não edificam do que força e coragem para meditar na Palavra de Deus.

Rowland Hill foi um pregador inglês do Século XVIII, pouco antes de sua morte, estava conversando com um velho amigo que lhe disse que ainda podia lembrar o texto e parte de um sermão que ele tinha ouvido Hill pregar 65 anos antes. Hill perguntou o que ele se lembrava. Ele declarou que Hill havia dito que algumas pessoas, quando escutam um sermão não gostam da entrega do pregador. Então ele disse: “Imagine que você tenha sido convidado para ouvir a leitura de um testamento de um parente seu, e você espera que ele tenha deixado alguma coisa para você. Você dificilmente pensaria em criticar a forma como o advogado iria ler o testamento. Em vez disso, você teria toda a atenção para ouvir se alguma coisa foi deixada para você e se assim for, quanto. Esta deve ser a maneira de ouvir a pregação do evangelho”.[3]

Gostaria de incentivá-lo a ler o livro de Malaquias pelo menos uma vez por semana, durante os próximos dois meses. Se você fizer isso, você vai descobrir que, embora existam algumas verdades difíceis de ponderar, Malaquias é realmente uma carta de amor de Deus, cheio de esperança e encorajamento.

B. Nós crescemos indiferentes ao amor de Deus, quando nos concentramos em nossas circunstâncias em vez do propósito de Deus.

2 Eu vos tenho amado, diz o Senhor; mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não foi Esaú irmão de Jacó? — disse o Senhor; todavia, amei a Jacó,

Esta era a perspectiva dos leitores no tempo de Malaquias. Eles mediam o amor de Deus por meio de coisas materiais e vida financeira. Quando olhavam para suas circunstâncias, as coisas não estavam indo como eles esperavam, por isso eles se tornaram insensíveis e desanimados.

Em contraste com as suas circunstâncias difíceis. Os profetas haviam declarado uma era de ouro para Israel quando a terra produziria frutos abundantes, as pessoas iriam habitar em segurança sob o reinado do Messias (Is 49.19-23; 54.1-3; Jr 23.5-6; Ez 25-30; Zc 8.1-8, 12-15, 20-23). Mas nada disso aconteceu. Em seguida, vem o profeta Malaquias e diz: Deus te ama e tem um plano maravilhoso para suas vidas! E eles dizem: Como é que Deus nos ama?

Eles tinham voltado e estavam em Jerusalém por cerca de 125 anos. O templo estava restaurado, e Neemias levou o povo a reconstruir os muros da cidade. Mas, eles não tinham um exército para se proteger dos vizinhos hostis. Eles ainda estavam sob o domínio do rei persa. Suas fazendas não estavam produzindo muito bem por causa da seca (3.10-11). Muitos deles, provavelmente, estavam pensando, se esta é a terra prometida, eu odiaria ver a terra não prometida!

Como Israel, nós crescemos indiferentes ao grande amor Deus por nós quando nos concentramos em nossas circunstâncias difíceis, em vez dos propósitos de Deus. Se nos concentrarmos em nossos problemas, eles irão nos consumir. Se pensarmos a respeito dos propósitos de Deus e o Seu reino sobre toda a terra, teremos a perspectiva de que precisamos. É por isso que Paulo, apesar de suas provações, pode dizer com alegria de que ele vivia pela fé no Filho de Deus que o amou e se entregou por Ele (Gl 2.20).

C. Nós crescemos indiferentes ao amor de Deus quando nos acostumamos com o sagrado.

Essas pessoas estavam adorando no templo. Eles ofereciam sacrifícios. Eles realizavam todos os rituais prescritos por Moisés. Mas eles transformaram a religião em algo meramente rotineiro ao invés de uma relação vital e pessoal com o Deus amoroso. Eles seguiram o programa de Deus, mas eles tinham perdido a intimidade.

Eles permitiram que as dificuldades roubassem o sentido da presença amorosa de Deus. Tal empobrecimento resultou na decadência moral denunciada no capítulo dois e a indiferença espiritual criticado no capítulo três.[4] Seguindo a pergunta impertinente de Judá, o Senhor afirma que seu amor estava presente na história (v. 3-5).

2. A solução para a indiferença para com Deus é considerar a eleição soberana do Seu povo.

2 Eu vos tenho amado, diz o Senhor; mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não foi Esaú irmão de Jacó? — disse o Senhor; todavia, amei a Jacó, 3 porém aborreci a Esaú ; e fiz dos seus montes uma assolação e dei a sua herança aos chacais do deserto. 4 Se Edom diz: Fomos destruídos, porém tornaremos a edificar as ruínas, então, diz o Senhor dos Exércitos: Eles edificarão, mas eu destruirei; e Edom será chamado Terra-De-Perversidade e Povo-Contra-Quem-O-Senhor-Está-Irado-Para-Sempre. 5 Os vossos olhos o verão, e vós direis: Grande é o Senhor também fora dos limites de Israel.

Surpreendentemente, Deus respondeu a pergunta insolente do povo de Israel ilustrando ainda mais o Seu amor paciente. Deus responde as pessoas, lembrando-os que Ele escolheu a Jacó e rejeitou a Esaú.

A. A eleição soberana de Deus O exalta como o soberano justo do universo.

“Não foi Esaú irmão de Jacó? — disse o SENHOR; todavia, amei a Jacó, porém aborreci a Esaú...” – Em seu plano soberano, Deus escolheu Abraão para abençoar e formar uma grande nação. Então, Deus escolheu Isaque, o filho de Abraão, em detrimento do seu outro filho, Ismael. Em seguida, Deus escolheu o filho Jacó, filho de Isaque ao invés do mais velho, Esaú. Além disso, Deus em Sua soberania e graça escolheu os descendentes de Jacó como o Seu povo. Ele os amou de maneira especial em detrimento de todas as nações (Dt 4.37; 7.6-8).

