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sábado, 29 de setembro de 2012

Devemos Guardar o Sábado?


É importante saber que a palavra “shabbath”, traduzida por sábado em Êxodo 20, significa literalmente “descanso”. Essa informação é importante, pois mostra que os cristãos que guardam o domingo não descumprem o mandamento. Nós continuamos descansando um dia, depois de seis trabalhados. O Shabbath seria um dia que marca o fim da semana e a cessação do seu trabalho.[1]
Embora existam opiniões diferentes sobre se os cristãos devem guardar ou não o sábado, a Bíblia diz que não estamos mais debaixo da Lei (Rm 6.14). Assim, o domingo não é o sábado cristão, com uma lista de coisas que podemos ou não podemos fazer (Rm 14.5; Gl 4.10; Cl 2.16-17). Entretanto, ao mesmo tempo, há princípio nas leis do sábado no Antigo Testamento que podemos e devemos aplicar hoje.
Murray afirma corretamente que “... o Shabbath... não deve ser definido em termos de cessação das atividades, mas cessação do tipo de atividade que fazia parte do trabalho nos outros seis dias”.[2] Domingo é também um bom dia para investir tempo com outros crentes e tempo com o Senhor durante os horários que estávamos ocupados durante a semana no trabalho.
Conforme a Confissão de Fé de Westminster, “Deus designou particularmente um dia em sete para ser um sábado (descanso) santificado por Ele; desde o princípio do mundo, até a ressurreição de Cristo, esse dia foi o último da semana; e desde a ressurreição de Cristo foi mudado para o primeiro dia da semana, dia que na Escritura é chamado Domingo, ou dia do Senhor, e que há de continuar até ao fim do mundo como o sábado cristão”. Ref. Êx 20.8-11; Gn 2.3; 1Co 16.1-2; At 20.7; Ap 1.10; Mt 5.17-18. (Capítulo XXI, Do Culto Religioso e do Domingo, Seção VII).


1. Jesus é o Senhor do Sábado.
Quando nos voltamos para o Novo Testamento, de forma especial, para os Evangelhos, percebemos que o foco da instituição do sábado dentro do judaísmo é muito evidente. Assim, é possível compreender que diante de tanta ênfase algo novo foi acrescentado ao sábado. No Antigo Testamento, o sábado era um dia de descanso e não de adoração.[3] Com o surgimento da sinagoga, Israel teve a oportunidade de reunir-se nas sinagogas no dia de sábado. No entanto, mesmo tendo Jesus observado o sábado, ele declarou ser ele mesmo o cumprimento do sábado. Isso não quer dizer que ele não obedeceria ao mandamento do sábado, significa que, de fato, ele representa e cumpre esse mandamento, porque é o Senhor do sábado.
Ao ser questionado pelos fariseus, quando os discípulos foram acusados de quebrar o sábado porque haviam colhido espigas, Jesus declarou: “Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos,  não teríeis condenado inocentes. Porque o Filho do Homem é senhor do sábado” (Mt 12.7-8). Jesus honrou e reconheceu o sábado, mas, ainda mais importante, ele identificou-se como o Senhor do sábado.
Mais adiante, os fariseus tentando apanhar Jesus na quebra do sábado, questionaram se era lícito curar no sábado. Jesus respondeu: “Tendo Jesus partido dali, entrou na sinagoga deles. Achava-se ali um homem que tinha uma das mãos ressequida; e eles, então, com o intuito de acusá-lo, perguntaram a Jesus: É lícito curar no sábado? Ao que lhes respondeu: Qual dentre vós será o homem que, tendo uma ovelha, e, num sábado, esta cair numa cova, não fará todo o esforço, tirando-a dali? Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha? Logo, é lícito, nos sábados, fazer o bem. Então, disse ao homem: Estende a mão. Estendeu-a, e ela ficou sã como a outra. Retirando-se, porém, os fariseus, conspiravam contra ele, sobre como lhe tirariam a vida” (Mt 12.9-14).
Para os fariseus, o sábado havia se tornado uma imposição e uma mera instituição. Contudo, somente Deus tem o direito de definir o sábado e Ele o faz, definitivamente, em Cristo.[4] Perceba que os fariseus estavam dispostos a tirar a vida do Senhor Jesus e assim quebrar o sexto mandamento “não matarás” (Êx 20.13), simplesmente porque entendiam que Jesus não cumpria o quarto mandamento.


2. O Sábado foi substituído pelo domingo da ressurreição.
Ao analisar a vida da igreja no Novo Testamento, não encontramos um padrão sabatino. Em vez disso, encontramos a celebração do Dia do Senhor. Em Atos, encontramos os fiéis reunidos no primeiro dia da semana, em plena conexão com a ressurreição do Senhor Jesus.
Quando Paulo instruiu os coríntios a contribuir para a coleta dos santos na Judéia no primeiro dia da semana, pressupõe que o domingo era o dia em que eles se reuniam (1Co 16.2). Paulo em sua carta aos Colossenses instruiu aos seus leitores dizendo que a observância do sábado não era necessária (Cl 2.16). Inácio, bispo de Antioquia, escreveu no início do segundo século que o Dia do Senhor deve ser observado no lugar do sábado (Ign. Magn. 9.1).[5]
É interessante observar que, a estratégia missionária de Paulo era entrar nas sinagogas no sábado e pregar sobre Cristo aos judeus. Todavia, a igreja se reunia no Dia do Senhor, no primeiro dia da semana.
Além do mais, cada um dos Evangelhos enfatiza a tradição que Jesus ressuscitou no primeiro dia da semana. Essa ênfase, provavelmente, reflete a prática litúrgica. Esta associação é especialmente clara em Lucas, onde a história de Emaús liga o primeiro dia da semana a ressurreição de Jesus e o partir do pão (Lc 24.13-35).
A frase “Dia do Senhor” ocorre apenas uma vez no Novo Testamento, em Apocalipse 1.10. Uma frase similar aparece também na obra Didache (“ensino”, em grego), escrita no final do primeiro século, provavelmente na Síria. Os leitores deste trabalho são instruídos a se reunir no dia do Senhor para partir do pão e dar graças (Did. 14.1).


3. O Propósito do Dia do Senhor.
            O propósito do Dia do Senhor é o mesmo do sábado do Antigo Testamento? A resposta é não! No Novo Testamento, o dia do Senhor é principalmente sobre adoração, sobre a pregação da Palavra, sobre a Ceia do Senhor, onde a comunhão dos santos aponta para uma refeição que ainda está por vir. O Dia do Senhor aponta não apenas para o passado, para a ressurreição do Senhor Jesus Cristo, mas também aponta para frente, escatologicamente, para aquele descanso que vamos desfrutar quando estivermos na presença do Senhor e não houver mais nenhum trabalho.[6] “Portanto, resta um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas” (Hb 4.9-10).
No céu, não haverá evangelismo, missões ou obras de caridade. Tudo vai ser perfeito. Todos ficarão bem! Todos os olhos estarão secos e cada lágrima será enxugada.


4. O Dia do Senhor não é uma imposição.
O domingo (Dia do Senhor) deve ser um dia específico para um fim específico (Is 58.1). A questão principal é o que devemos fazer em vez do que não devemos fazer no dia do Senhor.
Há coisas que não devemos fazer no Dia do Senhor? Certamente que sim. Qualquer coisa que venha a prejudicar nossa adoração não deve ser feita. Tudo o que possa roubar do Dia do Senhor a prioridade da adoração, não deve ser feito.[7] Nesse dia, devemos nos envolver em atividades de adoração, ensino e aprendizado das Escrituras.
Para os cristãos, este dia não é um dia de regras humanas (Cl 2.16) para alcançar a salvação (Gl 4.9-10). Pelo contrário, é o dia do Senhor (Ap 1.10), o dia para celebrar a ressurreição (Jo 20.1, 19) e da vinda do Espírito Santo (At 2.1). É um tempo de renovação (Êx 20.8-11), bênção (Mt 12.9-14) e alegria (Is 58.13).
Logo, os cristãos não estão sob as leis específicas do sábado do Antigo Testamento (Gl 4.10). Mas nos foi dado um novo dia, o “Dia do Senhor”, para desfrutar. É um dia de culto alegre e vivo. Mas será que realmente apreciamos como tal? Será que realmente o utilizamos o domingo para o culto e testemunho cristão? Ou apenas fingimos fazê-lo, ao passar alguns momentos formais na igreja e o restante assistindo futebol ou simplesmente descansando?[8]

           
Algumas considerações sobre o domingo:

1.      Jesus Cristo ressuscitou no primeiro dia da semana (Jo 20.1).
2.      Jesus após a ressurreição apareceu aos discípulos no primeiro dia da semana (Jo 20.19, 20);
3.      A descida do Espírito Santo no dia de pentecostes aconteceu no primeiro dia da semana (At 2.1);
4.      Os discípulos partiram o pão no primeiro dia da semana (Atos 20.7);
5.      A evidência em Corinto sugere que a igreja se reunia no primeiro dia da semana (1Co 16.2);
6.      Jesus apareceu para João na ilha de Patmos no primeiro dia da semana (Ap 1.10).
7.      Os apóstolos não permitiram que os cristãos gentios fossem obrigados a viver de acordo com costumes judaicos (Cl 2.16-17, At 15.20, Rm 14.5-6);
8.      O início do quarto mandamento encontra o seu propósito e realização em Cristo (Hb 4.1-16);
9.      A ausência de uma ordem explícita para os escravos e cristãos mestres para observar o sábado (Ef 6.5-9, Cl 3.22-4.1, 1Tm 6.2, 1Pe 2.18) sugere que o Novo Testamento não exigia uma observação de um domingo cerimonial (ou sábado).

