quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O Deus de Toda Alegria – Ne 12.27-47

propaganda blog estudos por Rev. Jocarli A. G. Junior

A dedicação dos muros é o tema central de Neemias 12. Depois de terem se mudado para a cidade, os cidadãos decidiram dedicar esse projeto a Deus.[1] No entanto, encontramos muito mais do que isso. Encontramos pessoas cujos corações estavam realmente felizes! Mesmo cheio de incertezas quanto ao futuro, mesmo que tivessem que pedir ajuda financeira para construir suas casas, eles realmente estavam alegres, porque os seus olhos estavam no Senhor.

A narrativa conta como Neemias foi capaz de reunir os levitas, músicos e cantores de várias regiões do país para adorar ao Senhor. Neemias organizou dois grandes corais que andaram por cima dos muros até chegarem ao templo. Cada grupo era liderado por sacerdotes e músicos que bendiziam o nome de Deus em uma grande celebração, uma grande festa espiritual de dedicação dos muros.

Na verdade, o capítulo 12 é o ápice do livro de Neemias. É também um novo capítulo na história de Jerusalém. É um momento de intensa alegria na presença do Eterno. Depois de ouvirem a Palavra pregada (Ne 8); depois de uma belíssima oração de arrependimento (Ne 9); depois de assumirem um compromisso de obedecerem aos mandamentos de Deus (Ne 10); depois de mudaram para Jerusalém, o povo recebeu a graça de se alegrar em Deus (Ne 12.43). As palavras do Salmista são oportunas neste momento: “Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes” (Sl 126.6).

Assim, no capítulo 12, encontramos as etapas necessárias para uma vida cheia da presença de Deus, e consequentemente, cheia de alegria. O processo se divide em três etapas: preparação, proclamação e provisão.

I. A Preparação

27 Na dedicação dos muros de Jerusalém, procuraram aos levitas de todos os seus lugares, para fazê-los vir a fim de que fizessem a dedicação com alegria, louvores, canto, címbalos, alaúdes e harpas. 28 Ajuntaram-se os filhos dos cantores, tanto da campina dos arredores de Jerusalém como das aldeias dos netofatitas, 29 como também de Bete-Gilgal e dos campos de Geba e de Azmavete; porque os cantores tinham edificado para si aldeias nos arredores de Jerusalém. 30 Purificaram-se os sacerdotes e os levitas, que também purificaram o povo e as portas e o muro.

Em Neemias 6, descobrimos que os muros foram restaurados em 52 dias (Ne 6.15). Mas, porque somente agora no capítulo 12, encontramos a dedicação dos muros de Jerusalém? Por que o capítulo 12 pode ser considerado o clímax do livro?

O livro pode ser divido em duas partes. A primeira diz respeito à construção e restauração dos muros, uma tarefa em que Neemias desempenhou o papel principal (1-7). A segunda parte, mais curta, refere-se ao avivamento em Jerusalém. Neste avivamento, Esdras, o sacerdote e chefe espiritual da nação, é a figura mais proeminente (8.1-12.26). Todavia, na dedicação dos muros, essas duas importantes seções do livro se encontram e se unem. Esdras está presente para levar metade das pessoas em celebração. Neemias leva a outra metade.[2] Além disso, o mais importante é o fato de que os dois grupos circulam pelos muros que Neemias construiu e convergem para o templo, o centro espiritual da vida da nação em que Esdras presidiu.

“Então, fiz subir os príncipes de Judá sobre o muro e formei dois grandes coros em procissão...” (v. 31) – É significativo observar que a narrativa está na primeira pessoa, o que foi feito na primeira metade do livro, é retomado agora. Ou seja, Neemias havia assumido um papel secundário, enquanto Esdras, o sacerdote conduzia o povo em uma renovação e dedicação ao Senhor. Mas agora, Neemias reassume o papel principal. Era certamente apropriado que ele conduzisse as pessoas na dedicação dos muros, uma vez que ele havia sido o motor principal na sua reconstrução.

