quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Reavivamento na Porta das Águas – Neemias 8

propaganda blog estudospor Rev. Jocarli A. G. Junior
Ao longo dos séculos, o povo de Deus enfrenta períodos onde a Sua Palavra tem sido negligenciada e como resultado, a vida espiritual se deteriora. No entanto, em Sua graça, Deus envia tempos de refrigério. Inevitavelmente, uma das marcas principais de tal renovação é uma ênfase na Palavra de Deus.
Vemos isso no Antigo Testamento, quando Judá definhou-se diante dos reinados dos ímpios Manassés, e seu filho, Amom. Porém, o filho de Amom, o rei Josias, começou a buscar o Senhor quando ele tinha 16 anos e instituiu reformas espirituais. Então o sacerdote Hilquias encontrou uma cópia da lei de Deus, Tendo o rei ouvido a s palavras da lei, rasgou as suas vestes e chamou a nação ao arrependimento (2Cr 34.14). O reavivamento prosseguiu, pois a Palavra de Deus foi obedecida.
O mesmo aconteceu durante a Reforma Protestante, que teve como objetivo precípuo uma volta às Sagradas Escrituras, a fim de reformar a Igreja que havia caído ao longo dos séculos, numa decadência teológica, mora e espiritual.[1] O “reavivamento” da pregação da Palavra foi um dos marcos fundamentais da Reforma. Além disso, os Reformadores criam que se as Escrituras estivessem numa língua acessível, todos poderiam ouvir a voz de Deus. John Wycliffe e William Tyndale trabalharam para obter a Bíblia traduzida em inglês. Martinho Lutero traduziu a Bíblia para o alemão. João Calvino começou a pregar sermões expositivos, explicar e aplicar a Palavra ao povo de Genebra.
A Reforma foi construída sobre o fundamento da centralidade da Bíblia. O princípio da Sola Scriptura (“Somente as Escrituras”) ensinava que somente a Escritura Sagrada tem a palavra final em matéria de fé e prática.[2]
A Palavra de Deus é viva e eficaz. É o leite que pode nutrir a vida nova e fortalecer a alma. É um martelo e um fogo para se livrar do pecado e bálsamo para curar as feridas. É uma espada para derrotar o diabo e mel para o coração.[3]
Não é de surpreender que, quando Neemias deixa a sua colher de pedreiro, ele pega a sua Bíblia. Neemias 8 nos apresenta três marcas de uma renovação espiritual relacionada com a Palavra de Deus:

I. O Reavivamento começa com um retorno à Palavra de Deus
“Em chegando o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o Livro da Lei de Moisés, que o Senhor tinha prescrito a Israel” (Ne 8.1)
É importante notar que Esdras e Neemias colocam a Palavra de Deus em primeiro lugar na vida do povo. O Espírito de Deus usa a Palavra para limpar e revitalizar os corações do povo de Deus.
1. A Palavra Procurada
“Em chegando o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou...” (v. 1) – A fase inicial dos muros foi concluído no dia 25 de Elul, o sexto mês (6.15). No primeiro dia do sétimo mês, todos os que viviam em áreas periféricas se reuniram como um só homem em Jerusalém.
O sétimo mês era um momento especial no calendário judeu porque eles celebravam a Festa das Trombetas, no primeiro dia, o Dia da Expiação, no décimo dia, e a Festa dos Tabernáculos do décimo quinto dia ao vigésimo primeiro dia (Lv 23.23-44).[4] Era o momento perfeito para a nação se reconciliar com Deus e começar uma nova caminhada com o Altíssimo.