“... e de que, no ano sétimo, abririam mão da colheita e de toda e qualquer cobrança” (v. 31) – Além do sábado, o povo assumiu o compromisso solene de também observar o Ano Sabático (Lv 25.1-7, 20-22; Dt 15.1-11). Cada sétimo ano, os judeus deveriam deixar a terra descansando para que ela pudesse se restaurar, um excelente princípio da ecologia.[9] Depois de sete anos sabáticos, eles deveriam celebrar o quinquagésimo ano como o “Ano do Jubileu” (Lv 25.8). Nesse ano a terra não era cultivada; todas as terras vendidas ou confiscadas eram devolvidas aos seus donos anteriores; e todos os escravos eram libertados (Lv 25.8-55; 27.16-25).
A nação não tinha fielmente celebrado estas observâncias especiais sabáticas. Esta foi uma das razões por que Deus enviou-os ao cativeiro (2Cr 36.21), para que pudessem dar a terra 70 anos de descanso (Jr 29.10).




[1] CARSON, D. A. (organizador), Do Shabbath para o Dia do Senhor. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2006, p. 23.
[2] MURRAY, John. Principles of Conduct (Grand Rapids: Eerdmans, 1957), p. 33.
[3] MOHLER Jr. R. Albert. Palavras do Fogo, Como ouvir a voz de Deus nos Dez Mandamentos. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2010, p. 68.
[4] MOHLER Jr. R. Albert. Palavras do Fogo, Como ouvir a voz de Deus nos Dez Mandamentos. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2010, p. 70.
[5] Achtemeier, P. J., & Society of Biblical Literature. (1985). Harper’s Bible dictionary (1st ed.) (574–575). San Francisco: Harper & Row.
[6] MOHLER Jr. R. Albert. Palavras do Fogo, Como ouvir a voz de Deus nos Dez Mandamentos. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2010, p. 74.
[7] MOHLER Jr. R. Albert. Palavras do Fogo, Como ouvir a voz de Deus nos Dez Mandamentos. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2010, p. 76.
[8] Boice, J. M. (2005). Nehemiah: An expositional commentary (111). Grand Rapids, MI: BakerBooks.
[9] Wiersbe, W. W. (1996). Be Determined. “Be” Commentary Series (123). Wheaton, IL: Victor Books.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O Deus de Toda Alegria – Ne 12.27-47

propaganda blog estudos por Rev. Jocarli A. G. Junior

A dedicação dos muros é o tema central de Neemias 12. Depois de terem se mudado para a cidade, os cidadãos decidiram dedicar esse projeto a Deus.[1] No entanto, encontramos muito mais do que isso. Encontramos pessoas cujos corações estavam realmente felizes! Mesmo cheio de incertezas quanto ao futuro, mesmo que tivessem que pedir ajuda financeira para construir suas casas, eles realmente estavam alegres, porque os seus olhos estavam no Senhor.

A narrativa conta como Neemias foi capaz de reunir os levitas, músicos e cantores de várias regiões do país para adorar ao Senhor. Neemias organizou dois grandes corais que andaram por cima dos muros até chegarem ao templo. Cada grupo era liderado por sacerdotes e músicos que bendiziam o nome de Deus em uma grande celebração, uma grande festa espiritual de dedicação dos muros.

Na verdade, o capítulo 12 é o ápice do livro de Neemias. É também um novo capítulo na história de Jerusalém. É um momento de intensa alegria na presença do Eterno. Depois de ouvirem a Palavra pregada (Ne 8); depois de uma belíssima oração de arrependimento (Ne 9); depois de assumirem um compromisso de obedecerem aos mandamentos de Deus (Ne 10); depois de mudaram para Jerusalém, o povo recebeu a graça de se alegrar em Deus (Ne 12.43). As palavras do Salmista são oportunas neste momento: “Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes” (Sl 126.6).

Assim, no capítulo 12, encontramos as etapas necessárias para uma vida cheia da presença de Deus, e consequentemente, cheia de alegria. O processo se divide em três etapas: preparação, proclamação e provisão.

I. A Preparação

27 Na dedicação dos muros de Jerusalém, procuraram aos levitas de todos os seus lugares, para fazê-los vir a fim de que fizessem a dedicação com alegria, louvores, canto, címbalos, alaúdes e harpas. 28 Ajuntaram-se os filhos dos cantores, tanto da campina dos arredores de Jerusalém como das aldeias dos netofatitas, 29 como também de Bete-Gilgal e dos campos de Geba e de Azmavete; porque os cantores tinham edificado para si aldeias nos arredores de Jerusalém. 30 Purificaram-se os sacerdotes e os levitas, que também purificaram o povo e as portas e o muro.

Em Neemias 6, descobrimos que os muros foram restaurados em 52 dias (Ne 6.15). Mas, porque somente agora no capítulo 12, encontramos a dedicação dos muros de Jerusalém? Por que o capítulo 12 pode ser considerado o clímax do livro?

O livro pode ser divido em duas partes. A primeira diz respeito à construção e restauração dos muros, uma tarefa em que Neemias desempenhou o papel principal (1-7). A segunda parte, mais curta, refere-se ao avivamento em Jerusalém. Neste avivamento, Esdras, o sacerdote e chefe espiritual da nação, é a figura mais proeminente (8.1-12.26). Todavia, na dedicação dos muros, essas duas importantes seções do livro se encontram e se unem. Esdras está presente para levar metade das pessoas em celebração. Neemias leva a outra metade.[2] Além disso, o mais importante é o fato de que os dois grupos circulam pelos muros que Neemias construiu e convergem para o templo, o centro espiritual da vida da nação em que Esdras presidiu.

“Então, fiz subir os príncipes de Judá sobre o muro e formei dois grandes coros em procissão...” (v. 31) – É significativo observar que a narrativa está na primeira pessoa, o que foi feito na primeira metade do livro, é retomado agora. Ou seja, Neemias havia assumido um papel secundário, enquanto Esdras, o sacerdote conduzia o povo em uma renovação e dedicação ao Senhor. Mas agora, Neemias reassume o papel principal. Era certamente apropriado que ele conduzisse as pessoas na dedicação dos muros, uma vez que ele havia sido o motor principal na sua reconstrução.

“Na dedicação dos muros de Jerusalém, procuraram aos levitas de todos os seus lugares, para fazê-los vir a fim de que fizessem a dedicação com alegria, louvores, canto, címbalos, alaúdes e harpas” (v. 27) – Os judeus tinham razão para estar contentes. Deus graciosamente havia tomado à situação angustiante que eles viviam, e através de Neemias, transformou em algo alegre e cheio de esperança. Deus havia mudado o coração do rei Artaxerxes, envergonhado os inimigos e capacitado Neemias com sabedoria e espírito de liderança. Depois 52 dias, e muito trabalho, o povo tinha muito que celebrar.

Por várias vezes nas Escrituras, somos convidados a ser um povo alegre. O Salmo 100, por exemplo, começa dizendo, “Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras. Servi ao SENHOR com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico” (Sl 100.1-2). O Salmo 98 parece muito semelhante: “Celebrai com júbilo ao SENHOR, todos os confins da terra; aclamai, regozijai-vos e cantai louvores” (Sl 98.4). O profeta Isaías havia proclamado: “Assim voltarão os resgatados do SENHOR e virão a Sião com júbilo, e perpétua alegria lhes coroará a cabeça; o regozijo e a alegria os alcançarão, e deles fugirão a dor e o gemido” (Is 51.11). Mesmo Neemias havia declarado: “não vos entristeçais, porque a alegria do SENHOR é a vossa força” (Ne 8.10).

