quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A importância do perdão


Quando analisamos a Palavra de Deus encontramos muitos ensinos e mandamentos sobre a necessidade de ministrar o perdão. Em seu livro Forgive and Again Love, John Thompson e Thomas Nieder (pp. 62-63), apontam que a Bíblia usa pelo menos 75 imagens diferentes da palavra perdão. Aqui estão algumas delas:
¡  Perdoar é abrir a porta da prisão e deixar o preso sair. Essa é uma metáfora.
¡  Perdoar é escrever em letras grandes: “não há dívida”.
¡  Perdoar é bater o martelo em um tribunal e declarar: “Inocente!”
¡  Perdoar é atirar uma flecha tão alto e tão longe que nunca pode ser encontrada novamente.
¡  Perdoar é retirar o lixo e eliminá-lo de uma vez por todas, e deixar a casa limpa e fresca.
¡  Perdoar é soltar a âncora do navio e ficar livre para navegar.
Essas são apenas algumas das figuras que a Bíblia utiliza quando aborda sobre o perdão. O perdão é uma maravilhosa virtude, uma atitude libertadora de amor. É saudável. Traz paz. Perdoar é o ato mais nobre de um homem. A glória de um homem é a sua capacidade de perdoar e esquecer uma transgressão (Pb 19.11).
Querido leitor, nenhum relacionamento pode sobreviver à falta de perdão. Se você não perdoar continuamente, vai acumular amargura capaz de destruir todo e qualquer tipo de relacionamento.
Existem algumas razões bíblicas, alguns motivos imperiosos para se ministrar o perdão. São lições preciosas para o nosso relacionamento. Vejamos:


O perdão é o ato mais divino que uma pessoa pode realizar.
Nenhuma atitude é mais parecida com Deus do que quando ministramos perdão. Você nunca é tão parecido com Deus do que quando você perdoa alguém que o ofendeu.
O perdão é uma promessa verbalmente declarada e pessoalmente concedida. É uma declaração de amor imerecida que afirma para um criminoso que não há raiva, nem ódio, nem mesmo desejo de vingança. É justamente a atitude de Deus para com os pecadores. Conforme as Escrituras, Deus concede a nós, pecadores, um amor declarado que afirma que o Altíssimo não está irado, já não carrega o ódio ou o desejo de vingança, que não haverá nenhuma condenação porque a culpa e a vergonha foram removidas (Sl 78.8; Sl 103.3; Mq 7.19; Sl 130.4; Dn 9.9). Essa é a atitude de Deus para aqueles que depositam sua fé nEle.
O atributo da misericórdia de Deus é exaltado nas Escrituras. Êxodo 34, versículo 6:
6 Então Deus passou diante de Moisés e disse em voz alta:
— Eu sou o Senhor, o Deus Eterno! Eu tenho compaixão e misericórdia, não fico irado com facilidade, e a minha fidelidade e o meu amor são tão grandes, que não podem ser medidos.

No Salmo 32, diante da tristeza em seu coração por ter pecado contra Deus, Davi escreveu:
1 Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto.

Nos Salmos 85 e 130 dizem essencialmente a mesma coisa. Por toda a Escritura, lemos sobre o perdão de Deus. Ele não se lembra de nossos pecados. Ele os lança no fundo do mar.
O profeta Miquéias ante a calamidade do povo, também foi capaz de reconhecer e declarar a fidelidade e a misericórdia de Deus:
19 Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniqüidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar. (Miquéias .19)