As pessoas se reuniram e pediram a Esdras que trouxesse o livro (pergaminho) da Lei de Moisés, que o Senhor tinha dado a Israel (8.1). Todos queriam ouvir a Palavra de Deus. Aparentemente, desde a destruição de Jerusalém em 586 a.C., não só os cultos do templo haviam cessado, mas parece que tudo associado com a adoração do Senhor Deus havia sido interrompido. Agora, depois que a cidade estava reconstruída, as pessoas ansiavam por um retorno às suas raízes espirituais.[5]
“...diante da Porta das Águas...” (v. 1) – Os líderes escolheram o Portão das Águas como local do ajuntamento. Na Bíblia, a água para lavar é uma imagem da Palavra de Deus (João 15.3; Ef 5.26), enquanto a água para beber é uma imagem do Espírito de Deus (João 7.37-39). Quando aplicamos a água da Palavra em nossas vidas, então o Espírito pode trabalhar e trazer a ajuda que precisamos. É refrescante para a alma quando você recebe a Palavra e permite que o Espírito lhe ensine.[6]
Peter Deyneka, Jr., conta sobre um casal cristão em viagem pela Rússia. Em um determinado hotel, uma empregada implorou a eles pelo Evangelho de João, que havia sido deixado sobre a cabeceira da cama. Ela explicou que era cristã e que a sua a Bíblia tinha sido destruída há 30 anos durante o cerco alemão de Leningrado. O casal alegremente presenteou a empregada com uma pequena Bíblia, que recebeu com gratidão e depois saiu rapidamente. Na manhã seguinte a empregada encontrou o casal no corredor e disse, “Eu tinha que vê-los”. Devo agradecer de novo o presente precioso que vocês me deram ontem. Por 30 anos, tenho orado por uma Bíblia. Eu tinha a oração e a vida, mas agora eu tenho uma Bíblia. Ontem à noite eu fiquei a maior parte da noite lendo. “Quem, de fato pode medir o valor e a bênção da Palavra de Deus?”[7]
“... e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o Livro da Lei de Moisés...” (v. 1) – Cópias da Lei de Moisés eram, provavelmente, raras. Mesmo no Novo Testamento, Paulo instruiu Timóteo a dar atenção às reuniões da igreja “para a leitura pública da Escritura, à exortação e ao ensino” (1Tm 4.13). Até à invenção da impressa no Século XV, a Bíblia tinha que ser copiada à mão, e muitas vezes só havia uma cópia em uma cidade, muitas vezes acorrentadas aos púlpitos. Como as pessoas eram muitas vezes analfabetas, a Bíblia deveria ser lida publicamente.
Nós vivemos em uma cultura onde quase todos sabem ler. Aqueles que não sabem ou não leem bem podem facilmente aprender. Nós temos várias traduções da Bíblia em nossa língua. Porém, boa parte dos cristãos gastam mais tempo com brincando no computador ou sentado em frente a TV do que lendo e estudando a Palavra de Deus.
Para o bem da sua alma, quero desafiá-lo a ler e reler a Bíblia todos os dias de sua vida. Se você quer uma renovação espiritual, ela virá por meio da Palavra de Deus. No Salmo 119, nove vezes o autor menciona como a Palavra de Deus traz avivamento (Salmo 119.25, 50, 93, 107, 149, 154, 156). Para uma renovação espiritual, o povo de Deus deve ler a Sua Palavra.
1. A palavra proclamada
“Edras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres e de todos os que eram capazes de entender o que ouviam. Era o primeiro dia do sétimo mês” (v. 2)
Embora, essa seja a primeira vez que o nome de Esdras aparece no livro de Neemias, há um livro inteiro que leva o seu nome. A Bíblia diz que “Ele era escriba versado na Lei de Moisés, dada pelo SENHOR, Deus de Israel; e, segundo a boa mão do SENHOR, seu Deus, que estava sobre ele, o rei lhe concedeu tudo quanto lhe pedira” (Ed 7.6).
Não obstante, o coração de Esdras nos é revelado em seu livro, “... Esdras tinha disposto o coração para buscar a Lei do SENHOR, e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos” (Ed 7.10). Ele não só queria conhecer o que a lei ensinava, mas o mais importante, ele queria obedecê-la!
Esdras voltou a Jerusalém em 458 a.C., um total de 14 anos antes de Neemias. Seu principal objetivo era ensinar a Lei de Deus aos judeus. Quando Esdras chegou a Jerusalém, as condições morais e espirituais do povo eram deploráveis. Não havia templo, sacerdócio, sacrifícios e cultos.
Quatorze anos depois, em 444 a.C., Neemias chegou a Jerusalém e desafiou o povo a confiar em Deus e reconstruir os muros. E com a renovação da esperança veio um desejo sincero de ouvir o livro da lei de Moisés.
Que momento emocionante deve ter sido para Esdras quando este grupo se aproximou dele, e, em essência, disseram, “Nós queremos ouvir a Palavra. Vá pegue a o livro da Lei e compartilhá-lo conosco!” Uma das maiores alegrias de qualquer líder é ouvir o povo de Deus pedir para ouvir a Palavra.[8]
2. A Palavra Explicada
E leu no livro, diante da praça, que está fronteira à Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens e mulheres e os que podiam entender; e todo o povo tinha os ouvidos atentos ao Livro da Lei. Esdras, o escriba, estava num púlpito de madeira, que fizeram para aquele fim; estavam em pé junto a ele, à sua direita, Matitias, Sema, Anaías, Urias, Hilquias e Maaseias; e à sua esquerda, Pedaías, Misael, Malquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão” (v. 3 e 4).