Esta comparação entre Jacó e Esaú, Judá e Edom é para lembrar ao povo de Israel do amor imerecido e, portanto, a eleição de Deus. Eles tiveram a audácia de exigir que Deus mostrasse como Ele os amou, desconsiderando completamente o seu estado original como povo eleito. Por nascimento Esaú era tanto uma criança privilegiada como Jacó, ambos eram filhos gêmeos dos mesmos pais, Isaque e Rebeca. No entanto, Deus tinha amado Jacó com um amor misericordioso.[5]

Deste modo, quando o povo questionou o amor de Deus, “Em que nos tem amado?”, Deus pacientemente respondeu: “Vocês poderiam estar entre aqueles que eu rejeitei, mas estão entre os que escolhi amar soberanamente”. Não existe prova de amor maior do que esse!

Aqueles que lutam contra a doutrina da eleição estão em atrito contra o direito de Deus de ser Deus. Ele é o oleiro; nós somos o barro. Como assinala Paulo em Romanos, Deus não baseou sua escolha em qualquer coisa que Ele previa. Em vez disso, Deus fez isso para que seu propósito de escolha prevalecesse (Rm 9.11). Deus não só escolheu Israel como uma nação para servi-Lo, Ele também escolheu indivíduos para salvar como uma demonstração de sua graça soberana e amor (Ef 1.4-6).

B. A soberana eleição de Deus humilha-nos como pecadores indignos.

Esaú era um homem melhor do que o irmão. Jacó era um impostor que enganou o seu pai e tomou a bênção da primogenitura. Esaú ficou irritado com isso e desejou matar o irmão. Porém, mais tarde ele perdoou Jacó. Mas ambos os homens eram pecadores. Deus escolheu a Jacó e rejeitou a Esaú, e como Paulo deixa claro, Deus fez isso antes dos gêmeos nascerem ou tivessem feito alguma coisa de bom ou ruim. A escolha de Deus não foi baseada em algo neles, mas apenas na Sua escolha soberana.

Em Gênesis, Rebeca perguntou a Deus por que as duas crianças em seu ventre brigavam tanto entre si: “Respondeu-lhe o SENHOR: Duas nações há no teu ventre, dois povos, nascidos de ti, se dividirão: um povo será mais forte que o outro, e o mais velho servirá ao mais moço” (Gn 25.23).

Você pode pensar que isso não é justo! Paulo sabia que você poderia pensar assim, e por isso, ele lida com essa objeção em Romanos 9.14-18, onde Ele argumenta que Deus é livre para mostrar misericórdia e compadecer-se de quem Ele aprouver ter compaixão. Deus foi perfeitamente justo ao condenar todos os anjos caídos que pecaram sem oferecer-lhes uma forma de salvação. Deus seria perfeitamente justo em condenar toda a raça humana, porque todos pecaram. Ele não deve misericórdia a ninguém.

C. A Eleição soberana de Deus deve levar-nos a proclamar o Seu nome.

5 Os vossos olhos o verão, e vós direis: Grande é o Senhor também fora dos limites de Israel.

“... Eles edificarão, mas eu destruirei; e Edom será chamado Terra-De-Perversidade e Povo-Contra-Quem-O-SENHOR-Está-Irado-Para-Sempre” (v. 4) – Israel pode não estar muito bem financeiramente desde o retorno da Babilônia. Mas eles vivam na “Terra Santa”, e não poderiam se comparar com Edom. Eles serão chamados “Terra-De-Perversidade e Povo-Contra-Quem-O-SENHOR-Está-Irado-Para-Sempre” (1.4).

“porém aborreci a Esaú ; e fiz dos seus montes uma assolação e dei a sua herança aos chacais do deserto” (v. 3) – O que tinha feito Edom para merecer isso?

Em Números, Moisés pediu ao rei de Edom para o povo de Israel passar por seu território. Todavia, o pedido foi negado. Os edomitas tomaram a seguinte decisão: “Não passarás por mim, para que não saia eu de espada ao teu encontro” (Nm 20.18). Além do mais, eles saíram armados para impedirem a passagem.

Os edomitas também se associaram com a Babilônia para matar o povo de Deus. Eles saquearam Jerusalém com os caldeus (Ob 11, 13). Olharam com prazer a destruição de Israel (Ob 12; Sl 137.7). Pararam nas encruzilhadas para matar os que tentavam fugir (Ob 14) e entregaram à Babilônia alguns que tentavam escapar da morte (Ob 14). Os descendentes de Esaú mantiveram o ódio pelos descendentes de Jacó.

Então Deus agora diz: ... Eles edificarão, mas eu destruirei” (v. 4) – Setenta anos depois que Jerusalém caiu nas mãos da Babilônia com a ajuda dos edomitas, os nabateus, invasores do deserto, chamados de árabes no livro apócrifo de 2Macabeus, destruíram o território edomita, obrigando sua população a refugiar-se no Neguebe, ao sul de Judá.[6] Embora Deus tivesse escolhido a Jacó e não Esaú (Edom), ambas as nações eram obrigadas a andar em justiça diante de Deus. No entanto, Edom era “imoral” e “sem Deus” (cf. Gn 25.32; 36.1-8; Hb 12.16).[7]

O grande amor de Deus por Israel pode ser visto na restauração de Jerusalém. Eles rejeitaram a Deus, não deram ouvidos aos profetas e foram destruídos pela Babilônia. Mas Deus restaurou Israel e não restaurou Edom. Enquanto a nação de Israel, que tinha sido destruída, seria edificada, Deus estava destruindo definitivamente a nação daqueles contra quem ele estaria irado para sempre.[8] A terra de Edom será sempre uma terra de perversidade e um lugar debaixo da ira de Deus.

Conforme Calvino, as pessoas sem Deus podem até ter uma vida boa aqui neste mundo. Muitos dos que a ele pertencem podem até ser ricos, bonitos, populares, ter prosperidade ou poder; porém, o que os aguarda não é a felicidade eterna, e sim a ira de Deus para todo o sempre.

