sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O Preço do Verdadeiro Avivamento

propaganda blog estudospor Rev. Jocarli A. G. Junior

Um pastor estava ensinando sobre como estudar a Bíblia. Ele mostrou como encontrar as promessas e os mandamentos nas Escrituras. Finalmente, ele revisou e perguntou: “Agora, o que você faz com os mandamentos?” Uma senhora levantou a mão e disse: “Eu os sublinho com caneta azul”.

Sublinhar os mandamentos da Bíblia em azul pode deixar a Bíblia colorida, mas os mandamentos existem para serem obedecidos. Infelizmente, algumas pessoas possuem muitas informações acerca da Bíblia, mas não obedecem ao que a Bíblia ordena. Esse é sem dúvida alguma, um dos grandes problemas da igreja contemporânea, pouco conhecimento e pouca obediência.

O falecido pastor Presbiteriano James M. Boice em seu comentário sobre Neemias, disse que algo que sempre o intrigou foi o fato de que dificilmente as pessoas mudam de comportamento depois de anos de terapia ou aconselhamento com especialistas. Certa vez, ele perguntou a um amigo psicólogo, “Por que há tão pouca mudança através da terapia?” O amigo respondeu: “É porque as pessoas realmente não querem mudar. As mudanças não ocorrem, a menos que você queira”.[1]

Em Neemias 8, vimos o início de um avivamento quando o povo de Deus se reuniu para ouvir a Sua Palavra lida e explicado. No capítulo 9, o povo se arrependeu e confessou seus pecados. Agora, no capítulo 10, eles fazem um pacto para colocar a verdade de Deus em prática em várias áreas específicas. O texto revela cinco áreas onde o povo estava decidido a aplicar de forma pessoal à verdade de Deus.

I. Aplicação pessoal da verdade de Deus deve começar com a liderança.

1 Os que selaram foram: Neemias, o governador, filho de Hacalias, e Zedequias, 2 Seraías, Azarias, Jeremias, 3 Pasur, Amarias, Malquias, 4 Hatus, Sebanias, Maluque, 5 Harim, Meremote, Obadias, 6 Daniel, Ginetom, Baruque, 7 Mesulão, Abias, Miamim, 8 Maazias, Bilgai, Semaías; estes eram os sacerdotes.

A lista começa com Neemias e Zedequias, que era provavelmente seu assistente. Neemias deu o exemplo, colocando seu nome no topo da lista. Em seguida, assinaram o pacto 21 sacerdotes, os chefes das famílias sacerdotais (10.2-8). O nome de Esdras não está aqui, porque o cabeça de seu lar era Seraías (10.2; Ed 7.1). Em seguida, vêm os nomes dos 17 chefes das famílias dos levitas (10.9-13), seguido por 44 chefes das famílias mais importantes (10.14-27).[2] Alguns destes nomes são idênticos aos da lista de Esdras 2 e Neemias 7. Outros representam famílias novas que se dividiram no tempo de Zorobabel, ou recém-chegados da Babilônia.

A desobediência traz inevitavelmente o castigo; e os judeus sentiam que já tinham sofrido bastante. Agora querem a bênção de Deus. Seu primeiro compromisso, portanto, foi com a sua Palavra.[3] Primeiramente eles se comprometeram em submeter-se a Palavra de Deus e separar-se de seus vizinhos pagãos. Mas o pacto incluiu também questões envolvendo o templo (v. 32-39). Leis para todas as ofertas de forma a não “negligenciar a casa de Deus” (v. 39).[4]

Neemias foi o primeiro a colocar o seu selo sobre o documento. Cyril Barber estava certo quando disse que, “Ele dá um passo e oferece exemplo para que os demais o sigam”.[5] Os líderes colocaram seus nomes na linha pontilhada e comprometeram-se a fazer o que eles esperavam que os seus liderados fizessem.

A mãe foi repreender o filho por não dizer a verdade. “Johnny”, ela disse com firmeza: “você sabe o que acontece com meninos que dizem mentiras?” “Sim”, respondeu o menino, “eles viajam pagando a metade da passagem”. Ele obviamente tinha aprendido com a liderança de sua mãe!

Se o exemplo de contar as chamadas “mentiras brancas” quando, aparentemente, não teremos nenhuma vantagem ao dizer a verdade, os nossos filhos vão aprender rapidamente! Pregar uma mensagem e viver de forma diferente é hipocrisia.