A alegria cristã verdadeira é um privilégio e um dever. Isso significa que, não devemos ficar esperando que as circunstâncias mudem para realmente se alegrar em Deus. Na verdade, somos ordenados a viver sempre alegres (1Ts 5.16). Devemos nos alegrar sempre (Fp 4.4). A alegria não é uma opção disponível apenas para aqueles cujo temperamento é propício para isso. Deus quer que cada um de Seus filhos apresente o fruto da alegria.[3]

Alguém roubou a sua alegria? Se a sua alegria está faltando hoje em dia, você precisa orar como Davi, “Restitui-me a alegria da salvação” (Sl 51.12). Não deixe satanás ou qualquer outra pessoa roubar-lhe esse dom precioso de Deus para sua vida.

“Purificaram-se os sacerdotes e os levitas, que também purificaram o povo e as portas e o muro” (v. 30) – Um dos obstáculos mais comuns para a falta de alegria é o pecado em nossa vida. A alegria cristã é essencialmente o fruto da comunhão com Deus. Obviamente, o pecado quebra essa comunhão e a alegria de Sua presença.

A fim de continuar a celebração dos muros, o coração tinha que ser preparado. Da mesma forma, precisamos nos lembrar de que, antes de ministrar aos outros, nossos corações devem estar limpos diante de Deus. Santidade precede felicidade. Charles Swindoll estava certo quando escreveu: “O primeiro passo para um semblante feliz é um coração limpo”.

II. A Procissão

31 Então, fiz subir os príncipes de Judá sobre o muro e formei dois grandes coros em procissão, sendo um à mão direita sobre a muralha para o lado da Porta do Monturo.

A dedicação dos muros foi um tempo precioso para louvar a Deus. Neemias organizou dois corais para caminhar em sentidos opostos por cima dos muros até que os dois se encontrassem no templo.

“Ajuntaram-se os filhos dos cantores...” (v. 28) – Neemias reuniu os levitas de várias cidades ao redor de Jerusalém (cf. 11.3, 20), e também, de outras cidades para a cerimônia de dedicação. Era para ser um momento para entoar músicas de ação de graças (Ne 12.8) a Deus com instrumentos musicais (cf. 1Cr 25.1). Cantores, que eram levitas, subiram do sul de Jerusalém (as aldeias de Netofa), do leste (Bete-Gilgal), e do norte (as cidades benjamitas de Geba e Azmavete).[4] Os preparativos também incluíam limpeza cerimonial de todas as pessoas e das portas dos muros (Lv 16.30). Isso foi feito sem dúvida pela aspersão do sangue de animais sacrificados.

Eles cantaram louvores com acompanhamento de pratos, harpas e liras. É interessante observar que o capítulo se refere seis vezes a Davi, duas vezes chamado de “homem de Deus” (12.24, 36, 37 [duas vezes], 45, e 46). Davi era um homem segundo o coração de Deus, porque ele era um adorador. Ele montou todo o sistema de adoração que essas pessoas procuravam seguir (12.46).

1. Um grande coral

“Então, fiz subir os príncipes de Judá sobre o muro e formei dois grandes coros em procissão... Esdras, o escriba, ia adiante deles...” (v. 31 e 36) – Neemias reuniu dois corais (v. 8, 27.), O número de cada coro não é indicado. Os dois grupos, provavelmente começaram perto da porta do Vale, avançando em direções opostas, que curiosamente é o lugar onde Neemias começou e terminou sua inspeção noturna dos muros que estavam em ruínas (Ne 2.13-15).

O grupo sob a liderança de Esdras caminhou por cima dos muros em direção a Porta do Monturo (v. 31) e passando pela Porta da Fonte até a Porta das Águas.

“O segundo coro ia em frente, e eu, após ele; metade do povo ia por cima do muro, desde a Torre dos Fornos até ao Muro Largo...” (v. 28) – O segundo grupo caminhou em sentido horário, provavelmente começando na porta do Vale e passando por várias portas e torres, até chegar ao Portão da Guarda. Este grupo incluía Neemias e metade dos magistrados (12.40), sacerdotes (sete deles, com trombetas), e oito outras pessoas que aparentemente eram cantores.

Mas, por que Esdras e Neemias organizaram este tipo de culto de dedicação? Por que eles não se encontram na área do templo com os levitas e sacerdotes? Ao que parece, a caminhada em cima dos muros (v. 31, 38) era uma excelente resposta aos inimigos. Tobias havia declarado que depois de ser restaurado, o muro seria tão fraco que mesmo uma raposa em cima dele seria capaz de destruí-lo (Ne 4.3).[5]

Ver as duas procissões marchando por cima dos muros deve ter sido uma visão impressionante. Sem dúvida alguma, foi uma oportunidade para mostrar a todos que o trabalho foi feito pelas mãos de Deus (6.16).

A Procissão nos Muros de Jerusalém

Grupo da Esquerda

Grupo da Direita

Liderado por Neemias (v. 38)

Liderado por Esdras (v. 31-37)

Coro (v. 38)

Coro (v. 31)

Neemias (v. 38)

Hosaías (v. 32)

Metade dos Funcionários (v. 40)

Metade dos Príncipes (v. 32)

Sete sacerdotes com
trombetas nomeados
(v. 41)

Sete sacerdotes com
trombetas nomeados 

(v. 33-35)

Oito Cantores liderados

por Jezraías
(V. 42)

Oito instrumentistas liderados

por Zacarias
(vv. 35-36)

2. Uma grande alegria

O mais importante sobre a dedicação dos muros não foi a marcha ao redor dos muros. Mas, a expressão de alegria e louvor das pessoas. Quando o povo de Deus se consagra, Deus os alegra (v. 43).

“No mesmo dia, ofereceram grandes sacrifícios e se alegraram; pois Deus os alegrara com grande alegria... de modo que o júbilo de Jerusalém se ouviu até de longe” (v. 43) – Quando os dois grupos sem encontraram, sacrifícios foram feitos e as pessoas se alegraram tão alto que podia ser ouvido de longe. Esta foi a terceira vez na história de Israel que os “gritos” foram ouvidos “de longe”. Os soldados gritaram quando a arca da aliança entrou no acampamento (1Sm 4.5), mas depois houve derrota vergonhosa. Quando a fundação do templo foi lançada, quase um século antes, os trabalhadores gritavam de alegria, mas sua alegria foi misturada com a tristeza de muitos idosos. As pessoas mais velhas se lembravam do antigo templo, que foi destruído por Nabucodonosor, e contrastavam com a nova fundação (Ed 3.8-13). No entanto, os gritos na dedicação dos muros foram de pura alegria, para a glória do Senhor. Warren Wiersbe sabiamente escreveu: “por causa desse registro na Palavra de Deus, aquele grito foi ouvido em todo o mundo”![6]

“No mesmo dia, ofereceram grandes sacrifícios e se alegraram; pois Deus os alegrara com grande alegria; também as mulheres e os meninos se alegraram...” (v. 43) – O versículo 43 é o clímax da história, e é impressionante que a raiz da palavra hebraica para alegria ou regozijo ocorre cinco vezes em apenas um versículo.[7]

As pessoas estavam alegres porque “Deus os alegrara com grande alegria”. Sua alegria era espiritual e não apenas uma algo hedonista. Era exatamente o que Paulo escreveu aos Filipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Outra vez vos digo: Alegrai-vos” (Fp 4.4).

“... também as mulheres e os meninos se alegraram...” (v. 43) – A alegria não contagiou apenas os “músicos profissionais” que louvavam a Deus, mas também, as mulheres e crianças se juntaram ao grande coral (Ne 12.43). Eles tinham ouvido a Palavra na Porta das Águas (8.2), por isso era justo que eles agora expressassem sua adoração ao Senhor.

Foi um dia muito especial para o povo de Deus em Jerusalém. A vida é cheia de momentos agradáveis e felizes como esse. Você certamente já experimentou um desses momentos alegres. A alegria de passar no vestibular, de conseguir o primeiro trabalho ou a felicidade do casamento. E o que dizer da alegria de ver o nascimento do primeiro filho, é algo inexplicável! Parece que o mundo para diante do nascimento do pequenino. Bem, este foi um desses dias. Deus tinha sido misericordioso e tinha renovado sua aliança com eles. Havia esperança neste dia!