As pessoas estavam atentas e reverentes, enquanto a Palavra de Deus era lida por Esdras. O versículo 3 menciona sua atenção e os versículos 5 e 6 mostram a reverência. Eles se levantaram, como se cumprimentassem um visitante real e, prostraram-se em adoração.
Quando Esdras levantou o pergaminho e desenrolou-o para a passagem que ele iria ler, as pessoas que estavam sentadas na praça honraram a Palavra de Deus, e ficaram em pé. Eles sabiam que não seria um mero homem que iria compartilhar de suas próprias ideias; eles estavam prestes a ouvir a Palavra de Deus (1Ts 2.13.). As pessoas permaneceram de pé, enquanto a Lei era lida e explicada (v. 7). Esdras começou a sua leitura e ensino no início da manhã e se estendeu até o meio-dia (v. 3), significa que a congregação levantou-se e ouviu por cinco ou seis horas, e isso continuou por uma semana (v. 18). Sem dúvida, de tempos em tempos, ele permitia que as pessoas descansassem, mas as pessoas estavam lá para ouvir Deus falar e estavam dispostos a ficar de pé e ouvir.[9]
Rowland Hill foi um pregador inglês do Século XVIII, grandemente usado por Deus. Pouco antes de sua morte, ele estava conversando com um velho amigo que lhe disse que ele ainda podia lembrar o texto e parte de um sermão que ele tinha ouvido Hill pregar 65 anos antes. Hill perguntou-lhe o que ele se lembrava. Ele declarou que Hill havia dito que algumas pessoas, quando escutam um sermão não gostam da entrega do pregador. Então ele disse: “Imagine que você tenha sido convidado para ouvir a leitura de um testamento de um parente seu, e você espera que ele tenha deixado alguma coisa para você. Você dificilmente pensaria em criticar a forma como o advogado iria ler o testamento. Em vez disso, você teria toda a atenção para ouvir se alguma coisa foi deixada para você e se assim for, quanto. Esta deve ser a maneira de ouvir a pregação do evangelho”.[10]
Renovação espiritual acontece quando ouvimos com reverência a Palavra de Deus enquanto ela é lida e pregada.
II. O Reavivamento inflama com a compreensão da Palavra de Deus.
E Jesua, Bani, Serebias, Jamim, Acube, Sabetai, Hodias, Maaseias, Quelita, Azarias, Jozabade, Hanã, Pelaías e os levitas ensinavam o povo na Lei; e o povo estava no seu lugar. Leram no livro, na Lei de Deus, claramente, dando explicações, de maneira que entendessem o que se lia”
Os versículos 7 e 8 declaram que alguns homens estavam ao lado de Esdras para explicar a lei ao povo. O objetivo deles era ajudar todo o povo de Deus a entender a Palavra. Aqueles que estavam lá e ouviram a Palavra experimentou as mesmas dificuldades que enfrentamos algumas vezes. “O que Deus está dizendo?” “O que Deus quer que eu faça?”
“Leram no livro, na Lei de Deus, claramente, dando explicações...” (v. 8) –É possível que algumas pessoas no meio da multidão não soubessem hebraico. Então, é provável que os líderes falassem em aramaico. Mesmo que este não seja o caso, tudo indica que eles estavam traduzindo as Escrituras em terminologia compreensível para que o povo pudesse entender.
Grande parte da Bíblia é clara para qualquer um que consiga ler. Todavia, como a conhecida declaração de Mark Twain, não são as porções da Bíblia que ele não podia entender que o incomodava. Mas, as partes que ele entendia que o perturbava! Mas há algumas seções na Escritura que são difíceis de entender e por isso, Deus tem dado pastores e mestres para ajudar as pessoas a entender e aplicar a Sua Palavra em suas vidas. Além disso, somos abençoados com muitas excelentes ferramentas de estudo para nos ajudar a aprender a Palavra de Deus.