“Na dedicação dos muros de Jerusalém, procuraram aos levitas de todos os seus lugares, para fazê-los vir a fim de que fizessem a dedicação com alegria, louvores, canto, címbalos, alaúdes e harpas” (v. 27) – Os judeus tinham razão para estar contentes. Deus graciosamente havia tomado à situação angustiante que eles viviam, e através de Neemias, transformou em algo alegre e cheio de esperança. Deus havia mudado o coração do rei Artaxerxes, envergonhado os inimigos e capacitado Neemias com sabedoria e espírito de liderança. Depois 52 dias, e muito trabalho, o povo tinha muito que celebrar.

Por várias vezes nas Escrituras, somos convidados a ser um povo alegre. O Salmo 100, por exemplo, começa dizendo, “Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras. Servi ao SENHOR com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico” (Sl 100.1-2). O Salmo 98 parece muito semelhante: “Celebrai com júbilo ao SENHOR, todos os confins da terra; aclamai, regozijai-vos e cantai louvores” (Sl 98.4). O profeta Isaías havia proclamado: “Assim voltarão os resgatados do SENHOR e virão a Sião com júbilo, e perpétua alegria lhes coroará a cabeça; o regozijo e a alegria os alcançarão, e deles fugirão a dor e o gemido” (Is 51.11). Mesmo Neemias havia declarado: “não vos entristeçais, porque a alegria do SENHOR é a vossa força” (Ne 8.10).

A alegria cristã verdadeira é um privilégio e um dever. Isso significa que, não devemos ficar esperando que as circunstâncias mudem para realmente se alegrar em Deus. Na verdade, somos ordenados a viver sempre alegres (1Ts 5.16). Devemos nos alegrar sempre (Fp 4.4). A alegria não é uma opção disponível apenas para aqueles cujo temperamento é propício para isso. Deus quer que cada um de Seus filhos apresente o fruto da alegria.[3]

Alguém roubou a sua alegria? Se a sua alegria está faltando hoje em dia, você precisa orar como Davi, “Restitui-me a alegria da salvação” (Sl 51.12). Não deixe satanás ou qualquer outra pessoa roubar-lhe esse dom precioso de Deus para sua vida.

“Purificaram-se os sacerdotes e os levitas, que também purificaram o povo e as portas e o muro” (v. 30) – Um dos obstáculos mais comuns para a falta de alegria é o pecado em nossa vida. A alegria cristã é essencialmente o fruto da comunhão com Deus. Obviamente, o pecado quebra essa comunhão e a alegria de Sua presença.

A fim de continuar a celebração dos muros, o coração tinha que ser preparado. Da mesma forma, precisamos nos lembrar de que, antes de ministrar aos outros, nossos corações devem estar limpos diante de Deus. Santidade precede felicidade. Charles Swindoll estava certo quando escreveu: “O primeiro passo para um semblante feliz é um coração limpo”.

II. A Procissão

31 Então, fiz subir os príncipes de Judá sobre o muro e formei dois grandes coros em procissão, sendo um à mão direita sobre a muralha para o lado da Porta do Monturo.

A dedicação dos muros foi um tempo precioso para louvar a Deus. Neemias organizou dois corais para caminhar em sentidos opostos por cima dos muros até que os dois se encontrassem no templo.

“Ajuntaram-se os filhos dos cantores...” (v. 28) – Neemias reuniu os levitas de várias cidades ao redor de Jerusalém (cf. 11.3, 20), e também, de outras cidades para a cerimônia de dedicação. Era para ser um momento para entoar músicas de ação de graças (Ne 12.8) a Deus com instrumentos musicais (cf. 1Cr 25.1). Cantores, que eram levitas, subiram do sul de Jerusalém (as aldeias de Netofa), do leste (Bete-Gilgal), e do norte (as cidades benjamitas de Geba e Azmavete).[4] Os preparativos também incluíam limpeza cerimonial de todas as pessoas e das portas dos muros (Lv 16.30). Isso foi feito sem dúvida pela aspersão do sangue de animais sacrificados.