É um quadro de grande paz e tranquilidade. Porém, esses bons momentos são atenuados pela realidade de que a vida não possui apenas ocasiões majestosas, mas também períodos de intensa dor e muitas lágrimas. A vida é cheia de incertezas! Grandes provações podem bater a nossa porta de repente! Logo, a grande questão é: como podemos suportar esses períodos de intensa dor?

O Salmo 23 descreve a Deus como o Supremo Pastor; Ele alimenta, conduz e cuida de Suas ovelhas. E no versículo 4, está escrito: “Mesmo que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo”. Deus não nos promete ausência de vales. No entanto, Ele diz que ao passarmos pelos vales Ele estará conosco.

Assim, a escolha é nossa. Podemos ser cristãos sem alegria, ou podemos ser cristãos alegres. Nós podemos passar a vida entediada, triste e reclamando, ou podemos nos alegrar no Senhor, em saber que o nosso nome já está escrito no céu, na esperança de uma herança eterna. É um privilégio e nossa obrigação ser alegre.[8] Viver sem alegria é desonrar a Deus e negar o seu amor e o seu controle sobre nossas vidas.

Quero convidá-lo neste dia, a olhar para a fidelidade Deus. Você pode não entender o que está acontecendo, mas se você ama o Senhor, você pode ter a absoluta certeza de que todas as coisas cooperam para o seu bem (Rm 8.28). Na verdade, Deus pode realizar algo extraordinário em sua vida. Mattew Henry disse que, quanto mais clara for a nossa visão da soberania e do poder do céu menor será nosso temor diante das calamidades desta terra.[9]

Um poema de um autor desconhecido descreve muito bem a promessa da fidelidade de Deus na vida daqueles que O seguem e obedecem aos seus mandamentos:

Deus não prometeu

Céu sempre azul, e

Caminhos floridos

Sempre para você.

Deus não prometeu

Sol sem chuva,

Alegria sem tristeza,

Paz sem dor.

Mas Ele prometeu

Força do alto,

Compaixão infalível,

E amor eterno.

III. A Provisão

47 Todo o Israel, nos dias de Zorobabel e nos dias de Neemias, dava aos cantores e aos porteiros as porções de cada dia; e consagrava as coisas destinadas aos levitas, e os levitas, as destinadas aos filhos de Arão.

Com o ímpeto renovado, o povo de Judá toma providências para assegurar que os sacerdotes e levitas sejam bem cuidados. Uma coisa é gritar numa ocasião grandiosa, outra coisa é oferecer sacrifícios de louvor continuamente e fazer provisões realistas para as necessidades da igreja.[10] É interessante que esta preocupação estende-se até aos cantores e guardas. Eles sabem que se não cuidarem de sustentar aqueles que contribuem para o seu bem-estar espiritual, sofrerão as consequências da sua negligência (Ne 12.44-47).[11]

“Ainda no mesmo dia, se nomearam homens para as câmaras dos tesouros, das ofertas, das primícias e dos dízimos, para ajuntarem nelas...” (v. 44) – O povo tinha feito uma aliança com Deus para apoiar o ministério do templo (Ne 10.32-39), e mantiveram suas promessas. Alguns dos levitas foram nomeados para supervisionar a coleta e o armazenamento das ofertas no templo. Aqui temos uma importante lição, há uma conexão entre os lábios e o bolso.[12] Adoramos a Deus como nossos lábios e honramos a Deus com as primícias de nossa renda.

“... pois Judá estava alegre, porque os sacerdotes e os levitas ministravam ali” (v. 44) – Onde há união entre o povo de Deus, ali o Senhor ordena a Sua bênção e a vida para sempre (Sl 133.3).

As pessoas entregavam seus dízimos e ofertas, não só porque era o mandamento de Deus, mas também porque eles estavam “alegres com os sacerdotes e os levitas que ministram” (v. 44). Os ministros do templo se tornaram espelho para o povo, tanto em sua pureza pessoal quanto em sua obediência à Palavra de Deus (v. 30, 45). Além disso, eles conduziram o culto, não de acordo com suas próprias ideias, mas em obediência às instruções dadas por Davi e Salomão (v. 46).

O resultado deste culto alegre de dedicação foi uma oferta abundante de produtos para sustentar o trabalho do ministério. O povo contribui “não com tristeza ou por necessidade”, mas com alegria e gratidão (2Co 9.7). O missionário Hudson Taylor costumava dizer: “Quando a obra de Deus é feita do jeito de Deus e para a glória de Deus, nunca faltará o sustento de Deus”.[13]

“Todo o Israel, nos dias de Zorobabel e nos dias de Neemias, dava aos cantores e aos porteiros as porções de cada dia...” (v. 47) – Neemias com muito cuidado utiliza as palavras “Ainda no mesmo dia” (v. 44); “nos dias” (v. 47) e “naquele dia” (13.1).

Isso significa que os tempos de alegria, embora sejam importantes, não são fins em si mesmos. Neemias, ao invés de deixar o leitor em um final de conto de fadas de celebração imaculada nos pátios do templo, ele declara como essa alegria poderia ser mantida a longo prazo.[14]

Que dia foi aquele! Que celebração foi aquela! As pessoas deixaram os seus interesses de lado e se voltaram completamente para o Senhor. Eles experimentaram uma alegria genuína, uma alegria que veio do céu, da parte de Deus. Você não gostaria de experimentar um dia assim?

Conclusão:

Como isso é possível? Warren Wiersbe estava certo quando disse que, “é nossa adoração constante que nos prepara para as crises da vida”.[15] Ou seja, aquilo que a vida faz conosco depende do que a vida encontra em nós.

A felicidade não depende de circunstâncias externas, mas de uma perspectiva correta dos fatos. A crise não faz a pessoa, a crise revela a pessoa. Em um momento de provação, você busca o que você confia. Um alcoólatra se volta para a garrafa. Um viciado se entrega as drogas. Uma pessoa do mundo se volta para a sabedoria do mundo. Um cristão deve voltar-se para o Senhor.

A pessoa que abandona “a sua fé” quando as coisas ficam difíceis está apenas provando que ele realmente não tinha fé.[16] Mas a fé genuína crescerá mais forte através das provações. A melhor decisão a tomar em meio às aflições da vida é confiar no coração amoroso e misericordioso do Eterno. Fé significa entregar tudo a Deus e obedecer a Sua Palavra, a despeito das circunstâncias, consequências ou sentimentos. As tragédias devem nos levar a uma fé mais profunda e duradoura em Deus como a única âncora que pode nos manter firmes durante os vendavais.[17]

Com a ajuda de Deus, podemos acertar nossa perspectiva no meio da calamidade e sair do outro lado melhores do que entramos. Podemos experimentar hoje alguns benefícios da glória futura. O príncipe dos pregadores, Charles Spurgeon costumava dizer, “Uma fé pequena levará sua alma para o céu, mas uma grande fé trará o céu a sua alma”.[18]

Os judeus se alegraram com a restauração dos muros e com provisão de Deus. Eles cantaram juntos, e o júbilo de Jerusalém se ouviu até de longe. As circunstâncias mudaram? Não, eles tinham mudado.

E você?


[1] Swindoll, Charles R. Hand Me Another Brick. [Word Publishing, Thomas Nelson Company], 1998, p. 144).

[2] Boice, J. M. (2005). Nehemiah: An expositional commentary (126). Grand Rapids, MI: BakerBooks.

[3] Bridges, J. (2006). The Fruitful Life: The Overflow of God’s Love Through You (75–77). Colorado Springs, CO: NavPress.

[4] Walvoord, J. F., Zuck, R. B., & Dallas Theological Seminary. (1985). The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures (Ne 12.27–30). Wheaton, IL: Victor Books.

[5] Walvoord, J. F., Zuck, R. B., & Dallas Theological Seminary. (1985). The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures (Ne 12.31). Wheaton, IL: Victor Books.

[6] Wiersbe, W. W. (1996). Be Determined. “Be” Commentary Series (136). Wheaton, IL: Victor Books.

[7] Boice, J. M. (2005). Nehemiah: An expositional commentary (131). Grand Rapids, MI: BakerBooks.

[8] Bridges, J. (2006). The Fruitful Life: The Overflow of God’s Love Through You (85–86). Colorado Springs, CO: NavPress.