A mudança na vida do povo de Deus começa na liderança. O povo segue os seus líderes. Na verdade, o povo é como um espelho que reflete sua liderança.

II. Aplicação pessoal da verdade de Deus começa com uma santidade baseada na compreensão.

28 O resto do povo, os sacerdotes, os levitas, os porteiros, os cantores, os servidores do templo e todos os que se tinham separado dos povos de outras terras para a Lei de Deus, suas mulheres, seus filhos e suas filhas, todos os que tinham saber e entendimento, 29 firmemente aderiram a seus irmãos; seus nobres convieram, numa imprecação e num juramento, de que andariam na Lei de Deus, que foi dada por intermédio de Moisés, servo de Deus, de que guardariam e cumpririam todos os mandamentos do Senhor, nosso Deus, e os seus juízos e os seus estatutos;

Após a assinatura do documento, o próximo passo na renovação da aliança foi a cerimônia de juramento. As pessoas se uniram aos seus líderes, tomando sobre si “uma maldição e um juramento” de acordo com a Lei de Deus. O não cumprimento dos termos do pacto iria automaticamente acionar a “maldição”, que estipulava penalidades para desobediência (Dt 27.15-26 e 28.15-68). Ou seja, os judeus estavam se comprometendo a viver sob a autoridade da Lei de Moisés que Deus havia dado a eles.

Ao referir-se a Lei como “Lei de Deus”, dada por meio de Moisés, eles estavam afirmando que acreditavam na plena inspiração e autoridade dos Escritos de Moisés como Palavra de Deus. Porque ela é a Palavra de Deus, não a palavra de Moisés, eles eram obrigados a obedecer a tudo.

Se a Bíblia é a Palavra de Deus, então nós não podemos obedecer apenas às partes que gostamos e rejeitar o que não gostamos. O conhecimento das Escrituras deve produzir uma transformação em nossa vida.

John Bunyan, o autor do best-seller, “O Peregrino”, disse com inteireza: “Somente quando a Palavra for verdadeiramente guardada em nosso coração é que seremos capazes de declarar sua verdade aos outros com autoridade e graça.”

O mais prestigiado centro de estudos islâmicos do mundo é a Universidade Al-Azhar, na cidade do Cairo, Egito. A universidade conta com trinta mil alunos. Mas, o que chama mais atenção é o pré-requisito para estudar lá, é a capacidade de recitar o Alcorão de cor. O alcorão tem 114 capítulos e cerca de 78 mil palavras.[6]

“... e todos os que se tinham separado dos povos de outras terras para a Lei de Deus...” (v. 28) – Além disso, observe que as pessoas deste pacto “tinham se separado dos povos de outras terras”. O ensino da separação precisa ser enfatizado em nossos dias. Todavia, em algumas situações o povo de Deus se separa de tal modo do mundo que se isolam daqueles que foram chamados a evangelizar.

No entanto, parece que os cristãos têm oscilado ao outro extremo, onde não existe uma diferença significativa entre a maneira como vivem e a maneira como o mundo vive.

O equilíbrio que precisamos manter, é que estamos no mundo, mas não somos mundo (Jo 17.14-17). Devemos viver no mundo para influenciar costumes culturais (Mt 5.13-16). Mas temos que ser distintos porque devemos obedecer a Palavra de Deus (Jo 17.14, 17; Ne 10.28). Esse conhecimento nos faz diferentes do mundo em termos de nossos relacionamentos, metas e valores.

III. Aplicação pessoal da verdade de Deus deve se estender ao lar.

30 de que não dariam as suas filhas aos povos da terra, nem tomariam as filhas deles para os seus filhos;

As pessoas tinham se comprometido a guardar toda a lei, de acordo com os versículos 28 e 29. Mas uma promessa geral, sem detalhes não significa muito. Em seguida, eles expressaram suas intenções em uma série de compromissos específicos.

O povo concordou em não casarem os filhos com os povos de outras terras. Deus advertiu Israel desse perigo quando estavam prestes a entrarem na terra de Canaã (Dt 7.3-4). Embora existam muitos casos em que Deus, graciosamente, utiliza uma pessoa para levar o cônjuge incrédulo a salvação, essas situações não justificar a desobediência à ordem clara de Deus para não entrar em um jugo desigual com os incrédulos (2Co 6.14). Esdras tinha lidado com este problema alguns anos antes (Ed 10), e Neemias terá que lidar com esse problema novamente no final do período de seu serviço em Jerusalém (Ne 13).