Para aplicar corretamente a Bíblia, você deve interpretá-la corretamente. Para interpretar corretamente, você deve entender o que o autor quis dizer para as pessoas a quem ele estava escrevendo no contexto da época. Além disso, desde que a Bíblia se encaixa como um todo unificado, você deve obter um entendimento de tudo o que a Bíblia ensina sobre um assunto por comparar a Escritura com a Escritura, interpretar a Bíblia por si mesma.
Calvino sustentava que a Escritura é a melhor intérprete de si mesma.[11] A sua posição é que o pregador deve se limitar ao que foi revelado: “... Que esta seja a nossa regra sacra: não procurar saber nada mais senão o que a Escritura nos ensina. Onde o Senhor fecha seus próprios lábios, que nós igualmente impeçamos nossas mentes de avançar sequer um passo a mais.”[12] Ele defendia que o principal encargo do ministro é pregar a Palavra de Deus. Ou seja, “a tarefa dos mestres consiste em preservar e propagar as sãs doutrinas para que a pureza da religião permaneça na Igreja”.[13] Mais a frente ele diz: “A Igreja de Deus será educada pela pregação autêntica de sua Palavra e não pelas invenções dos homens [as quais soa madeira, feno e palha].[14]
Calvino recebeu o titulo de o “príncipe dos expositores”.[15] Até mesmo um dos mais conhecidos opositores das doutrinas de Calvino, Jacobs Arminius, reconheceu a excelência dos seus comentários e chegou a recomendá-los: “Depois da leitura das Escrituras eu recomendo a leitura dos Comentários de Calvino... Pois afirmo que na interpretação das Escrituras, Calvino é incomparável, e que seus Comentários são mais valiosos do que qualquer coisa que nos tenha sido legado nos escritos dos pais.”[16]
Lutero explicava e frisava a lição do dia, enquanto Calvino falava de todo um livro da Bíblia, dia após dia, passagem por passagem. Mas, se hoje quisermos usar a capa deixada pelos reformadores, não precisamos seguir servilmente seus métodos. “Tal como eles tentaram interpretar a Palavra escrita em padrões de pensamento da sua própria época, também nós temos que apresentar a verdade de Deus em formas que apelem ao povo dos nossos dias.”[17] Martyn Lloyd-Jones escreveu que “a tarefa da pregação é relacionar o ensino das Escrituras com aquilo que está acontecendo em nossos próprios dias”.[18]
As palavras de John Stott certamente são oportunas neste momento: “o ideal no sermão é que a Palavra de Deus fale, ou melhor, Deus fale através de sua Palavra... O pregador fica mais satisfeito quando sua pessoa é eclipsada pela luz que brilha da Escritura, e quando sua voz é superada pela voz de Deus.”[19]
Mesmo os apóstolos, que foram ensinados diretamente por Cristo tiveram dedicar-se à oração e ao ministério da Palavra (Atos 6.4). Se eles tiveram que se dedicar a tarefa da pregação, quem somos nós!
Mas os que são ensinados também devem estar comprometidos com a Palavra. Na igreja, isso significa que aqueles que não são chamados para ensinar assumem outras tarefas ministeriais necessários para que aqueles que ensinam possam estudar e se preparar. Em outras palavras, deve haver uma divisão do trabalho de acordo com os dons espirituais.
Isso é muito claro em Neemias 8. Até agora, Neemias estava na vanguarda. Ele era um administrador talentoso que poderia organizar e mobilizar as pessoas para conseguir a restauração dos muros. Mas quando chegou a hora de ensinar a Palavra, ele deu lugar a Esdras, que era hábil na lei de Moisés, que tinha preparado o seu coração para estudá-lo, praticá-la e ensiná-la (Ed 7.6, 10). Estes dois homens ilustram plenamente o princípio do ministério de equipe. Assim, para renovação espiritual, o povo de Deus deve ler e ouvir reverentemente a Sua Palavra quando esta é ensinada.
III. Para uma renovação espiritual, o povo de Deus deve responder à Sua Palavra.
“Neemias, que era o governador, e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que ensinavam todo o povo lhe disseram: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso Deus, pelo que não pranteeis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei” (v. 9)
É espiritualmente perigoso estudar a Palavra sem o objetivo de uma resposta obediente. Conhecimento sem a obediência leva a orgulho (1Co 8.1). Nosso objetivo deve ser sempre transformar nossas vidas pela Escritura. Existem três respostas aqui:
1. Arrependimento
“Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei” (v. 9) – O povo chorou quando eles ouviram e entenderam a Palavra de Deus (8.9). Esta é a mesma palavra usada para descrever o luto diante da morte de um ente querido. Essas pessoas estavam experimentando a mesma profundidade do luto pela sua incapacidade de viverem de acordo com os caminhos de Deus.[20]
Além disso, normalmente, quando pensamos em choro, automaticamente pensamos no derramamento de muitas lágrimas. No entanto, quando as pessoas do Oriente Médio estavam tristes, eles expressavam com gritos de lamento. Tal é o caso aqui. Com o coração quebrado por causa das relações rompidas com Deus, as leis e os mandamentos quebrados. Essas pessoas estavam experimentando o verdadeiro arrependimento.