[9] Henry, Matthew: Matthew Henry's Commentary on the Whole Bible : Complete and Unabridged in One Volume. Peabody : Hendrickson, 1996, c1991, S. 2Rs 6:13

[10] KIDNER, Derek. Esdras e Neemias. São Paulo: Editora Vida Nova, 2011, p. 140.

[11] BARBER, Cyril J. Neemias e a dinâmica da liderança eficaz. São Paulo: Editora Vida, 1991, p. 144.

[12] LOPES, Hernandes Dias. Neemias, o líder que restaurou uma nação. São Paulo: Editora Hagnos, 2006, p. 190.

[13] Wiersbe, W. W. (1996). Be Determined. “Be” Commentary Series (137). Wheaton, IL: Victor Books.

[14] Willamson, H. G. M. (1998). Vol. 16: Ezra, Nehemiah. Word Biblical Commentary (389). Dallas: Word, Incorporated.

[15] WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. São Paulo: Editora Geográfica, 2007, Vl, p. 198.

[16] Wiersbe, W. W. (1996). The Bible exposition commentary (1 Pe 1:6). Wheaton, Ill.: Victor Books.

[17] HYBELS, Bill. Encontrando Deus nas Dificuldades da Vida. São Paulo: Editora Textus, p. 2003, p. 61.

[18] Wiersbe, W. W. (1996). The Bible exposition commentary (1 Pe 1:8). Wheaton, Ill.: Victor Books.

domingo, 16 de setembro de 2012

Onde você vai passar a eternidade?

SKY-HEAVEN

Uma das lindas doutrinas bíblicas é chamada de Escatologia, onde se estuda a respeito das últimas coisas, o futuro. A Bíblia fala claramente a respeito do céu, local que Jesus foi preparar para habitar com Seu povo (Jo 14.2). O inferno também existe e é o oposto: local de tormento e dor, habitação do diabo e seus anjos, onde conscientemente estarão os ímpios – aqueles que rejeitarão o Senhor Jesus, eternamente.

Sinais da Vinda de Jesus

O Senhor Jesus prometeu voltar ao mundo para consumar sua obra. Antes de ser entregue para a crucificação, Jesus falou sobre alguns sinais que precederiam a Sua volta. Em Mateus 24 estão registrados alguns deles: o crescimento do número de conflitos entre os países, guerras e rumores de guerras (v. 6); o crescimento da apostasia, a fé esfriando (v.12); o crescimento dos movimentos heréticos; o aparecimento de falsos cristãos (v.11). Também serão dias de fome, pestes, etc. O Senhor Jesus não revelou o dia e a hora de Seu retorno, mas uma coisa é certa, Ele não irá demorar (Mt 24.36; 2Pe 3.9). A ordem de Jesus é para que permanecemos sempre vigilantes, para não sermos apanhados de surpresa (Lc 12.35-37).

Alguns Conceitos Falsos

Vários conceitos são proclamados sobre a eternidade, mas são simplesmente crendices populares sem nenhuma base bíblica.

  1. Deus é amor e não mandará ninguém para o inferno - É verdade, Deus é amor, mas também é justo e santo. Aquele que não desejou viver ao Seu lado, em vida, seria uma injustiça levá-lo para morar eternamente no céu. Em João 3.16 e 18 vemos que o céu é para quem crer. Aquele que não recebeu pela fé, a purificação de seus pecados, pelo sacrifício de Jesus, continua impuro, e não entrará no céu (Ap 21.1-8).
  1. Céu e inferno são aqui na terra e no presente tempo - Aqui se faz, aqui se paga! É verdade que o resultado de muitas ações, são contempladas aqui, mas a Bíblia fala de uma colheita no juízo final (Rm 2.5-10; Gl 6.6-10).
  1. Morreu acabou - Esta é a tese do materialista: vamos virar pó e só. A Bíblia diz que não: Ec 12.7; Lc 23.43.
  1. Somente os justos ressuscitarão - Esta é a teoria adventista. Segundo eles, os ímpios ficarão dormindo, sem nenhum problema, e somente os justos ressuscitarão para a vida eterna. Essa é uma grande heresia (Veja Mt 10.28).
  1. Depois da morte voltaremos a terra para uma purificação - Esta é a teoria espírita para uma reencarnação. A medida em que a pessoa vai se reencarnando, transforma-se em algo melhor. Se fosse assim, o mundo hoje seria bem melhor que nos tempos passados, e não é isto que temos visto. Os homens estão indo de mal a pior (Hb 9.27).
  1. Ficamos em um purgatório até sermos purificados - Esta é uma doutrina católica. As pessoas que ficam, rezam pela alma dos mortos e eles saem do purgatório que é o local onde se paga pelos pecados cometidos. Entranto, lemos na Bíblia que não há saída do destino eterno: “... O verme não morre e o fogo não se apaga” (Mc 9.43-44).
  1. Só a alma que é eterna - A Bíblia diz que o corpo também aparecerá para ser transformado, no caso dos salvos. Os ímpios continuarão com o velho corpo (1Co 15.52-55; 1Ts 4.16-17).

O que a Bíblia Diz sobre a Eternidade?

Em Lc 16.19-31 encontramos de uma forma completa, uma grande janela aberta para a eternidade. Verdades claras que combatem com eficiência todas as heresias afirmadas acima. Lá aparece um rico que morre sem compromisso com Jesus e um pobre que morre com Jesus. No mesmos instante se perceberam no destino eterno, estavam conscientes e um grande abismo os separava. Lázaro foi reconhecido pelo rico e o rico não conseguiu enviar uma mensagem para os seus irmãos na terra.

A Condição das Almas após a Morte

a) As almas dos justos - São aperfeiçoadas em santidade e recebidas na glória, onde desfrutam da presença de Deus. (Lc 23.43; 2Co 5.1-9; Fp 1.23). Ficam aguardando a redenção dos corpos (Rm 8.23; 1Co 15.42-44)

b) As Almas dos Ímpios - São lançadas no inferno, onde permanecem em tormentos (Lc 16.22-26). Ficam aguardando o juízo do grande dia (Jo 5.28,29; 2Pe 2.9)

A Ressurreição dos Mortos

a) Acontecerá no último dia (Jo 6.39,40).

b) Alcançará a todos: justos e ímpios. (At 24.15; 2Co 5.10).

c) Todos ressuscitarão com os seus mesmos corpos (1Co 6.13-20).

d) Os corpos será aperfeiçoados com qualidades diferentes (1Co 15.50-55).

e) Os corpos se unirão novamente às suas almas para sempre (1Ts 4.14-17).

f) Os corpos dos injustos serão ressuscitados para a desonra (Dn 12.2).

g) Os corpos dos justos serão ressuscitados para a honra e para serem semelhantes ao corpo glorioso de Cristo (Rm 8.11; 1Co 15.32-44; Fp 3.20,21)

Conclusão:

O ensino do novo céu e da nova terra enche o nosso coração de esperança, coragem e otimismo em tempos de desespero e depravação.

Em Apolipse está registrado: “O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho” (Ap 21.7). A promessa mais maravilhosa para aqueles que vencerem, é a promessa de que estarão com Deus e serão chamados filhos de Deus. Mesmo nesta vida é um privilégio do crente ser o filho adotivo do Deus do universo (Jo 1.12; Rm 8.14-17; 2Co 6.18; Gl 4.5; Ef 1.5; Hb 12.5-9; 1Jo 3.1). Mas apenas no céu, quando os crentes entram na sua herança, a adoção se tornará plenamente efetiva (Rm 8.23).

Para os crentes, o novo céu e a nova terra será um universo de felicidade eterna na gloriosa presença de Deus. No entanto, para os incrédulos, será um lugar aterrorizante de tormento insuportável e eternamente longe da presença de Deus (2Ts 1.9). Warren W. Wiersbe corretamente escreveu: “O mundo considera os cristãos “fracassados”, mas na verdade, os não salvos é que são!”.

Diante disso, onde você vai passar a eternidade?

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Deus não é injusto – Ne 11.1-36

propaganda blog estudos por Rev. Jocarli A. Junior

Quando Winston Churchill foi nomeado primeiro-ministro da Inglaterra durante os primeiros dias da Segunda Guerra Mundial, as perspectivas de vitória eram muito pequenas. Churchill motivou a nação não prometendo nada, mas apenas, sangue e lágrimas. Ele caminhava pelas ruas bombardeadas de Londres desafiando os cidadãos da capital e do interior a segui-lo.