Portanto, jamais devemos medir o amor de Deus pelas circunstâncias difíceis que enfrentamos na vida. É verdade, às vezes não entendemos o querer e o realizar de Deus, mas basta-nos saber que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam o Senhor (Rm 8.28). Assim, o objetivo das provações é refinar nossa fé, e a perspectiva que precisamos durante os momentos de dor e sofrimento é entender que as provações são temporárias, necessárias e o melhor de tudo, estão sob controle de Deus (1Pe 1.6).

Conclusão:

Há momentos na vida de cada cristão, que, embora esteja andando pela fé, Deus parece distante. Você ora, mas parece que Deus não responde. Você lê a Bíblia, mas aparentemente nada acontece. Você procura Deus, mas parece que Ele não está interessado em sua vida. Quando este dia chegar, lembre-se da fidelidade de Deus. Ter a perspectiva correta sobre a fidelidade de Deus determina o quanto nós confiamos nEle. Mesmo no momento mais difícil de sua vida, Jó ainda confiava em Deus, até a morte (Jó 23.10). Às vezes, nós nunca entenderemos deste lado do céu, outras vezes levaremos a vida inteira para entender.

Não fale como o povo de Israel, “Em que nos tem amado?” Em vez disso, confesse a grandeza do amor de Deus, assim como o seu próprio amor para com Ele, e tome a decisão de ser um espelho da sua graça, em vez de um espelho dos tempos em que você vive.[9]

O famoso pregador Charles Haddon Spurgeon, estava andando pelo interior da Inglaterra com um amigo. Ele notou um celeiro com um moinho com um catavento. No topo da palheta estavam as palavras: “Deus é amor”. Spurgeon comentou que aquele era um lugar impróprio para aquela mensagem, porque as palhetas mudam de acordo com o tempo, mas o amor de Deus é constante, ele não muda. Mas amigo de Spurgeon discordou. “Você entendeu mal o significado”, disse ele. “Esse cata-vento diz à verdade que não importa a força do vento, Deus é amor”. Você já conhece esse amor?


[1] Kaiser, W. C., & Ogilvie, L. J. (1992). Vol. 23: Micah, Nahum, Habakkuk, Zephaniah, Haggai, Zechariah, Malachi. The Preacher’s Commentary Series (460). Nashville, TN: Thomas Nelson Inc.

[2] Walvoord, J. F., Zuck, R. B., & Dallas Theological Seminary. (1985). The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures (Ml 1.1). Wheaton, IL: Victor Books.

[3] Charles Spurgeon, Lectures to My Students [Zondervan], pp. 391-392)

[4] Clendenen, E. R. (1998). The Minor Prophets. In D. S. Dockery (Ed.), Holman concise Bible commentary (D. S. Dockery, Ed.) (392). Nashville, TN: Broadman & Holman Publishers.

[5] Boice, J. M. (2002). The Minor Prophets: An expositional commentary (577). Grand Rapids, MI: Baker Books.

[6] BALDWIN, Joyce G. Ageu, Zacarias e Malaquias. São Paulo: Editora Vida Nova, p. 186.

[7] Kaiser, W. C., & Ogilvie, L. J. (1992). Vol. 23: Micah, Nahum, Habakkuk, Zephaniah, Haggai, Zechariah, Malachi. The Preacher’s Commentary Series (462). Nashville, TN: Thomas Nelson Inc.

[8] NICODEMUS, Augustus. O Culto Segundo Deus. A mensagem de Malaquias para a igreja de hoje. São Paulo: Vida Nova, 2012, p. 26.

[9] Boice, J. M. (2002). The Minor Prophets: An expositional commentary (577). Grand Rapids, MI: Baker Books.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Introdução – Livro do Profeta Malaquias

malaquais blog por Rev. Jocarli A. G. Junior

Os judeus tinham retornado do cativeiro na distante Babilônia para Jerusalém. O novo templo havia sido reconstruído sob a liderança de Zorobabel. A vida em Israel parecia boa e sem nenhuma complicação grave. Não havia grandes catástrofes nem a possibilidade de guerras no horizonte. Na verdade, ninguém era muito rico, mas economicamente eles sobreviviam. Embora os judeus ainda estivessem sob a dominação estrangeira dos persas (1.8), pelo menos eles estavam de volta à terra prometida. Tudo parecia muito bem. Mas, esse era o problema! Deus conhece o seu povo e sabia que algo estava errado. Havia um templo, havia adoração, havia ajuntamento, e também, uma frieza espiritual.

“Sentença pronunciada pelo SENHOR contra Israel, por intermédio de Malaquias” (Ml 1.1) – O profeta Malaquias, em meio a essa aparente calma estava com o coração profundamente agitado. Sua tarefa era muito difícil e o seu dever um grande fardo. A palavra traduzida como “sentença” no versículo 1 vem de uma raiz hebraica que significa “suportar um fardo”.[1] O coração do profeta estava sobrecarregado. Deus tinha dado um fardo a Malaquias.[2] A palavra do Senhor é chamada frequentemente de fardo no Antigo Testamento, porque é tão espessa, rica e carregada de verdade.

Malaquias não começa sua mensagem dizendo: “eu tenho pensado em algumas coisas e gostaria de compartilhar com vocês”. Ele não disse: “Parece-me...” ou “Acho que vocês precisam ouvir isso...”. Pelo contrário, sua mensagem foi dada pelo próprio Senhor, e era um peso para o profeta.[3] A única maneira de o profeta encontrar alívio era pregando fielmente a mensagem de Deus. As pessoas podem não gostar, mas elas precisam ouvir o que Deus tem a dizer.