Quando o apóstolo Pedro se dirigiu aos judeus na festa de pentecoste, ele disse: Olha, eu quero lhe falar sobre este homem chamado Jesus. Ele era um homem aprovado por Deus, mas vocês o crucificaram. Então, em Atos 2.36, Pedro continua a dizer: “... A este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (At 2.36). Agora, quando a multidão ouviu esta mensagem, compungiu-se-lhes os corações. Eles perguntaram a Pedro o que eles deveriam fazer. Eles perceberam que tinham feito! Eles perceberam que Deus enviou o seu Messias, mas eles haviam crucificado. O que eles deveriam fazer?
As palavras de Pedro para eles foram: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2.38).
Arrependam-se, arrependam-se! Quando ouvimos a Palavra de Deus, sempre temos a mesma necessidade, e isso é para se arrepender, para transformar nossas vidas de volta ao que Deus quer e voltar para onde Deus nos quer.
2. Alegria
“não vos entristeçais, porque a alegria do SENHOR é a vossa força” (v. 10) – Que belas palavras de incentivo! A alegria de Deus é uma cobertura protetora para o filho de Deus. A alegria de saber que Deus perdoou todos os nossos pecados e que somos o seu povo deve preencher nossos corações.
O que eles deveriam fazer? Deus lhes disse o que fazer: “comer, beber, enviar porções e a regozijar-se grandemente, porque tinham entendido as palavras que lhes foram explicadas” (v. 11). Em outras palavras, todas essas delícias que adoramos comer, eles deveriam comer! Preparem o jantar de Ação de Graças e chamem a família e celebrem o amor de Deus.
O que o escritor está dizendo aqui é que se você está em um lugar de perigo, Deus tem um abrigo para você na hora da tempestade. E que o abrigo é a alegria do Senhor. Esta alegria não é a alegria de assistir a um filme engraçado, mas a alegria de saber que o seu futuro está nas mãos do Senhor.
3. Obediência.
As pessoas que ouviram a leitura da lei entenderam que deveriam observar a Festa dos Tabernáculos (v. 16). Os israelitas não tinham celebrado uma Festa como esta, desde o tempo de Josué (8.17)! Novamente nota-se que a sua obediência resultou em grande regozijo.
A Festa dos Tabernáculos era um festival de colheita, mas era para ser feito de uma forma que pudesse lembrar as pessoas dos dias de sua peregrinação no deserto. Era uma festa de sete dias, começando no dia quinze do mês. Neste ponto, eles ainda tiveram duas semanas para se preparar para ela. Eles deveriam recolher gravetos e fazer abrigos temporários fora ou sobre os telhados de suas casas. As cabanas serviriam para lembrá-los dos quarenta anos de caminhada pelo deserto e a maneira como Deus os levou para uma terra mana leite e mel.[21] Ao celebrarem a festa, eles deveriam lembrar que foi Deus quem os tinha sustentado e abençoado abundantemente.
Conclusão:
A última parte do versículo 17 diz: “... E houve mui grande alegria entre o povo de Deus”. Por quê? Porque eles voltaram para a Palavra de Deus, eles se arrependeram de seus pecados, eles adoraram a Deus, eles obedeceram, e o reavivamento eclodiu entre eles.[22]
Algumas pessoas vêm à igreja com reverência a Deus e Sua Palavra, dizendo: “Deus, me ensine! Eu quero aprender mais de Ti!” Eles estão prontos para responder à Palavra. Eles aproveitam o ensino. Outros vêm para o mesmo culto com o coração cheio de pecado e não desejam tratá-los. Eles estão desligados diante da mesma mensagem que ajuda os outros a crescerem. Se você quer uma renovação espiritual, verifique seu coração. Ela acontece quando nossos corações estão sensíveis e reverentes a Palavra de Deus, quando esta é lida e prockamada com fidelidade.