Eles cantaram louvores com acompanhamento de pratos, harpas e liras. É interessante observar que o capítulo se refere seis vezes a Davi, duas vezes chamado de “homem de Deus” (12.24, 36, 37 [duas vezes], 45, e 46). Davi era um homem segundo o coração de Deus, porque ele era um adorador. Ele montou todo o sistema de adoração que essas pessoas procuravam seguir (12.46).

1. Um grande coral

“Então, fiz subir os príncipes de Judá sobre o muro e formei dois grandes coros em procissão... Esdras, o escriba, ia adiante deles...” (v. 31 e 36) – Neemias reuniu dois corais (v. 8, 27.), O número de cada coro não é indicado. Os dois grupos, provavelmente começaram perto da porta do Vale, avançando em direções opostas, que curiosamente é o lugar onde Neemias começou e terminou sua inspeção noturna dos muros que estavam em ruínas (Ne 2.13-15).

O grupo sob a liderança de Esdras caminhou por cima dos muros em direção a Porta do Monturo (v. 31) e passando pela Porta da Fonte até a Porta das Águas.

“O segundo coro ia em frente, e eu, após ele; metade do povo ia por cima do muro, desde a Torre dos Fornos até ao Muro Largo...” (v. 28) – O segundo grupo caminhou em sentido horário, provavelmente começando na porta do Vale e passando por várias portas e torres, até chegar ao Portão da Guarda. Este grupo incluía Neemias e metade dos magistrados (12.40), sacerdotes (sete deles, com trombetas), e oito outras pessoas que aparentemente eram cantores.

Mas, por que Esdras e Neemias organizaram este tipo de culto de dedicação? Por que eles não se encontram na área do templo com os levitas e sacerdotes? Ao que parece, a caminhada em cima dos muros (v. 31, 38) era uma excelente resposta aos inimigos. Tobias havia declarado que depois de ser restaurado, o muro seria tão fraco que mesmo uma raposa em cima dele seria capaz de destruí-lo (Ne 4.3).[5]

Ver as duas procissões marchando por cima dos muros deve ter sido uma visão impressionante. Sem dúvida alguma, foi uma oportunidade para mostrar a todos que o trabalho foi feito pelas mãos de Deus (6.16).

A Procissão nos Muros de Jerusalém

Grupo da Esquerda

Grupo da Direita

Liderado por Neemias (v. 38)

Liderado por Esdras (v. 31-37)

Coro (v. 38)

Coro (v. 31)

Neemias (v. 38)

Hosaías (v. 32)

Metade dos Funcionários (v. 40)

Metade dos Príncipes (v. 32)

Sete sacerdotes com
trombetas nomeados
(v. 41)

Sete sacerdotes com
trombetas nomeados 

(v. 33-35)

Oito Cantores liderados

por Jezraías
(V. 42)

Oito instrumentistas liderados

por Zacarias
(vv. 35-36)

2. Uma grande alegria

O mais importante sobre a dedicação dos muros não foi a marcha ao redor dos muros. Mas, a expressão de alegria e louvor das pessoas. Quando o povo de Deus se consagra, Deus os alegra (v. 43).

“No mesmo dia, ofereceram grandes sacrifícios e se alegraram; pois Deus os alegrara com grande alegria... de modo que o júbilo de Jerusalém se ouviu até de longe” (v. 43) – Quando os dois grupos sem encontraram, sacrifícios foram feitos e as pessoas se alegraram tão alto que podia ser ouvido de longe. Esta foi a terceira vez na história de Israel que os “gritos” foram ouvidos “de longe”. Os soldados gritaram quando a arca da aliança entrou no acampamento (1Sm 4.5), mas depois houve derrota vergonhosa. Quando a fundação do templo foi lançada, quase um século antes, os trabalhadores gritavam de alegria, mas sua alegria foi misturada com a tristeza de muitos idosos. As pessoas mais velhas se lembravam do antigo templo, que foi destruído por Nabucodonosor, e contrastavam com a nova fundação (Ed 3.8-13). No entanto, os gritos na dedicação dos muros foram de pura alegria, para a glória do Senhor. Warren Wiersbe sabiamente escreveu: “por causa desse registro na Palavra de Deus, aquele grito foi ouvido em todo o mundo”![6]