O pregador precisa entender que a Palavra de Deus não é a sua palavra.[4] Praedicatio Verbi Dei Verbum Dei Est – A pregação da Palavra de Deus é a Palavra de Deus. O pregador é apenas o mensageiro, e não o autor (εαγγελίζω). Ele é um semeador, não é a fonte (Mt 13.3, 19). Ele é um arauto, e não a autoridade (κηρύσσω). Ele é um mordomo, não o proprietário (Cl 1.25). Ele é o guia, não o autor (At 8.31). Ele é o servidor do alimento espiritual, não o chefe (João 21.15 e 17).[5]

“Sentença pronunciada pelo SENHOR contra Israel...” (Ml 1.1) – A expressão “pronunciada pelo Senhor” ou “Esta é a mensagem que o SENHOR Deus mandou” (NTLH), aparece frequentemente como uma introdução para uma profecia, para identificá-la como uma revelação de Deus que carrega sua autoridade.[6] O nome “Senhor” (Yahweh) é, naturalmente, o nome de Deus, que recorda a sua Aliança com Israel no Sinai. Uma vez que a palavra é dirigida a Israel, o fardo deste discurso diz respeito a problemas na relação de aliança entre Deus e Israel.

Assim, Malaquias aborda o problema da degeneração espiritual e da fossilização da fé. É um livro onde o povo de Deus é colocado no banco dos réus, onde Deus é o promotor e a acusação é a decadência espiritual do seu povo.

O Autor:

“Sentença pronunciada... por intermédio de Malaquias” (Ml 1.1) – Ninguém sabe ao certo quem foi Malaquias. Seu nome significa “meu mensageiro” ou “mensageiro do Senhor”. É interessante notar que a palavra “mensageiro” ocorre três vezes no livro (ver 2.7 e 3.1). No entanto, esta dificuldade em identificar quem era Malaquias nos lembra de uma das primeiras regras do serviço de Cristo. Pregadores e comunicadores cristãos não são destinados a atrair a atenção para si, mas para o seu Salvador e seu evangelho. Não é o homem que importa, mas a sua mensagem (2Co 4.5).[7] Ao permanecer anônimo, as pessoas não pensam sobre o profeta, mas sobre o que Deus tem a dizer.

Entretanto, a tradução grega, a Septuaginta, e a maioria dos comentaristas modernos sugerem que o livro foi escrito por um autor anônimo. Sob a alegação de que o nome de Malaquias significa “meu mensageiro” poderia ser, então, um título, e não um nome próprio. Para apoiar seu ponto de vista, estes comentaristas apontam, entre outras coisas: (1) A ausência de nome do pai de Malaquias, (2) A ausência do lugar de nascimento de Malaquias, e (3) O fato de que Zacarias 9.1 e 12.1; e Malaquias 1.1 (as três últimas “sentenças” nos profetas menores) compartilham o mesmo título, destacando-as, presumivelmente, como adições anônimas à coleção dos doze profetas menores.[8]

Embora o nome do pai de Malaquias não seja mencionado, também não é mencionado o nome do pai do profeta Obadias em seu livro. Não há também qualquer local de nascimento de vários profetas, incluindo Habacuque. Além disso, as três “sentenças” não podem ser consideradas separadamente dos outros Profetas Menores porque Zacarias 9.1-14.21 é uma parte integrante do Livro de Zacarias. Não obstante, ao considerar que Malaquias seja um título e não um nome próprio é preciso mudar o pronome “meu” (“meu mensageiro”) para o “seu” (“seu mensageiro”), uma mudança para a qual não há nenhuma evidência em hebraico.[9] Esse ponto de vista, porém, não é provável. Não temos outros exemplos desse tipo de expressão fazendo referência a um profeta cujo nome não é mencionado.[10] Portanto, o melhor é tratar Malaquias como um nome pessoal.

A Data:

Malaquias profetizou durante ou logo após o ministério de Neemias, mais provavelmente durante o período que Neemias voltou à Pérsia (433-424 a.C, cf. Ne 5.14; 13.6). Embora o livro não tenha data, isso é claro por três razões.

Em primeiro lugar, o livro descreve um período em que o templo de Jerusalém já havia sido reconstruído depois que os judeus haviam retornado da Babilônia.

Em segundo lugar, o livro nos diz que um governador persa estava governando os judeus (1.8). Isso indica o período pós-exílico.[11]

Em terceiro lugar, tanto Neemias quanto Esdras estavam envolvidos em conduzir os judeus de volta à sua terra natal e na reconstrução de Jerusalém durante o século V a.C. e há uma estreita correspondência entre a situação abordada por Malaquias, e a encontrada nos livros de Esdras e Neemias.

Malaquias pregou contra muitos dos mesmos pecados que Neemias: Corrupção do sacerdócio (Ml 1.6-2.9; Ne 13.7-9); casamento com mulheres pagãs (Ml 2.10-12; Ne 13.23-28); injustiças sociais (Ml 3.5; Ne 5.1-13); e a negligência quanto aos dízimos (Ml 3.8-10; Ne 13.10-14). Mas o tema geral, que abre o livro, é a indiferença do povo diante do grande amor de Deus por eles.

Além do mais, Malaquias foi o último dos profetas de Deus, antes dos 400 anos de silêncio, até que João Batista entrasse em cena como foi previsto por Malaquias (3.1). Ele termina o livro declarando: “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias,  antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR; ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais,  para que eu não venha e fira a terra com maldição” (Ml 4.5-6).

Este foi o texto que os discípulos estavam pensando quando perguntaram a Jesus: “Mas os discípulos o interrogaram: Por que dizem, pois, os escribas ser necessário que Elias venha primeiro?” (Mt 17.10). Jesus respondeu por referência a João Batista. “Então, Jesus respondeu: De fato, Elias virá e restaurará todas as coisas. Eu, porém, vos declaro que Elias já veio, e não o reconheceram; antes, fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também o Filho do Homem há de padecer nas mãos deles”. (Mt 1711-12; Cf Mt 11.11-15; 16.13-15, Mc 8.27-28; 9.11-13, Lc 1.17; 9.18-19, Jo 1.21, 25). Depois de Malaquias a voz da profecia cessou em Israel, até que João Batista apareceu 400 anos depois anunciando a chegada do Messias.

O Objetivo do Livro:

A função de todos os profetas do Antigo Testamento era chamar o extraviado povo de Israel de volta a aliança. Através de Malaquias, Deus confronta a apatia do povo diante do Seu grande amor. Não menos do que 47 dos 55 versículos são declarados diretamente por Deus, a maior percentagem em qualquer um dos livros proféticos.