Mas se você quiser o resumo do testemunho do perdão de Deus, você só precisa ler a história do filho pródigo em Lucas 15. Aquele filho não era diferente de muitos filhos gananciosos que encontramos em nossa sociedade. Filhos ansiosos para colocar as mãos sobre a herança dos pais.  Jesus diz que aquele filho tomou posse da sua parte na herança mesmo o pai ainda estando vivo. Quando o dinheiro acabou, ele voltou a si, enquanto desejava a alimentação dos porcos. E a sua experiência em um chiqueiro tornou-se um reflexo de sua própria vida. Ele acordou um dia e disse: “os servos do meu pai vivem melhor do que eu”. Ele disse: “Eu irei a meu pai”. Ele não esperava o perdão de verdade. Tudo o que ele queria era um teto sobre sua cabeça e um pouco de comida melhor do que aquela que os porcos estavam recebendo. Quando o pai o avista de longe, ele corre para encontrá-lo, e quando o filho começa a falar que estava arrependido, ele fica em silêncio com um abraço e um beijo do pai. E de repente, o pai manda vesti-lo com a melhor roupa e colocar o melhor anel em seu dedo e ordenou que realizassem uma bela festa para celebrar a volta do filho que estava perdido. É assim que Deus perdoa, prodigamente, grandiosamente. Não tenho dúvidas de que o grande ensino dessa parábola não é sobre o filho pródigo, mas, sobretudo do pródigo amor de Deus para com seus filhos.
No entanto, o outro filho ficou indignado e não concordou com a atitude do pai. Ele disse que seu pai havia errado ao perdoar o seu irmão gastador. Mas o perdão do pai só pode dizer que ama e sempre vai amar o filho. O perdão liberado pelo pai foi capaz de trazer grande alegria da reconciliação e a pura alegria da restauração.
Quando Jesus estava na cruz, disse: “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”. Estevão, sendo apedrejado, disse: “Senhor, não lhes imputes este pecado!”.
Aliás, é exatamente isso que o apóstolo Paulo salienta em Efésios capítulo 4, versículo 32:
32 Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, g  vos perdoou.
No capítulo 5, versículo 1:
1 Sede, pois, imitadores de Deus, a  como filhos amados;

É difícil destruir um relacionamento se você perdoa continuamente a cada infração.
Em Colossenses 3.13, Paulo diz:
13 Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós;

Em Mateus capítulo 5, encontramos as palavras sobre perdão proferidas pelo nosso Senhor Jesus:
44 Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem;
45 para que vos torneis filhos m  do vosso Pai celeste...  

Quando você perdoa, você se torna como o Pai. Você se parece com o seu Pai celestial.
Logo, a melhor forma de restaurar relacionamentos quebrados na família é ministrando perdão de forma imediata. O perdão é sempre maior do que a ferida. O perdão cura a alma enferma e restaura o relacionamento quebrado. Essa é a chave para qualquer relacionamento. Maridos e esposas, filhos e pais, irmãos e irmãs. A solução é a mesma para todos, perdão! Porque quando agimos assim, somos mais parecidos com Deus. Pratique essa belíssima virtude.


Quando abrigamos o sentimento de ira em nosso coração estamos cometendo um assassinato.
Em Êxodo capitulo 20 encontramos os Dez Mandamentos. No sexto mandamento está registrado: “não matarás”. Porém, o sexto mandamento envolve muito mais do que apenas a idéia de assassinato. Jesus deixou isso muito claro no Evangelho de Mateus capítulo 5, versos 21 e 22. Vejamos:
21 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás. e: Quem matar estará sujeito a julgamento.
22 Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmã estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.  

Em outras palavras, a questão não é apenas o mandamento “não matarás”, mas também se refere à atitude que leva alguém a praticar o assassinato, o ódio.
O fato de ficar irado com um irmão ao ponto de chamá-lo de “raca” é o mesmo que cometer um assassinato. O Senhor Jesus está traduzindo uma palavra aramaica “racca” (r`aka,) que é traduzida como tolo. Mas é uma palavra de profundo desprezo, é como se dissesse pro uma pessoa: você não vale nada, eu não tenho o menor respeito por você ou você é um idiota.
Quando agimos assim, também quebramos o sexto mandamento. O Senhor Jesus está reinterpretando a lei – e está dizendo que todas vezes que você abriga no seu coração a ira contra seu irmão, todas vezes que você insulta o seu irmão e o despreza até com nomes e com palavras você está sujeito ao julgamento de Deus e até inferno com fogo.
Prezado leitor, a lei de Deus não foi dada somente para guardar o exterior, as atitudes externas, mas também, tem jurisdição sobre o coração. A lei de Deus também vigia, prescreve e orienta o que eu faço em meu coração e como eu as expresso em palavras. Não pecamos somente com ações, mas nós pecamos por pensamentos e palavras também.
O apóstolo João em sua carta, também aborda essa verdade. Em 1João 3.15 está registrado:
15 Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; q  ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si.[1]