Um dos britânicos, que aceitou o desafio de trabalhar duro para derrotar os alemães foi uma adolescente chamada Elizabeth, a filha do rei George VI. Ela vestiu macacão e se dispôs a dirigir um caminhão para apoiar o esforço de guerra. Com o tempo, outros aliados, incluindo os Estados Unidos, desempenharam papéis importantes na guerra, mas por um bom tempo em 1940, o ingleses ficaram praticamente sozinhos e perseveraram, porque eles aceitaram o desafio de seu primeiro-ministro.[1]

No início do livro de Neemias somos informados a respeito da situação de Jerusalém: “A cidade era espaçosa e grande, mas havia pouca gente nela, e as casas não estavam edificadas ainda” (Ne 7.4). Neemias, como o primeiro-ministro Winston Churchill acima, desafiou o povo a reconstruir e repovoar a capital.

Neemias 11 é mais uma daquelas porções da Escritura que você olha e pensa: “Por que Deus colocou isso em Sua Palavra inspirada?” Todavia, ao examinar essa lista, é possível encontrar, três lições preciosas acerca do nosso envolvimento na obra do Senhor.

I. O Ministério envolve o desejo de viver onde Deus quer que você viva.

1 Os príncipes do povo habitaram em Jerusalém, mas o seu restante deitou sortes  para trazer um de dez para que habitasse na santa cidade  de Jerusalém; e as nove partes permaneceriam em outras cidades. 2 O povo bendisse todos os homens que voluntariamente se ofereciam ainda para habitar em Jerusalém.

Os muros estavam reconstruídos, mas não havia muitas pessoas vivendo na cidade (7.4). Quando o povo voltou do exílio, os muros estavam derrubados e havia muitos escombros. Era necessário muito trabalho para limpar e restaurar a cidade. Além disso, a cidade estava vulnerável e poderia facilmente ser tomada pelos inimigos.

“Os príncipes do povo habitaram em Jerusalém, mas o seu restante...” (v. 1) – Os líderes do povo, é claro, moravam em Jerusalém. Mas a maioria do povo vivia nas cidades ou em vilarejos longínquos. No primeiro momento não era um oportunidade econômica habitar na capital. Era muito mais fácil viver e cultivar o seu próprio pedaço de terra. Assim, a maioria das pessoas se contentava em não abandonar as terras e viver nas aldeias vizinhas.

Por que não havia muitas pessoas vivendo na cidade Jerusalém? A cidade estava sem muros, por cerca de 160 anos. Os judeus passaram 70 anos na Babilônia, e um adicional de 90 anos se passou antes de Neemias entrar em cena. Assim, por mais de 160 anos, Jerusalém era uma pilha de escombros. Então, o que as pessoas fizeram? Eles construíram casas espaçosas, ricamente decoradas no subúrbio. A maioria dos judeus havia abandonado a vida urbana.

A outra razão para a falta de pessoas foi o fato de que, se alguém mudasse para a cidade, teria muito trabalho para fazer. Então, como é que eles levaram as pessoas para a cidade? Isso deve ter incomodado a Câmara de Comércio de Jerusalém nos dias de Neemias. Eles tinham que elabora um plano.

Veja o versículo 1 de Neemias 11. Alguém viviam em Jerusalém? Sim, os membros da câmara de comércio: “Os líderes do povo vivia em Jerusalém”. Eles tinham que morar lá, era parte do trabalho. Eles recebiam um bônus anual, que provavelmente fazia parte de um plano de incentivo para encorajar a viver na cidade.[2] Mas o restante do povo não. Eles viviam nas aldeias vizinhas, atraentes pelo vale-subúrbio.

“... mas restante deitou sortes para trazer um de dez para que habitasse na santa cidade de Jerusalém...” (v. 1) – Neemias sabia que para a cidade se tornar forte e próspera, ela teria que ser habitada por pessoas dispostas a defendê-la. Porém, foi necessário tirar a sorte e escolher um de cada dez pessoas para morar em Jerusalém.

Alguns desses cidadãos tiveram que ser quase que “arrastados” para Jerusalém (Ne 11.1-2). O povo havia prometido dizimar seus produtos (10.37-38), agora, Neemias decidiu dizimar o povo, e 10 por cento foi escolhido por sorteio, para abandonar as aldeias em Jerusalém. [3]

“O povo bendisse todos os homens que voluntariamente se ofereciam ainda para habitar em Jerusalém” (v. 2) – Porém, algumas pessoas que não foram escolhidas se ofereceram para viver na cidade (11.2). Os que ficaram nas aldeias elogiaram aqueles que estavam dispostos a mudar-se para Jerusalém. É provável, que aqueles que se ofereceram tenham sido incluídos nos dez por cento do povo, em vez de serem adicionados.[4]

Não é de admirar que a conduta desses voluntários tenha suscitado o tributo e admiração do público, pois eles sacrificaram a sua segurança pessoal e conforto para os interesses da comunidade.[5]

“... Os homens voluntariamente se ofereciam...” (v. 2) – O que torna esta ação dos voluntários significativa é a palavra traduzida por “voluntariamente”. É uma palavra hebraica (nadab) que significa “impulsionar, impelir, incitar a partir de dentro”. Inerente à palavra estáa ideia de generosidade interior e vontade. Em outras palavras, bem no fundo, estes voluntários foram despertados, eles foram impelidos por Deus a se moverem.[6] E eles o fizeram isso de boa vontade e generosidade. Se não houvesse voluntários, a cidade não teria prosperado, nem poderia ter resistido aos ataques inimigos que surgiram nos anos posteriores.

Aqueles que se mudaram tiveram que arrancar as raízes de onde estava, desistir de sua área cultivada e mudar-se para o que rapidamente se tornou uma cidade povoada. Com base no número de homens que se mudaram para a cidade (3044), havia cerca de 10.000 pessoas, uma estimativa conservadora, que se mudaram para a cidade, com uma população total de 100.000 judeus na terra.[7] Embora fosse inconveniente, essas pessoas estavam dispostas a viver onde Deus queria que eles estivessem, a fim de servi-Lo em Seu propósito.

O registro dos que mudaram para Jerusalém inclui os filhos de Judá (468), os filhos de Benjamin (928), sacerdotes (822), levitas (284), porteiros (172) e outros. Os cantores do templo tinha um estatuto especial na cidade sob ordem direta do rei Artaxerxes (11.3-24).[8]

Uma das primeiras considerações que qualquer servo de Deus deve pensar é: “Onde Deus quer que eu viva?” Você já imaginou o que iria acontecer se na igreja local, dez por cento dos membros fossem convidados a se mudar, a fim de fortalecer e ampliar o trabalho do Senhor em outra região? Será que teríamos algum voluntário?

II. O Ministério envolve servir na área em que Deus chamou você para servir.

3 São estes  os chefes da província que habitaram em Jerusalém;  porém nas cidades de Judá habitou cada um na sua possessão, nas suas cidades, a saber, Israel, os sacerdotes, os levitas, os servidores do templo e os filhos dos servos de Salomão.

Dois grupos diferentes são mencionados em Neemias 11.4-9. Representam duas tribos separadas. Judá é uma tribo grande, enquanto Benjamim é bem pequena.[9] O capítulo 11 lista os chefes de famílias em Jerusalém (11.3-9), sacerdotes (11.10-14); levitas (11.15-18); porteiros e guardas do templo (11.19-21); várias autoridades nomeadas pelo rei da Pérsia (11.22-24), e, as pessoas que moravam fora da cidade (11.25-36).

“Dos sacerdotes: Jedaías, filho de Joiaribe, Jaquim... Dos levitas: Semaías, filho de Hassube, filho de Azricão, filho de Hasabias, filho de Buni” (v. 10 e 15) – Em seguida, os sacerdotes, levitas, e os trabalhadores do templo são nomeados (Ne 11.10-24). No entanto, é importante notar que, Deus havia reservado cidades especiais para eles (Js 21), para que pudessem legitimamente viver fora de Jerusalém, mas eles escolheram morar com o povo, enquanto serviam a Deus no templo. Como Jeremias, eles optaram por permanecer com o povo, mesmo que fosse mais seguro e mais confortável viver em outro lugar (Jr 40.1-6).