O objetivo da pregação de Malaquias era denunciar a frieza espiritual do povo de Deus. O profeta despertou o calejado povo que restara em Israel da sua estagnação espiritual, com o intuito de possibilitar que o Senhor tornasse a abençoar suas vidas.[12]

Mas a mensagem de Malaquias não se aplica apenas ao povo de sua época. Na verdade, o livro também descreve vividamente a religiosidade moribunda de qualquer época, inclusive a nossa.[13]

O declínio espiritual do povo é expresso em uma frase recorrente. A palavra “em que”, como em “Em que nos tens amado?” (1.2). Esta palavra aparece sete vezes neste último livro do Antigo Testamento, e em cada caso, expressa um estado de espírito que desafia as declarações de Deus, exigindo que Ele prestasse contas de si mesmo em termos humanos.[14] Observe abaixo, os sete casas em que aparece a expressão “Em que” no livro de Malaquias.

1. Em 1.2, Deus começa a sua mensagem com as palavras: “Eu vos tenho amado...” Mas o povo responde com crítica e incredulidade, “Em que nos tens amado?” Por trás dessa questão está uma queixa amarga. Pela quantidade de suas atividades religiosas, eles não tinham prosperado como achavam que mereciam. Eles ainda eram uma nação relativamente fraca. Eles não eram ricos. Então, eles perguntam: “Em que nos tem amado?” A implicação é que, se Deus realmente os amava, Ele teria que torná-los ricos.

2. Em 1.6, Deus fala aos líderes religiosos, dizendo: “... Ó sacerdotes que desprezais o meu nome”. Mas eles respondem: “Em que desprezamos nós o teu nome?” Ao ler o restante do capítulo, descobrimos que eles ofereciam animais cegos, aleijados ou doentes como sacrifício. Quando faziam, eles ainda reclamavam do cansaço de servir a Deus (1.12-13). No entanto, os sacerdotes se consideravam certos, enquanto desprezavam suas obrigações.

3. Em 1.7, Deus diz: “Ofereceis sobre o meu altar pão imundo...”. A resposta dos sacerdotes, “Em que te havemos profanado?” A atitude por trás desta questão é a mesma do versículo seis. Os sacerdotes achavam que estavam fazendo o que era certo, embora eles estivessem oferecendo animais deformados e realizando suas tarefas com uma atitude cheia de falhas e amargura.

4. Em 2.17, Malaquias diz: “Enfadais o SENHOR com vossas palavras...” Mas a resposta das pessoas foi: “Em que o enfadamos?” As linhas seguintes explicam o problema. Aparentemente, as pessoas que faziam o mal prosperavam. “Nisto, que pensais: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se agrada; ou: Onde está o Deus do juízo?”. A falha nesse argumento não é que Deus deve agir com justiça. A falha é que as pessoas estavam considerando-se justas quando eles realmente agiam maliciosamente.

5. Em 3.7, Deus adverte o povo: “Tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros,  diz o SENHOR dos Exércitos”. Este era o mesmo desafio que Deus tinha manifestado através do primeiro dos profetas menores, Oséias, mais de trezentos anos antes: “Volta, ó Israel, para o SENHOR, teu Deus, porque, pelos teus pecados, estás caído” (Os 14.1). Mas, ao invés de arrependimento, eles respondem a Deus: “Em que havemos de tornar?” Essa era um resposta cínica. Não significa que eles não compreendiam o que era arrependimento, pelo contrário, eles estão dizendo: “Como você pode dizer que devemos voltar quando já estamos tão perto de Ti e tão obedientes? O que podemos fazer? O que ainda não fizemos?”

6. No versículo seguinte, 3.8, Deus declara: “Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais...”. Observe a réplica das pessoas, “Em que te roubamos?” Deus responde secamente que eles roubavam nos dízimos e ofertas.

7. A última vez que vemos esta sequencia de pergunta e resposta está no versículo 13 do mesmo capítulo, que é semelhante à Malaquias 1.6. Aqui, Deus diz: “As vossas palavras foram duras para mim, diz o SENHOR...”. As pessoas tinham questionado o amor de Deus, desprezado o Seu nome, contaminado os sacrifícios, atacado Sua justiça, questionado Seus mandamentos e retido os dízimos. Mas o povo e os sacerdotes respondem mais uma vez com muita hipocrisia: “Que temos falado contra ti?”.

Assim, o livro de Malaquias é um chamado ao arrependimento. É uma mensagem de exortação à religião frouxa e oca e, ainda mais importante, uma mensagem que mostra o caminho de volta a fé genuína (3.6).[15] Malaquias não apenas exorta ao povo, mas ele mostra também o antídoto para a degeneração espiritual.

O pregador da Capela de Westminster em Londres, G. Campbell Morgan, cuidadosamente relaciona o espírito errado e arrogante do povo nos dias de Malaquias com a atitude idêntica que prevalece em tantos supostos círculos cristãos.[16] “Essas pessoas não estão em rebelião contra Deus, nem negam o Seu direito de sacrifícios, mas eles estão trabalhando sob a ilusão de que levaram as ofertas e têm sido fiéis a Ele o tempo todo. Não é a linguagem de um povo que diz: ‘Vamos deixar o sacrifício e o culto, e vamos fazer o que quisermos’, mas é a língua de um povo que diz, ‘Nós estamos sacrificando e adorando e agradando a Deus’. E quando o profeta diz o que Deus pensa, o povo, com espanto e impertinência, olha no rosto do profeta e diz, 'Nós não fizemos isso tudo!” Traduzindo para o idioma do Novo Testamento, “tendo forma de piedade, negam o poder” (2Tm 2.5).

Apesar de tantas acusações, o povo se considerava inocente. G. Campbell Morgan estava certo ao citar a carta de Paulo a Timóteo. Nesta carta, o apóstolo Paulo escreve sobre os últimos dias da história deste mundo: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus...” (2Tm 2.1-4).