Ou seja, a quebra do sexto mandamento não acontece apenas quando tiramos a vida de alguém, mas também, acontece quando desejamos a morte de alguém. É a atitude que diz, eu não iria matá-lo, mas eu gostaria que ele estivesse morto.
Se você está com raiva de alguém, confesse o seu pecado. Se você deseja vingança confesse o seu pecado. Reconheça que a sua falta de perdão é pecado, e que você deve colocar o seu egoísmo de lado. A razão pela qual você está tão irado com alguém é porque você tem uma opinião elevada de si mesmo. Seja humilde o suficiente para que nenhuma ofensa contra você seja digna de ódio. Acabe com seu egoísmo. Esteja ciente do fato de que Deus ordenou não apenas “não matar”, mas também, não ter uma atitude assassina.


Quando ofendemos alguém, na verdade, estamos ofendendo o próprio Deus.
Seja o que for que o cônjuge pecador fez contra você, ele ou ela tem feito contra Deus. E Deus perdoa completamente. Se Deus  sendo o mais santo e sendo o mais ofendido pôde perdoar, será que você não pode perdoar?
Quando Davi pecou ao envolver-se com Bate-seba, ordenou que o marido dela fosse colocado no pelotão da frente durante a batalha. A morte de Urias foi inevitável. Por isso, quando Davi escreve o seu arrependimento diante de Deus, ele diz no Salmo 51, “pequei contra Ti e contra Ti somente pequei”. Ele tinha a perspectiva correta de suas ofensas. Ele tinha ofendido Bate-Seba, sim! Ele tinha ofendido Urias. Ele tinha ofendido a família deles. Ele ofendeu a nação sobre a qual ele era o rei. Ele tinha ofendido sua própria família. Porém, mais do que qualquer outra coisa, ele tinha ofendido a Deus por sua terrível iniqüidade.
Ele diz no Salmo 41.4:
4 Disse eu: compadece-te de mim, Senhor;  sara a minha alma, porque pequei contra ti.