Os sacerdotes oficiavam no altar, e os levitas os assistiam. Alguns supervisionavam a manutenção do templo (Ne 11.16), enquanto outros ministravam com oração e louvor (v. 17, 22), e ambos eram importantes. Havia cerca de 300 homens designados para proteger o templo (v. 19). Uma vez que os dízimos e ofertas eram armazenados no templo, era importante que o edifício fosse protegido.[10]

Eram necessárias muitas pessoas, com habilidades diversas, para manter o ministério em Jerusalém, e cada pessoa servia a Deus em sua respectiva área. Aqueles que viviam fora da cidade tinham que cultivar a terra e fornecer alimentos para os moradores da cidade. Cada um tinha um papel diferente, mas cada papel era fundamental para a causa inteira.

De forma semelhante, no corpo de Cristo, cada membro é vital para o funcionamento e saúde do corpo (1Co 12.12-30). Devemos aprender a cooperar uns com os outros sem atrito ou rivalidade. Deus usa muitas pessoas com diferentes dons e habilidades para fazer o seu trabalho neste mundo. O importante é se entregar ao Senhor para que Ele possa nos usar como Seus instrumentos para realizar a Sua obra. Cada pessoa é importante e cada tarefa é significativa.

III. O Ministério envolve uma disposição de servir sem aclamação.

4 Habitaram, pois, em Jerusalém alguns dos filhos de Judá e dos filhos de Benjamim. Dos filhos de Judá: Ataías, filho de Uzias, filho de Zacarias, filho de Amarias, filho de Sefatias, filho de Maalalel, dos filhos de Perez;

5 e Maaséias, filho de Baruque, filho de Col-Hozé, filho de Hazaías, filho de Adaías, filho de Joiaribe, filho de Zacarias, filho do silonita.

6 Todos os filhos de Perez que habitaram em Jerusalém foram quatrocentos e sessenta e oito homens valentes.

A maioria destes nomes não significa nada para nós. Alguns não foram nem citados, mas foram relacionados com todos os seus parentes como um grupo (11.12-14). Zabdiel é nomeado (11.14), embora não signifique nada para nós, os seus 128 parentes, não mencionados, eram guerreiros valentes. Eles, mesmo não tendo o nome mencionado, se destacam por manter a cidade segura.

Em Neemias 11, encontramos cinco grupos específicos que voluntariamente se ofereceram para povoar a cidade, embora a sua entrega permanecesse anônima.

O primeiro grupo incluiu aqueles que voluntariamente se mudaram para a cidade (Ne 11.2). Eles deixaram suas casas, começaram do zero, e ainda se submeteram a um governo que não haviam escolhido. Eles abriam mão da vantagem pessoal pelo bem da coletividade. Embora pareçam insignificantes, eles eram muito importantes porque se tornaram os novos habitantes da cidade.

O segundo grupo é formado pelos Sacerdotes (Ne 11.10-14). Dos sacerdotes: Jedaías, filho de Joiaribe, Jaquim, Seraías, filho de Hilquias, filho de Mesulão, filho de Zadoque, filho de Meraiote, filho de Aitube, líder da casa de Deus e os seus parentes que realizavam o trabalho do templo, 822.

Havia 822 pessoas que voluntariamente trabalhavam no templo. O templo não tinha técnicos de iluminação, sonoplastia ou engenheiros estruturais, como em algumas de nossas igrejas hoje, mas todos, no grupo de 822 tiveram um trabalho muito importante.[11] Os sacerdotes tinham a função de orar pelo povo, ensinar a Lei e representar o povo diante de Deus.

O terceiro grupo é formado pelos Levitas (Ne 11.15-16). Os versículos 15 e 16 dizem que os Levitas presidiam “o serviço de fora da Casa de Deus...”. Eles cuidavam de todos os aspectos da Casa de Deus, uma espécie de diácono do Antigo Testamento. Os serviços realizados fora da Casa de Deus deviam ser a coleta e armazenamento de provisões, a coleta dos dízimos e impostos e a supervisão das instalações externas do edifício do templo (cf. Ed 8.33; 10.15; Ne 8.7). Embora tivessem uma função tão sublime, provavelmente, você não se lembra de um de seus nomes!

Matanias, o responsável pela oração.

Entre os Levitas, Neemias menciona “Matanias, filho de Mica, filho de Zabdi, filho de Asafe, o chefe, que dirigia os louvores nas orações” (v. 17). Você provavelmente nem sabia que existia um homem chamado Matanias, Mas Deus sabia! Ele era um líder, e, acredite ou não, ele era uma das principais causas para o sucesso do templo. Ele era o chefe dos louvores e orações do templo.

Ao que parece, hoje, gastamos mais tempo com reuniões de planejamento do que com oração. Parece que as prioridade estão invertidas. Os recursos parecem vir dos homens e não de Deus. Confia-se mais na força do ser humano, do que na capacitação divina.

Entretanto, os maiores e mais conhecidos líderes da história foram homens de oração. João Crisóstomo, Agostinho, Martinho Lutero, João Calvino, Richard Baxter, Jonathan Edwards e muitos outros.

Grande parte dos presbiterianos já ouviu falar sobre o reformador escocês John Knox. Ele foi o precursor do presbiterianismo na Escócia. John Knox é conhecido por sua vida de oração e pela declaração feita pela Rainha da Escócia, Maria. Ela disse que tinha mais medo das orações de John Knox do que um exército de dez mil homens. O que poucos sabem é que o genro de John Knox, também era um homem de oração. John Welsh orava sete horas por dia. “Eu me surpreendo como um cristão pode se deitar em sua cama à noite e não se levantar para orar”, ele dizia. Certa vez sua esposa o encontrou chorando no chão depois da meia-noite e lhe perguntou por que estava chorando. “Ó, minha querida, ele disse, “tenho 3.000 almas pelas quais responder, e eu não sei como está muitas delas”. Em outra ocasião, ela o ouviu suplicando: “senhor, tu não vais me da a Escócia?”[12]

Assim como o oxigênio é importante para nossa vida, a oração é para a vida cristã. Charles Simeon, um reavivalista inglês, investia quatro horas por dia a Deus em oração. John Fletcher, um clérigo e escritor inglês, marcava as paredes do seu quarto com o hálito das suas orações. Algumas vezes, ele passava a noite toda em oração. David Brainerd dizia: “Eu amo estar só em minha cabana, onde eu posso gastar muito tempo em oração.”[13]

Os segredos da vida oculta de oração e jejum devem ser buscados por aqueles que são chamados para liderar o povo de Deus (Atos 6 e 7). Que Deus levante entre nós mais “Matanias”. Homens e mulheres conhecidos pela piedade.

Uzi, o responsável pela adoração.

Finalmente, Neemias 11.22 nos diz sobre o desconhecido um superintendente dos levitas em Jerusalém, cujo nome era Uzi. O que ele fazia? Bem, ele estava entre os filhos de Asafe, os cantores da Casa de Deus. Essas pessoas voluntariamente cantavam para a glória de Deus.

Hoje, esses nomes são desconhecidos, mas o fato de não serem conhecidos não tem nada a ver com suas recompensas finais. Deus nunca verifica um medidor de aplausos para determinar nossas recompensas.

De forma semelhante, a igreja precisa de muitas pessoas para funcionar bem. A igreja teria sérios problemas, se não tivéssemos pessoas trabalhando nos bastidores. Existem pessoas que nunca aparecem debaixo dos holofotes, mas fazem o que Deus lhes deu para fazer nos bastidores . Eles são como nossos órgãos vitais: você nunca vê-los, mas quando um deles se fecha para baixo, você está em apuros! Observe duas coisas sobre essas pessoas:

1. A fidelidade, não a fama, é a questão.

O motivo é o que realmente importa. Se trabalharmos para tentar ganhar reconhecimento dos outros, vamos trabalhar pelo motivo errado. Vamos ficar desapontados quando os outros não nos derem os elogios que buscamos. Charles R. Swindoll escreveu com sabedoria: “Se você deseja fama e reconhecimento, você vai falhar como líder e seus esforços não serão recompensados por toda a eternidade. Isso não é uma ameaça, é uma promessa”.[14] Ele cita as palavras do Senhor Jesus em Mateus, “Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles;  doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste” (Mt 6.1).

Deus está pronto para abençoar os líderes que realmente não se importam em receber a glória.

2. Deus não é injusto.

Deus achou por bem registrar esses nomes que não significam absolutamente nada para nós. Mas significam algo para o Altíssimo, e é isso que em última análise, importa. Se você está ficando chateado porque ninguém na igreja percebe tudo o que você faz, o seu foco está no lugar errado. Olhe para o Senhor, a quem você está servindo. E lembre-se: “Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos” (Hb 6.10).