“No mesmo dia, ofereceram grandes sacrifícios e se alegraram; pois Deus os alegrara com grande alegria; também as mulheres e os meninos se alegraram...” (v. 43) – O versículo 43 é o clímax da história, e é impressionante que a raiz da palavra hebraica para alegria ou regozijo ocorre cinco vezes em apenas um versículo.[7]

As pessoas estavam alegres porque “Deus os alegrara com grande alegria”. Sua alegria era espiritual e não apenas uma algo hedonista. Era exatamente o que Paulo escreveu aos Filipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Outra vez vos digo: Alegrai-vos” (Fp 4.4).

“... também as mulheres e os meninos se alegraram...” (v. 43) – A alegria não contagiou apenas os “músicos profissionais” que louvavam a Deus, mas também, as mulheres e crianças se juntaram ao grande coral (Ne 12.43). Eles tinham ouvido a Palavra na Porta das Águas (8.2), por isso era justo que eles agora expressassem sua adoração ao Senhor.

Foi um dia muito especial para o povo de Deus em Jerusalém. A vida é cheia de momentos agradáveis e felizes como esse. Você certamente já experimentou um desses momentos alegres. A alegria de passar no vestibular, de conseguir o primeiro trabalho ou a felicidade do casamento. E o que dizer da alegria de ver o nascimento do primeiro filho, é algo inexplicável! Parece que o mundo para diante do nascimento do pequenino. Bem, este foi um desses dias. Deus tinha sido misericordioso e tinha renovado sua aliança com eles. Havia esperança neste dia!

É um quadro de grande paz e tranquilidade. Porém, esses bons momentos são atenuados pela realidade de que a vida não possui apenas ocasiões majestosas, mas também períodos de intensa dor e muitas lágrimas. A vida é cheia de incertezas! Grandes provações podem bater a nossa porta de repente! Logo, a grande questão é: como podemos suportar esses períodos de intensa dor?

O Salmo 23 descreve a Deus como o Supremo Pastor; Ele alimenta, conduz e cuida de Suas ovelhas. E no versículo 4, está escrito: “Mesmo que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo”. Deus não nos promete ausência de vales. No entanto, Ele diz que ao passarmos pelos vales Ele estará conosco.

Assim, a escolha é nossa. Podemos ser cristãos sem alegria, ou podemos ser cristãos alegres. Nós podemos passar a vida entediada, triste e reclamando, ou podemos nos alegrar no Senhor, em saber que o nosso nome já está escrito no céu, na esperança de uma herança eterna. É um privilégio e nossa obrigação ser alegre.[8] Viver sem alegria é desonrar a Deus e negar o seu amor e o seu controle sobre nossas vidas.

Quero convidá-lo neste dia, a olhar para a fidelidade Deus. Você pode não entender o que está acontecendo, mas se você ama o Senhor, você pode ter a absoluta certeza de que todas as coisas cooperam para o seu bem (Rm 8.28). Na verdade, Deus pode realizar algo extraordinário em sua vida. Mattew Henry disse que, quanto mais clara for a nossa visão da soberania e do poder do céu menor será nosso temor diante das calamidades desta terra.[9]

Um poema de um autor desconhecido descreve muito bem a promessa da fidelidade de Deus na vida daqueles que O seguem e obedecem aos seus mandamentos:

Deus não prometeu

Céu sempre azul, e

Caminhos floridos

Sempre para você.

Deus não prometeu

Sol sem chuva,

Alegria sem tristeza,

Paz sem dor.