Querido leitor, qualquer pecado se torna uma ofensa contra Deus. Qualquer pecado que cometemos sob aos céus.
Então, quando nós perdoamos nos tornamos mais parecidos com Deus. Perdoamos porque Deus proíbe a raiva, o ódio e as atitudes de vingança. Não há ninguém que não cometa erros, que não frustre o próximo. Não há um cônjuge que não tenha em algum momento ofendido a pessoa amada. Entretanto, perdoamos porque aquele que foi o mais ofendido, um dia nos perdoou.
Quando os discípulos foram instruídos por Jesus a respeito do aspecto ilimitado do perdão, eles suplicaram: “Aumenta-nos a fé” (Lc 17.5). Eles entenderam que o perdão é uma atitude transcendental. O perdão ultrapassa as fronteiras da capacidade humana.
Somente o Senhor Jesus pode curar as memórias amargas de uma pessoa rejeitada desde o ventre materno, que nunca conheceu o amor de seus pais. Só Jesus pode capacitar um cônjuge a perdoar o outro por uma infidelidade sexual. Só o Senhor Jesus pode atenuar as tensões do coração daqueles que foram abusados, injustiçados, caluniados, pisados e perseguidos. Somente Jesus pode nos capacitar a perdoar e liberar perdão.
A história de Corrie Ten Boom.[2] Corrie e sua irmã foram aprisionadas em sua terra, a Holanda, durante a Segunda Guerra Mundial, por esconderem judeus em sua casa, e levadas para o sul da Alemanha, onde sofreram os horrores do campo de concentração, um lugar no qual milhares e milhares de mulheres morreram. Ali a sua irmã morreu, mas Corrie foi libertada, tornando-se uma destacada serva do Senhor e grande pregadora.
Certa ocasião, em Munique, em 1947, ela estava pregando sobre perdão. Foi uma mensagem poderosa. Após a pregação, ela desceu para cumprimentar as pessoas que queriam, pelo menos, tocar nela. De repente, apareceu um senhor idoso diante dela, e disse: “Senhora, estou perdoado ou não?” Corrie olhou para aquele homem e reconheceu nele um dos guardas do campo de concentração, o qual havia feito coisas terríveis com as prisioneiras. Naquele dia, ele estava naquela igreja, e ouvira a mensagem. Deus tocou-lhe o coração, e ele desejou profundamente, não somente receber o perdão de Deus, mas também receber o perdão daquela senhora a quem ele tinha maltratado no passado. Naquele momento, ela ficou como uma estátua. Não conseguia levantar a mão e cumprimentar aquele senhor. Ela, que acabara de pregar sobre perdão, agora não conseguia perdoar. O que fazer? Imediatamente, ela reconheceu o que estava acontecendo no seu coração e orou: “Senhor, não sou capaz de perdoar este homem que está diante de mim. O Senhor quer que eu o perdoe, mas o Senhor terá que me dar os recursos, o Senhor terá que me dar à disposição. Porque eu simplesmente não tenho nenhuma vontade, nenhum desejo de perdoar este irmão, este homem”. Ela disse que de repente seu ser foi inundado com uma harmonia, com uma paz, com um desejo de perdoar aquele senhor e até mesmo um amor tal, que ela estendeu a mão, apertou a mão dele e disse: “Em nome de Jesus, está perdoado”. O homem olhou para ela e disse: “Corrie, você não imagina o que isto significa para mim, muito obrigado”. E desapareceu da presença dela.
Os discípulos entenderam que perdoar não é uma tarefa fácil. Falar e escrever sobre perdão é fácil. Por que perdoar é sair em defesa da pessoa que nos ofendeu é aliviar a culpa daqueles que nos maltrataram. Perdoar é pagar o mal com o bem e amar os nossos ofensores.


Devemos perdoar porque já fomos perdoados.