Esse é um quadro terrível. Mas o que torna ainda mais aterrador é o contexto em que Paulo coloca esta depravação. Paulo não está escrevendo sobre o mundo em geral, o mundo secular ou qualquer outro momento. Ele está escrevendo sobre a igreja nominal e descrevendo a moralidade de quem tem “uma forma de piedade”, mas nega o seu poder.[17] Esse era o problema na época de Malaquias. Havia culto, mas faltava vida!

O Esboço do Livro:

Malaquias é o único livro profético que termina com uma ameaça de julgamento, em vez de esperança. O que começou com uma bênção no Jardim do Éden, terminou com a ameaça de uma maldição por causa do pecado. Mas o Novo Testamento revela a solução do Deus gracioso, a vinda do Senhor Jesus Cristo para suportar a maldição de nossos pecados.

Há amplo consenso de que a profecia de Malaquias se divide em seis seções claramente marcadas que seguem a forma de um diálogo em execução.[18] As seis seções são:

I. 1.1-5 – Introdução. Deus prova o seu amor para Israel ao comparar o Seu tratamento com Edom.

II. 1.6-2.9 – Deus repreende o sacerdócio por sua perversão das ordenanças e a lei de Deus.

III. 2.10-16 – Deus repreende o povo para perverter ordenança de Deus do casamento ao se casar com parceiros incrédulos e por se divorciar de suas esposas.

IV. 2.17-3.6 – Deus anuncia seu mensageiro, que preparará o caminho para o Messias.

V. 3.7-12 – Deus repreende o povo por reter os dízimos e as ofertas devidas a Deus.

VI. 3.13-4.6 – Deus prevê os destinos dos ímpios e dos justos.


[1] Kaiser, W. C. (1999). 1421 נָשָׂא. In R. L. Harris, G. L. Archer, Jr. & B. K. Waltke (Eds.), Theological Wordbook of the Old Testament (R. L. Harris, G. L. Archer, Jr. & B. K. Waltke, Ed.) (electronic ed.) (600). Chicago: Moody Press.

[2] Benton, J. (1985). Losing Touch with the Living God: The Message of Malachi. Welwyn Commentary Series (13). Darlington, England: Evangelical Press.

[3] Ellsworth, R. (2007). Opening up Malachi. Opening Up Commentary (18–19). Leominster: Day One Publications.

[4] A pregação da Palavra de Deus é a Palavra de Deus. Portanto, quando esta Palavra é agora anunciada na Igreja por pregadores legitimamente chamados, cremos que a própria Palavra de Deus é anunciada e recebida pelos fiéis; e que nenhuma outra Palavra de Deus pode ser inventada, ou esperada do céu: e que a própria Palavra anunciada é que deve ser levada em conta e não o ministro que a anuncia, pois, mesmo que este seja mau e pecador, contudo a Palavra de Deus permanece boa e verdadeira. Segunda Confissão Helvética. Elaborada em 1562 por Heinrich Bullinger, publicada em 1566 por Frederico III da Palatina, adotada pelas Igrejas Reformadas da Suíça, França, Escócia, Hungria, Polônia e outras.

[5] MacArthur, J. (1997, c1992). Rediscovering expository preaching (26). Dallas: Word Pub.

[6] Walvoord, J. F., Zuck, R. B., & Dallas Theological Seminary. (1985). The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures (Ml 1.1). Wheaton, IL: Victor Books.

[7] Benton, J. (1985). Losing Touch with the Living God: The Message of Malachi. Welwyn Commentary Series (11). Darlington, England: Evangelical Press.

[8] Kaiser, W. C., & Ogilvie, L. J. (1992). Vol. 23: Micah, Nahum, Habakkuk, Zephaniah, Haggai, Zechariah, Malachi. The Preacher’s Commentary Series (448–450). Nashville, TN: Thomas Nelson Inc.

[9] Kaiser, W. C., & Ogilvie, L. J. (1992). Vol. 23: Micah, Nahum, Habakkuk, Zephaniah, Haggai, Zechariah, Malachi. The Preacher’s Commentary Series (450). Nashville, TN: Thomas Nelson Inc.

[10] ARNOLD, Bill T. and Bryan E. Beyer. Descobrindo o Antigo Testamento. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001, p. 470.

[11] Kaiser, W. C., & Ogilvie, L. J. (1992). Vol. 23: Micah, Nahum, Habakkuk, Zephaniah, Haggai, Zechariah, Malachi. The Preacher’s Commentary Series (451–452). Nashville, TN: Thomas Nelson Inc.

[12] ELLISEN, Stanley, A. Conheça Melhor o Antigo Testamento. São Paulo: Editora Vida, 2002, p. 345.

[13] Boice, J. M. (2002). The Minor Prophets: An expositional commentary (573). Grand Rapids, MI: Baker Books.

[14] Boice, J. M. (2002). The Minor Prophets: An expositional commentary (574–575). Grand Rapids, MI: Baker Books.

[15] Benton, J. (1985). Losing Touch with the Living God: The Message of Malachi. Welwyn Commentary Series (16). Darlington, England: Evangelical Press.

[16] G. Campbell Morgan, Malachi’s Message for Today (Grand Rapids: Baker, 1972), 30–31.

[17] Boice, J. M. (2002). The Minor Prophets: An expositional commentary (576). Grand Rapids, MI: Baker Books.

[18] Kaiser, W. C., & Ogilvie, L. J. (1992). Vol. 23: Micah, Nahum, Habakkuk, Zephaniah, Haggai, Zechariah, Malachi. The Preacher’s Commentary Series (452). Nashville, TN: Thomas Nelson Inc.

sábado, 20 de outubro de 2012

Estudos Expositivos – Profeta Malaquais

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‎"Estamos muito preocupados com a evangelização, plantação de igrejas e crescimento da igreja. Mas a causa de Cristo avançaria melhor em alguns casos, se fechássemos algumas igrejas..." James Montgomery Boice


"Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta" (Ml 1.10).