Mas Ele prometeu

Força do alto,

Compaixão infalível,

E amor eterno.

III. A Provisão

47 Todo o Israel, nos dias de Zorobabel e nos dias de Neemias, dava aos cantores e aos porteiros as porções de cada dia; e consagrava as coisas destinadas aos levitas, e os levitas, as destinadas aos filhos de Arão.

Com o ímpeto renovado, o povo de Judá toma providências para assegurar que os sacerdotes e levitas sejam bem cuidados. Uma coisa é gritar numa ocasião grandiosa, outra coisa é oferecer sacrifícios de louvor continuamente e fazer provisões realistas para as necessidades da igreja.[10] É interessante que esta preocupação estende-se até aos cantores e guardas. Eles sabem que se não cuidarem de sustentar aqueles que contribuem para o seu bem-estar espiritual, sofrerão as consequências da sua negligência (Ne 12.44-47).[11]

“Ainda no mesmo dia, se nomearam homens para as câmaras dos tesouros, das ofertas, das primícias e dos dízimos, para ajuntarem nelas...” (v. 44) – O povo tinha feito uma aliança com Deus para apoiar o ministério do templo (Ne 10.32-39), e mantiveram suas promessas. Alguns dos levitas foram nomeados para supervisionar a coleta e o armazenamento das ofertas no templo. Aqui temos uma importante lição, há uma conexão entre os lábios e o bolso.[12] Adoramos a Deus como nossos lábios e honramos a Deus com as primícias de nossa renda.

“... pois Judá estava alegre, porque os sacerdotes e os levitas ministravam ali” (v. 44) – Onde há união entre o povo de Deus, ali o Senhor ordena a Sua bênção e a vida para sempre (Sl 133.3).

As pessoas entregavam seus dízimos e ofertas, não só porque era o mandamento de Deus, mas também porque eles estavam “alegres com os sacerdotes e os levitas que ministram” (v. 44). Os ministros do templo se tornaram espelho para o povo, tanto em sua pureza pessoal quanto em sua obediência à Palavra de Deus (v. 30, 45). Além disso, eles conduziram o culto, não de acordo com suas próprias ideias, mas em obediência às instruções dadas por Davi e Salomão (v. 46).

O resultado deste culto alegre de dedicação foi uma oferta abundante de produtos para sustentar o trabalho do ministério. O povo contribui “não com tristeza ou por necessidade”, mas com alegria e gratidão (2Co 9.7). O missionário Hudson Taylor costumava dizer: “Quando a obra de Deus é feita do jeito de Deus e para a glória de Deus, nunca faltará o sustento de Deus”.[13]

“Todo o Israel, nos dias de Zorobabel e nos dias de Neemias, dava aos cantores e aos porteiros as porções de cada dia...” (v. 47) – Neemias com muito cuidado utiliza as palavras “Ainda no mesmo dia” (v. 44); “nos dias” (v. 47) e “naquele dia” (13.1).

Isso significa que os tempos de alegria, embora sejam importantes, não são fins em si mesmos. Neemias, ao invés de deixar o leitor em um final de conto de fadas de celebração imaculada nos pátios do templo, ele declara como essa alegria poderia ser mantida a longo prazo.[14]

Que dia foi aquele! Que celebração foi aquela! As pessoas deixaram os seus interesses de lado e se voltaram completamente para o Senhor. Eles experimentaram uma alegria genuína, uma alegria que veio do céu, da parte de Deus. Você não gostaria de experimentar um dia assim?

Conclusão:

Como isso é possível? Warren Wiersbe estava certo quando disse que, “é nossa adoração constante que nos prepara para as crises da vida”.[15] Ou seja, aquilo que a vida faz conosco depende do que a vida encontra em nós.

A felicidade não depende de circunstâncias externas, mas de uma perspectiva correta dos fatos. A crise não faz a pessoa, a crise revela a pessoa. Em um momento de provação, você busca o que você confia. Um alcoólatra se volta para a garrafa. Um viciado se entrega as drogas. Uma pessoa do mundo se volta para a sabedoria do mundo. Um cristão deve voltar-se para o Senhor.