Philip Yancey acertadamente disse que “ser cristão é perdoar o imperdoável nos outros, pois Deus perdoou o imperdoável em nós”.
O grande Alexandre Pope com sabedoria disse que “se errar é humano, perdoar é divino”.
Em Mateus 18.23-35, uma pequena história sobre um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos. E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. Era muito dinheiro. Se esses talentos eram de ouro, aquele servo devia mais de dois milhões de reais ao seu senhor, e não tinha como pagar. Então aquele rei ordenou que fosse vendido, ele, sua esposa e seus filhos e tudo quanto possuía, e que a dívida fosse paga. Mas o servo, prostrando-se reverente aos pés do rei suplicou: “Sê paciente comigo, e tudo te pagarei. E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida”.
Que coisa maravilhosa! Aqui, temos uma figura de Deus como rei. O servo que devia dez mil talentos simboliza cada pecador impossibilitado de pagar o preço do pecado. Jesus Cristo veio, “o Justo morrendo pelos injustos”, para pagar o preço do pecado e deixar-nos sair livres. É isto que Jesus está nos ensinando. O que aconteceu em seguida? “saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários”. Isto não era muito dinheiro. Equivalia a pouco mais de dois meses de salário. “ ... e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves. Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo, e te paginei. Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida. Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito e foram relatar ao seu senhor tudo que acontecera. Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu ...” Esta é a pergunta, prezado leitor, que eu gostaria de lhe fazer: “não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti?” Nós, que recebemos a graça salvadora de Jesus Cristo, que recebemos a misericórdia, a paz e o perdão que Deus ofereceu, não deveríamos também conceder perdão àquele que nos ofendeu? O versículo 34, que é chave nesta história, diz: E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida.
Os verdugos são os atormentadores. Cada vez que deixamos de perdoar, cada vez que resistimos a oferecer a graça de Deus a alguém que nos feriu, criando uma barreira, nós também perdemos. Nós também somos destruídos por dentro, porque estamos entregues aos verdugos. Nós nos colocamos debaixo da influência de atormentadores.
E Jesus diz: “Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão”.
O que isso significa? Se você não perdoar, então o Senhor vai transformá-lo sobre os torturadores. O que é isso? Purificação grave castigo, algozes, torturadores. Pode ser stress, sofrimento, doença, dificuldade. Tiago 2.13 diz a mesma coisa. “O juízo será implacável para aquele que não mostra misericórdia”. “Bem-aventurados os misericordiosos”, Mateus 5.7, “porque eles alcançarão misericórdia”. Se você não tem misericórdia de perdão, Deus vai transformá-lo sobre os torturadores. A falta de perdão gera disciplina espiritual.
Algumas pessoas dizem: “Eu não vou viver com essa pessoa mais. Eu prefiro me arriscar com Deus a viver com essa pessoa”. Bem, você não terá nenhuma chance com Deus, e a Bíblia nos garante o vai acontecer... correção ... correção.
Qualquer pessoa que não perdoa sente a mão pesada de Deus sobre si, está debaixo de atormentadores, e aos poucos vai se destruindo.[3]
Você está com dificuldades em perdoar? Deixe-me dizer uma coisa: você não é o único. Perdoar não é fácil. Mas, o perdão partiu de Deus, pois ele em Cristo veio ao mundo para perdoar as nossas ofensas.