Venha estudar o livro do profeta Malaquias conosco. Todas as quartas-feiras, a partir das 19h30min, na IPB em Tabuazeiro.

domingo, 14 de outubro de 2012

Mulheres que Surpreendem

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 Por Priscilla Oliveira Amaral

No último sábado, 06/10, tive a oportunidade, juntamente com um grupo aproximado de 80 mulheres, de participar da primeira conferência feminina, intitulada “Mulheres que surpreendem”, promovida pela IPB Tabuazeiro.
Mulheres de todas as idades, de lugares diversos, com os mais variados problemas e dilemas, reunidas com o propósito de aprender mais sobre Deus, e de como ser uma mulher cristã que faz a diferença, mesmo estando inserida em um mundo corrupto, de valores tão deturpados e que exige tanto de nós.
Quem somos nós neste mundo? Estamos realmente fazendo diferença, testemunhando a transformação que Cristo operou em nossos corações?
As mulheres dos tempos bíblicos frequentemente são vistas como fracas em um mundo de homens fortes. Um cuidadoso estudo da Bíblia, porém, nos mostra mulheres com grande influência sobre suas famílias, comunidade e nações. Destes exemplos temos Ester, mulher que estava exatamente onde Deus queria que estivesse, no tempo certo. Foi criada por Mordecai, era judia, e vivia longe de sua terra natal; foi salva de uma conspiração de morte e chegou a um alto cargo num governo pagão. Em determinado momento seu povo encontrou-se em perigo, e ela precisou intervir. Corajosamente, Ester formulou seu plano, o que poderia culminar em sua morte. Foi paciente, buscou por orientação divina, e jejuou (Ester 4.16; 9.31). O Senhor dirigiu seus pensamentos, palavras e ações. A rainha Ester foi usada por Deus para cumprir seus propósitos. Ela apresentou um pedido comovente pela vida do seu povo, mudou a opinião do rei, recebeu recursos e foi autorizada para criar uma estratégia a fim de salvar seu povo (Ester 8:7-12).
O que aconteceu com Ester é uma lembrança a todas nós da soberania de Deus. Para realizar a vontade do Senhor em nossas vidas, devemos nos colocar à disposição dEle, tendo intimidade com o Pai, através da oração e leitura da Palavra. Precisamos permitir que o Senhor nos use, através dos nossos dons e talentos.
Ser uma mulher que surpreende não é tarefa das mais fáceis. Somente, e tão somente pela graça de Jesus é que conseguiremos fazer diferença em nossa família, entre nossos amigos, no meio em que vivemos. Diante de tudo o que aprendi neste dia, minha oração é que o Senhor use minha vida e de todas aquelas que comigo estiveram. Que sejamos mulheres sábias, criativas, alegres, mulheres cheias do Espírito Santo. Mulheres que surpreendem. Para a honra e glória dEle.
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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Envolva-se no Ministério!

downloadpor Rev. Jocarli A. G. Junior

A Marinha dos Estados Unidos tem mais de 700 navios que compõem o que é chamado de “Navy Mothball” (Navios de naftalina). Esses navios, ancorados em vários portos em todo o país, recebem manutenção regular para prevenir a ferrugem. Mas eles permanecem ancorados, sem fazer nada, apesar de necessitarem de um monte de dinheiro e esforço para mantê-los.

Pergunte a qualquer pastor e ele vai te dizer que uma das frustrações do ministério é que há muitos cristãos descansados e acomodados na igreja. Eles necessitam de manutenção, especialmente quando enfrentam um problema ou necessidade. Pastores denominam esse quadro de “regra 80/20”, isto é, 20 por cento dos cristãos fazem 80% do trabalho. Mas isso não deve ser assim. Todo cristão que ama o Senhor Jesus e reconhece o que Ele fez na cruz, por amor, deve ser zeloso em servi-Lo. Como Jesus disse: “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10.45). Se desejamos crescer no conhecimento e na graça do Senhor Jesus, o nosso foco na vida deve ser em servi-Lo.

Imediatamente depois de descrever a conversão dramática de Saulo de Tarso (At 9), Lucas trata do esforço de Paulo em servir ao Senhor. Lucas quer mostrar aos seus leitores que a conversão de Saulo foi genuína. O perseguidor muito rapidamente tornou-se perseguido por causa de sua proclamação ousada sobre Jesus Cristo como o Filho de Deus. Mas, Saulo não foi um caso em particular. O desejo de Deus é que todos os Seus filhos estejam dispostos a servi-Lo.

Durante a defesa da península de Bataan nas Filipinas na Segunda Guerra Mundial, um dos comandantes alinhou os seus homens e pediu um voluntário para uma perigosa missão. Ele disse que qualquer soldado que estivesse disposto a servir nesta missão deveria dar dois passos à frente. Olhando para o seu memorando por um momento, em seguida olhou para os soldados e exclamou com espanto: “O quê, não há nenhum voluntário?” Rapidamente alguém explicou: “Capitão, o senhor não está entendendo. Todos os homens avançaram dois passos!”[1]

Deve ser assim na igreja hoje. Nossos dons e talentos são presentes de Deus e devem ser utilizados para a edificação do Seu reino. Trabalhamos melhor quando trabalhamos juntos.

Se Deus te salvou, Ele quer que você esteja envolvido no ministério de alguma forma. Deus tem uma tarefa especial para cada um de Seus filhos (Ef 2.10), e quando fazemos essa tarefa em humildade e fidelidade, glorificamos o Seu nome. Uma pessoa que é grata ao Senhor Jesus por salvá-la, não pode mais viver para si mesmo, mas para Aquele que morreu e ressuscitou em seu nome (2Co 5.15). Esse tipo de pessoa está sempre procurando como Deus quer usá-lo em qualquer situação que o Senhor o colocar.

Quando se trata da obra do Senhor, não há lugar para espectadores, conselheiros ou críticos. Mas há sempre espaço para os trabalhadores.[2]

Em uma escala de 1 a 10, que nota você dá para o seu envolvimento na vida e ministério de sua igreja? O que impede você de se envolver mais na vida e ministério de sua igreja?