A pessoa que abandona “a sua fé” quando as coisas ficam difíceis está apenas provando que ele realmente não tinha fé.[16] Mas a fé genuína crescerá mais forte através das provações. A melhor decisão a tomar em meio às aflições da vida é confiar no coração amoroso e misericordioso do Eterno. Fé significa entregar tudo a Deus e obedecer a Sua Palavra, a despeito das circunstâncias, consequências ou sentimentos. As tragédias devem nos levar a uma fé mais profunda e duradoura em Deus como a única âncora que pode nos manter firmes durante os vendavais.[17]

Com a ajuda de Deus, podemos acertar nossa perspectiva no meio da calamidade e sair do outro lado melhores do que entramos. Podemos experimentar hoje alguns benefícios da glória futura. O príncipe dos pregadores, Charles Spurgeon costumava dizer, “Uma fé pequena levará sua alma para o céu, mas uma grande fé trará o céu a sua alma”.[18]

Os judeus se alegraram com a restauração dos muros e com provisão de Deus. Eles cantaram juntos, e o júbilo de Jerusalém se ouviu até de longe. As circunstâncias mudaram? Não, eles tinham mudado.

E você?


[1] Swindoll, Charles R. Hand Me Another Brick. [Word Publishing, Thomas Nelson Company], 1998, p. 144).

[2] Boice, J. M. (2005). Nehemiah: An expositional commentary (126). Grand Rapids, MI: BakerBooks.

[3] Bridges, J. (2006). The Fruitful Life: The Overflow of God’s Love Through You (75–77). Colorado Springs, CO: NavPress.

[4] Walvoord, J. F., Zuck, R. B., & Dallas Theological Seminary. (1985). The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures (Ne 12.27–30). Wheaton, IL: Victor Books.

[5] Walvoord, J. F., Zuck, R. B., & Dallas Theological Seminary. (1985). The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures (Ne 12.31). Wheaton, IL: Victor Books.

[6] Wiersbe, W. W. (1996). Be Determined. “Be” Commentary Series (136). Wheaton, IL: Victor Books.

[7] Boice, J. M. (2005). Nehemiah: An expositional commentary (131). Grand Rapids, MI: BakerBooks.

[8] Bridges, J. (2006). The Fruitful Life: The Overflow of God’s Love Through You (85–86). Colorado Springs, CO: NavPress.

[9] Henry, Matthew: Matthew Henry's Commentary on the Whole Bible : Complete and Unabridged in One Volume. Peabody : Hendrickson, 1996, c1991, S. 2Rs 6:13

[10] KIDNER, Derek. Esdras e Neemias. São Paulo: Editora Vida Nova, 2011, p. 140.

[11] BARBER, Cyril J. Neemias e a dinâmica da liderança eficaz. São Paulo: Editora Vida, 1991, p. 144.

[12] LOPES, Hernandes Dias. Neemias, o líder que restaurou uma nação. São Paulo: Editora Hagnos, 2006, p. 190.

[13] Wiersbe, W. W. (1996). Be Determined. “Be” Commentary Series (137). Wheaton, IL: Victor Books.

[14] Willamson, H. G. M. (1998). Vol. 16: Ezra, Nehemiah. Word Biblical Commentary (389). Dallas: Word, Incorporated.

[15] WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. São Paulo: Editora Geográfica, 2007, Vl, p. 198.

[16] Wiersbe, W. W. (1996). The Bible exposition commentary (1 Pe 1:6). Wheaton, Ill.: Victor Books.

[17] HYBELS, Bill. Encontrando Deus nas Dificuldades da Vida. São Paulo: Editora Textus, p. 2003, p. 61.

[18] Wiersbe, W. W. (1996). The Bible exposition commentary (1 Pe 1:8). Wheaton, Ill.: Victor Books.

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