Devemos perdoar porque a falta de perdão nos torna impróprio para o culto.
Na verdade, o culto se torna uma forma de hipocrisia. Mateus capítulo 5, novamente, versículos 23 e 24:
23 Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24 deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta.

Não podemos nos aproximar de Deus com o coração cheio de ira. A reconciliação deve preceder a adoração.
Não existe lugar melhor para nos lembrar de que ofendemos alguém do que na presença de Deus. Quando estamos na presença de Deus as mascaras caem.
Quando os judeus iam ao templo levar uma oferta um sacrifício, a oferta era um pedido de perdão a Deus, o animal seria sacrificado e aspergido sobre o altar, e o ofertante recebia a promessa de que seria perdoado.
O altar da adoração era o momento de fazer um exame de consciência e dizer: “eu estou diante de Deus pedindo perdão, estou sendo perdoado por Deus, entretanto, no meu coração guardo mágoa contra meu irmão, eu não perdoei, eu o magoei, o insultei, estou aqui diante de Deus pedindo perdão para os meus pecados quando eu mesmo não perdoei aqueles que fizeram o mal contra mim”. Eu ofendi, o chamei de tolo e falei mal dele para os outros.
Por isso, o Senhor Jesus disse que o melhor lugar pra você lembrar da ofensa é no altar. Por que o altar fala de perdão, fala de reconciliação, fala de graça, fala de misericórdia da parte de Deus. E lá você se lembra.
É interessante a palavra “lembrar” por que na maioria das vezes nós esquecemos. Porém, a pessoa ofendida não esquece. Mas nós ofendemos e esquecemos. Afinal, aquela pessoa está morta pra nós. Os mortos são esquecidos. Nós matamos aquela pessoa em nosso coração com palavras. E simplesmente sepultamos o cadáver em nossa memória. Não queremos nem saber, machucamos e ofendemos e nem nos lembramos mais.
A reconciliação é mais importante pra Deus do que qualquer ato ou sacrifício que esteja oferecendo a Ele. Por que não tem sentido você prestar culto a Deus quando você sabe que tem alguém que está ofendido, que está magoado com a sua atitude, com a sua palavra e com a sua ação.
A ordem de Cristo é uma expressão clara do seu amor. Ele não está colocando sobre um nos um fardo. Ao contrário, o desejo de Cristo é que após a reconciliação venha a adoração. Ele aceita o nosso culto quando este é feito de maneira e atitude correta. O desejo de Cristo é um coração purificado e uma mente limpa.
O senhor Jesus nos convida, nos chama a nos apresentar diante dele, levantando mãos santas, sem ira e sem contendas é assim que devemos cultuá-lo. A falta de perdão nos torna impróprio para o culto. Mas, a reconciliação move o céu em nosso favor.
Como está o seu coração hoje? Não podemos carregar no coração o peso da mágoa. Quem não libera perdão não tem paz. Como vimos:
1.      Devemos perdoar porque o perdão é o ato mais divino que uma pessoa pode realizar.
2.      Devemos perdoar porque quando abrigamos o sentimento de ira em nosso coração estamos cometendo um assassinato.
3.      Devemos perdoar porque quando ofendemos alguém na verdade, estamos ofendendo alguém muito maior, ofendemos o próprio Deus.
4.      Devemos perdoar porque já fomos perdoados.
5.      Devemos perdoar porque a falta de perdão nos torna impróprio para o culto.
Quem não perdoa não consegue orar. Quem não perdoa adoece. O perdão é um balsamo para a alma. Na verdade, o perdão é a assepsia da alma, a faxina do coração, a cura das memórias amargas, a amnésia do amor, a libertação dos grilhões do ressentimento.
Quem sabe você esteja afastado de alguém que um dia já fez parte da sua vida. Quem sabe você e seu marido já não dividam mais o mesmo leito. Talvez você nunca tenha se libertado da dor de ter sido traído pelo seu cônjuge ou jamais conseguiu perdoar aquele amigo que lhe decepcionou. Quem sabe, você não tenha perdoado ainda seu pai ou sua mãe pela maneira rude como eles lhe trataram na infância. Talvez suas feridas ainda estejam abertas e difíceis de cicatrizar. Hoje, é a hora de estancar essa hemorragia que está acabando com você. Com esta ferida que esta sugando as suas forças.
Que tal dar um basta nessa dor que sufoca o seu peito e decretar a sua própria liberdade? Você pode se curar dessa dor. Você pode perdoar as pessoas que abriram feridas no seu coração e se sentir livre. Você poder restaurar os relacionamentos quebrados. Você pode experimentar o poder do perdão em sua vida!
O perdão traz o céu a terra. Perdão coloca a paz do céu no coração pecaminoso. O perdão é a imagem de Deus. O perdão é o que faz um relacionamento durar.



6 34.6-7 tenho compaixão... não deixo de castigar Êx 20.5-6; Nm 14.18; Dt 5.9-10; 7.9-10.
7 34.7 milhares de gerações O texto original hebraico também pode ser traduzido por “milhares de pessoas”. os seus filhos e até os netos, os bisnetos e os trinetos Ver Êx 20.5, n.
g g 4.32 Cl 3.12-13.
a a 5.1 Mt 5.48. Imitadores: Em perdoar (4.32) e em amar (5.2).
o o 3.12-13 Ef 4.2,32.
m m 5.45 Torneis filhos: Ver Jo 8.44, nota a.
l l 5.44 Êx 23.4-5; Pv 25.21; Rm 12.14-20; 13.8-10.
i i 5.21 Êx 20.13; Dt 5.17.
l l 5.22 Tribunal: O Sinédrio ou tribunal supremo dos judeus; ver a Concordância Temática.
o o 5.22 Cf. 1Jo 3.15.
q q 3.15 É assassino: Cf. Mt 5.21-22.
[1]Sociedade Bíblica do Brasil. (1999; 2005). Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada (1Jo 3:15). Sociedade Bíblica do Brasil.
d d 41.4 Cf. Sl 32.3-5; 38.3.
[2] Testemunho publicado originalmente na revista “Guideposts”, 1972. A história de Corrie ten Boom foi relatada no famoso livro (e filme) “Refúgio Secreto”, de John e Elizabeth Sherrill, Editora Betânia.
[3] KEMP, Jaime. É Melhor Esquecer. A Importância do Perdão na Família. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2008, p. 58.

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