Conta-se a história sobre um pai que teve que fazer uma viagem até a cidade para comprar provisões para sua família. Antes de sair em viagem, ele disse a seu filho para limpar o canal que conduzia água ao poço da casa.
O filho começou a fazer a tarefa todos os dias, mas depois ficou cansativo para ele, assim ele parou de ir ao canal e limpar os detritos que se acumulavam lá. No dia seguinte, a mãe percebeu que a água já não estava fluindo de maneira correta em casa.
Quando o pai chegou de viagem, uma das primeiras coisas que a mãe lhe disse foi que a água já não estava fluindo corretamente. O pai chamou o filho e perguntou se ele havia limpado o canal que conduzia água ao poço a cada dia. O filho confessou que havia deixado de fazer a tarefa. Juntos, pai e filho foram até o canal e limparam os escombros. Mais uma vez a água da montanha fluiu perfeitamente até a cisterna da casa.
Assim é a nossa vida. Às vezes permitimos que os detritos se acumulem em nosso relacionamento com o nosso Deus. Precisamos limpar os escombros para que as águas vivificantes de Deus possam fornecer o alimento espiritual à sua necessidade!
Depois de estudar Neemias 8, quais são os seus desejos pessoais para o crescimento e reavivamento?

[1] COSTA, Herminsten Maia Pereira. Raízes da Teologia Contemporânea. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2003, p. 80.
[2] MacArthur, J. F., Jr. (1992). Rediscovering expository preaching (47). Dallas: Word Publishing.
[3] Fleming, J. L. (2005; 2005). Rebuilding the Wall (Ne 8.1–6). James L. Fleming.
[4] Wiersbe, W. W. (1996). Be Determined. “Be” Commentary Series (96). Wheaton, IL: Victor Books.
[5] Fleming, J. L. (2005; 2005). Rebuilding the Wall (Ne 8.1–6). James L. Fleming.
[6] Wiersbe, W. W. (1996). Be Determined. “Be” Commentary Series (96). Wheaton, IL: Victor Books.
[7] Campbell, Nehemiah: Man in Charge. Page 73.
[8] Fleming, J. L. (2005; 2005). Rebuilding the Wall (Ne 8.1–6). James L. Fleming.
[9] Boice, J. M. (2005). Nehemiah: An expositional commentary (93). Grand Rapids, MI: BakerBooks.
[10] Charles Spurgeon, Lectures to My Students [Zondervan], pp. 391-392)
[11] CALVINO, João. Romanos, São Paulo, Edições Paracletos, 1997, p. 430-432.
[12] CALVINO, João. Romanos, p. 330.
[13] CALVINO, João. 1Coríntios. São Paulo: Edições Paracletos, 1996, p. 377.
[14] CALVINO, João. 1Coríntios. São Bernardo do Campo, SP: Edições Paracletos, 2003.
[15] MURRAY, John. Calvin as Theologian and Expositor. Carlisle, Pennsylvania, The Banner of Truth Trust, Collected Writings of John Murray, Vol. I, 1976, p. 306.
[16] Carta escrita a Sebastian Egbertsz, publicada em 1704. Vd. F.F. BRUCE, The History of New Testament Study. In: I.H. MARSHALL, ed. New Testament Interpretation; Essays on Principles and Method, p. 33. A. Mitchell HUNTER, The Teaching of Calvin: A Modern Interpretation, p. 20; P. SCHAFF, History of the Christian Church, Vol. VIII, p. 280.
[17] BLACKWOOD, Andrew Watterson, A Preparação de Sermões, Editora Juerp e Aste, Rio de Janeiro, 1981, p. 80.
[18] LLOYD-JONES, Martyn. Pregação & Pregadores, Editora Fiel, São Paulo, 2001, p. 29.
[19] STOTT, John. O Perfil do Pregador. São Paulo: Editora Sepal. 1989, p. 37.
[20] Fleming, J. L. (2005; 2005). Rebuilding the Wall (Ne 8.9). James L. Fleming.
[21] Boice, J. M. (2005). Nehemiah: An expositional commentary (95). Grand Rapids, MI: BakerBooks.
[22] Fleming, J. L. (2005; 2005). Rebuilding the Wall (Ne 8.13–18). James L. Fleming.





























































































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