Em Efésios, o apóstolo Paulo declara que a igreja só cresce à medida que cada membro trabalha em conjunto. Quando um crente não pratica corretamente seu dom como despenseiro de Deus (1Pe 4.10), a obra de Deus sofre, porque Deus não chamou outro cristão da mesma forma ou para fazer exatamente o mesmo trabalho. É por isso que nenhum cristão deve ser um espectador.[15] Todo crente está na equipe com os dons que recebeu do Altíssimo. Esse é o plano de Deus, cada membro com suas próprias habilidades, posição e responsabilidades.

Em festas de casamentos, aniversários e outras ocasiões, muitas vezes recebemos algum presente que não usamos. Às vezes, colocamos em uma gaveta, guardamos na garagem ou mais tarde presenteamos a alguém. Mas com Deus é diferente. Cada um de Seus dons é exatamente o que precisamos para cumprir nosso trabalho. Ele nos presenteou com habilidades e capacitação correta que precisamos para servir. Não somente nossos dons nos fazem um membro insubstituível do Corpo de Cristo, mas é um sinal do grande amor do Altíssimo.

Os dons que recebemos podem nos tornar importantes, mas, não necessariamente famosos. Talvez, você não se considere tão importante quanto Neemias ou Esdras, porém, você não é anônimo para Deus.

Conclusão:

O missionário pioneiro, William Carey, era um sapateiro antes de ir para o campo missionário. Ele mantinha um mapa da Índia em sua loja, parando de vez em quando para estudá-lo, com o desejo de pregar o evangelho naquele país.

Um dia, um amigo aconselhou-o por negligenciar o seu negócio. “Negligenciar o meu negócio?” Carey disse: “Meu negócio é estender o reino de Deus. Eu só conserto sapatos para pagar as despesas”. Essa deve ser a mentalidade de cada cristão. Se você conhece a Cristo como seu Salvador, você está no ministério agora!

Não muito tempo atrás, a organização Gallup realizou uma pesquisa com moradores de cidades com população superior a 50 mil, perguntando que organização poderia melhorar a vida da cidade. Havia todos os tipos de sugestões: a prefeitura, a câmara de vereadores, jornais locais, empresas locais, grupos de moradores, a câmara de comércio, bancos, clubes de serviços, construtoras, tudo o que você possa imagina. Você sabe o que grupo liderou a lista? As igrejas locais! Eles venceram com 48 por cento dos votos, à frente até mesmo da prefeitura, que ficou em segundo lugar. Ela teve apenas 39 por cento.[16]

Os únicos que podem mudar uma cidade são aqueles que amam a Deus sobre todas as coisas e estão dispostos a fazer o que Deus quer eles façam. Você está servindo a Deus de acordo com os dons que recebeu?

O mundo está esperando para ver o que os verdadeiros cristãos podem fazer. Na realidade, Deus também está esperando.


[1] Restoring and Renewing the People of God (A Study of Ezra & Nehemiah) by Jack W. Hayford with Joseph Snider. Nashville, TN: Thomas Nelson Publishers, Inc. 1998 by Jack W. Hayford. Page 133.

[2] Swindoll, Charles R. Hand Me Another Brick. [Word Publishing, Thomas Nelson Company], 1998, p. 135).

[3] Wiersbe, W. W. (1996). Be Determined. “Be” Commentary Series (129–130). Wheaton, IL: Victor Books.

[4] Willamson, H. G. M. (1998). Vol. 16: Ezra, Nehemiah. Word Biblical Commentary (350–351). Dallas: Word, Incorporated.

[5] Jamieson, R., Fausset, A. R., & Brown, D. (1997). Commentary Critical and Explanatory on the Whole Bible (Ne 11.1). Oak Harbor, WA: Logos Research Systems, Inc.

[6] Swindoll, Charles R. Hand Me Another Brick. [Word Publishing, Thomas Nelson Company], 1998, p. 136).

[7] See Howard F. Vos, Bible Study Commentary: Ezra, Nehemiah, and Esther (Grand Rapids: Zondervan, 1987), 127.

[8] Smith, J. E. (1995). The Books of History. Old Testament Survey Series (Ne 11.1–24). Joplin, MO: College Press.

[9] BARBER, Cyril J. Neemias e a dinâmica da liderança eficaz. São Paulo: Editora Vida, 1991, p. 133.

[10] Wiersbe, W. W. (1996). Be Determined. “Be” Commentary Series (130–131). Wheaton, IL: Victor Books.

[11] Swindoll, Charles R. Hand Me Another Brick. [Word Publishing, Thomas Nelson Company], 1998, p. 138).

[12] ARMSTRONG, John, O Ministério Pastoral segundo a Bíblia, Editora Cultura Cristã, São Paulo, 2007, p. 73.

[13] BOUNDS, E. M., Purpose in Prayer, Pensilvânia, Whitaker House, 11-14. apud. LOPES, Hernandes Dias, A Importância da Pregação Expositiva para o Crescimento da Igreja. Editora Candeia, São Paulo, 2004, p. 177.

[14] Charles Swindoll. Hand Me Another Brick. [Thomas Nelson Publishers], p. 133).

[15] MacArthur, J. (1996). Ephesians (137). Chicago: Moody Press.

[16] Boice, J. M. (2005). Nehemiah: An expositional commentary (123). Grand Rapids, MI: BakerBooks.

sábado, 8 de setembro de 2012

A Cruz de Cristo

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As pessoas usam crucifixos em camisetas, tatuagens, chapéus e joias, simbolizando a mensagem cristã, embora poucos conhecem o seu real significado. A palavra grega para cruz significa “uma estaca” e se refere a uma forma brutal de pena capital usada por muitos povos antigos. A primeira prática era simplesmente empalar a vítima em um poste afiado. Com o tempo, dois pedaços de madeira foram unidos para formar um “T” ou para estender o polo vertical acima da barra como a maioria dos crucifixos hoje.

Após a sentença, os romanos obrigavam o condenado a realizar a viga para o local de execução escoltado por quatro soldados e um Centurião (Jo 19.17, Mt 27.32). Eles precediam a crucificação com açoites (Jo 19.1, Atos 22.24). (Jesus foi açoitado, aparentemente, antes de caminhar para o local da crucificação, porque Simão de Cirene foi forçado a carregar a cruz [Lc 23.26], o que sugere que Jesus não foi capaz de fazê-lo.) Os pulsos da vítima eram amarrados ou pregados na madeira (Lc 24.40), o qual era então içado e ligado ao poste vertical. Os pés eram presos, e um cartaz anunciando os crimes era exposto.

Autores antigos raramente mencionavam a crucificação. Seus leitores consideravam a crucificação algo ultrajante. Os escritores do evangelho refletem a mesma reserva. Seus relatos de julgamento e a morte de Jesus são extremamente detalhados, mas seu registro de Sua crucificação é breve. Todos os quatro simplesmente escreveram: “Eles o crucificaram” (Mt 27.35, Mc 15.24-25, Lc 23.33, Jo 19.18).

Uma vez que estas execuções eram públicas, as vítimas sofriam abuso verbal e estigma social (Mc 15.29). Apenas os escravos e criminosos perigosos eram crucificados; cidadãos romanos estavam isentos, exceto por traição ou deserção militar. Os judeus carregavam um estigma adicional, alguém pendurado em um madeiro era considerado amaldiçoado por Deus (Dt 21.23). Portanto, a mensagem cristã de um Messias crucificado levantou um problema especial para os judeus.

A acusação movida contra Jesus pelo Sinédrio, o corpo governante de Israel, foi a insurreição, um crime intolerável no Império Romano (Lc 23.2, 5). Mas o plano de Deus estava trabalhando através da política judaica e romana para fornecer a nossa salvação pela morte de Jesus (1Co 15.3)

Portanto, a cruz de Cristo é a essência da mensagem de Deus (1Co 2.2), o símbolo máximo do amor de Deus ao lançar nossa acusação dos pecados sobre Cristo, e assim, anulando as acusações contra nós (Cl 2.14). Jesus usou a cruz para simbolizar o discipulado: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8.34). Seus ouvintes entenderam que a rejeição e o sofrimento acompanham aqueles que O seguem. Hoje, quando alguém usa uma cruz, ele desfila o símbolo da redenção de Deus. Aqueles que conhecem o significado da cruz devem viver a sua verdade na presença dos outros. Você está disposto a carregar a cruz e sofrer por seguir a Jesus?