[1] Fleming, J. L. (2005; 2005). Rebuilding the Wall (Ne 3.1–32). James L. Fleming.

[2] Wiersbe, W. W. (1996). Be determined (35). Wheaton, Ill.: Victor Books.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

A Música Congregacional Contemporânea - Os Desafios do Culto e da Prática Cristã

worship Por Flávio Rodrigues

“A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração” (Colossenses 3.16 – ARC).
“Certa vez perguntaram ao compositor austríaco Franz Joseph Haydn qual a razão de suas composições sacras serem tão alegres. Ele respondeu: - Não posso fazê-las de outro modo. Quando penso em Deus e em Sua graça manifestada em Jesus Cristo, meu coração fica tão cheio de alegria que as notas parecem saltar e dançar da pena com que escrevo. Já que Deus me tem dado um coração alegre, deve ser-me permitido servi-lo com alegria.” (Extraído e corrigido).
Quem nasceu na década de 1970, ou até antes, com certeza presenciou uma grande mudança no cenário musical da igreja evangélica brasileira. Naquela época muitas igrejas resistiam à presença de certos instrumentos musicais e algumas não viam com bons olhos a introdução de “corinhos novos”. Porém, à medida que o tempo passava, a música congregacional foi se desenvolvendo e se adaptando aos novos estilos e tendências do mercado fonográfico.
Hoje temos uma música tecnicamente bem trabalhada e com variedades de estilos e preferências. Por outro lado, o mesmo não se pode dizer da composição literária, poética e, principalmente, teológica das canções que temos entoado em nossas igrejas. Isso tem preocupado um número crescente de pastores de denominações históricas consolidadas.
Analisemos o seguinte: Qual o objetivo do culto cristão? Qual o papel da música na adoração comunitária? Que implicações ela traz para o nosso viver diário? Vejamos.

A música possui um altíssimo poder de influência
Disso ninguém duvida. Dizia Martinho Lutero: “Os meus sermões certamente esquecereis, mas as minhas canções sempre recordareis”. Ele estava certo. A nossa memória retém muito pouco dos discursos que ouvimos. Entretanto, a música nos faz lembrar uma infinidade de coisas, como locais, datas, fórmulas da matemática, da física e da química, como também eventos históricos. Ela influencia no comportamento de grupos diferenciados, tanto em sua filosofia como em sua cultura. Ela influencia em nossas emoções e humor. É por isso que hoje existe a profissão de musicoterapeuta. Enfim, a música pode ser
usada para manipular os sentimentos e comportamentos das pessoas. Para tal não é preciso ser cristão. Qualquer um que usar técnicas musicais adequadas produzirá o efeito desejado em ambientes de sua escolha, sejam lágrimas ou risos; paz ou excitação.
Diante disso, que tipo de influência as canções têm exercido em nossas igrejas? De que maneira elas têm moldado as nossas convicções doutrinárias e a cosmovisão cristã que possuímos?

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O Batismo de Crianças


O batismo infantil, para muitos, é uma questão controversa, pois o Novo Testamento não apresenta um caso claro dessa prática, nem uma ordem para sua observância. No entanto, dadas as práticas da circuncisão e o batismo de prosélitos, é provável que os filhos dos cristãos convertidos, bem como aqueles que nasceram no seio das famílias cristãs foram batizados desde os primeiros tempos.

a)    As Crianças e o Pacto do Antigo Testamento – O Novo Testamento indica que os apóstolos batizaram famílias (Atos 16.15, 33; 1Coríntios 1.16), um termo que no uso semita abrangia crianças, nos tempos do Antigo Testamento os judeus batizados não só prosélitos adultos, mas seus filhos também (1Co 7.14 pode ser entendido como incluindo crianças). As crianças sempre foram parte integrante da família de Deus: “Essa é a aliança que estabelecerei entre mim e vós, e a tua descendência: todo macho entre vós será circuncidado. Circuncidareis a carne do vosso prepúcio: será isto por sinal de aliança entre mim e vós” (Gn. 17.10,11). “Por que a promessa é para vós e para vossos filhos” (At. 2.39). Uma vez que a Igreja do Antigo Testamento não excluiu as crianças a do Novo Testamento também não devemos excluí-las.

b)    Batismo e a Circuncisão – Nas palavras de Paulo, em Cl. 2.11,12, o batismo é a “circuncisão de Cristo”. Estes dois ritos – circuncisão e batismo – têm o mesmo propósito, a saber, a iniciação na Igreja de Deus. A criança judia era circuncidada no oitavo dia, após o nascimento. Nada há que possa impedir o procedimento idêntico, que é a aplicação do batismo às crianças na Igreja de Cristo. Paulo relata o rito da circuncisão do Antigo Testamento realizada em crianças como um símbolo da aliança de Deus com Abraão (Atos 2.39; Gn 17.7, 12); em Colossenses 2.11-12 ele interpreta o batismo como a substituição da circuncisão na prática do Novo Testamento. Assim, “o batismo infantil quando rejeitado, faz violência à unidade entre o Antigo eo Novo Testamento” (Myers, A. C. (1987). The Eerdmans Bible dictionary (124). Grand Rapids, Mich.: Eerdmans).


c)     O Testemunho de Jesus sobre as crianças – Jesus disse sobre as crianças “que delas é o reino dos céus” (Mc. 10.13-16). Quem tem o mais, tem o menos. Como privá-las do batismo, se a elas pertencem ao reino dos céus?

Catecismo Menor de Westminster:
Pergunta 95 - A quem o Batismo deve ser ministrado?                
R: O Batismo não deve ser ministrado àqueles que estão fora da igreja visível, enquanto não professarem sua fé em Cristo e obediência a ele, mas os filhos da-queles que são membros da igreja visível devem ser batizados. Ref.: At 2.41; Gn 17.7,10; Gl 3.17,18,29; At 2.38,39