Essa decisão de não se envolver com outros povos não era um preconceito racial, uma vez que o povo judeu sempre teve alguns indivíduos de outras raças. Moisés se casou com uma etíope. Raabe de Jericó e Rute, a moabita, elas foram incluídas ao povo de Israel. A preocupação não era racial, mas religiosa (Êxodo 34.12-16).[7] Casamento misto é uma um caminho muito tênue que pode levar o povo Deus para longe dos caminhos do Senhor.

Quando os crentes se afastam dos caminhos de Deus, mais cedo ou mais tarde eles vão se juntar com pessoas erradas. E Satanás usa pessoas erradas para levá-lo ainda mais para longe do Senhor. O Apóstolo Paulo escreveu: “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes...” (1Co 15.33). Se você deseja ser um homem ou uma mulher segundo o coração de Deus, então você não pode fomentar amizades com aqueles que se opõem a Deus e as pessoas de Deus.

A tentação de casamentos mistos tem sido uma armadilha permanente que Satanás tem usado por séculos contra o povo de Deus. Se você é solteiro, não case com um incrédulo! Além disso, cuidado com crentes nominais que afirmam conhecer a Cristo, mas que não estejam comprometidos em viver em obediência a Ele. O apóstolo Paulo sabia disso. Nas palavras que ecoam a preocupação do povo judeu sob Neemias, ele escreveu: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?” (2Co 6.14-15; 7.1).

Assim, a aplicação pessoal da verdade espiritual deve começar com a liderança. Ela começa com a santidade pessoal, baseada em submissão a Palavra de Deus e, estende-se ao lar.

IV. Aplicação pessoal da verdade de Deus deve se estender ao nosso trabalho.

31 de que, trazendo os povos da terra no dia de sábado qualquer mercadoria e qualquer cereal para venderem, nada comprariam deles no sábado, nem no dia santificado; e de que, no ano sétimo, abririam mão da colheita e de toda e qualquer cobrança.

O próximo compromisso firmado pelo povo foi a decisão de guardar o sábado e abster-se de toda atividade comercial e observar o ano sabático da terra, um tempo onde os campos não seriam cultivados. A exigência tem precedentes em Deus desde a criação que descansou no sétimo dia e também nos Dez Mandamentos, que diz: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar” (Êx 20.8).

Mesmo tendo em conta o fato de que a lei sobre o sábado era um dos Dez Mandamentos, ela foi negligenciada pelos israelitas. No tempo de Neemias, os judeus lidavam com o sábado como qualquer outro dia. O versículo 31 indica que a venda de bens e alimentos no sábado se tornou uma prática comum: “trazendo os povos da terra no dia de sábado qualquer mercadoria e qualquer cereal para venderem, nada comprariam deles no sábado” (v. 31). Mas agora, eles estavam destinados a transformar o sábado em um dia de descanso dedicado ao Senhor.

É importante saber que a palavra “shabbath”, traduzida por sábado em Êxodo 20, significa literalmente “descanso”. Essa informação é importante, pois mostra que os cristãos que guardam o domingo não descumprem o mandamento. Nós continuamos descansando um dia, depois de seis trabalhados. O Shabbath seria um dia que marca o fim da semana e a cessação do seu trabalho.[8]

Embora existam opiniões diferentes sobre se os cristãos devem guardar ou não o sábado, a Bíblia diz que não estamos mais debaixo da Lei (Rm 6.14). Assim, o domingo não é o sábado cristão, com uma lista de coisas que podemos ou não podemos fazer (Rm 14.5; Gl 4.10; Cl 2.16-17). Entretanto, ao mesmo tempo, há princípio nas leis do sábado no Antigo Testamento que podemos e devemos aplicar hoje. Deus nos criou com a necessidade de um dia para descansar e adorar. Domingo é o dia do Senhor (Ap 1.10) e é adequado deixar de lado nossas rotinas normais de trabalho e se reunir com o povo do Senhor para a adoração e edificação. Domingo é também um bom dia para investir tempo com outros crentes e tempo com o Senhor durante os horários que estávamos ocupados durante a semana no trabalho.

Murray afirma corretamente que “... o Shabbath... não deve ser definido em termos de cessação das atividades, mas cessação do tipo de atividade que fazia parte do trabalho nos outros seis dias”.[9]

Conforme a Confissão de Fé de Westminster, “Deus designou particularmente um dia em sete para ser um sábado (descanso) santificado por Ele; desde o princípio do mundo, até a ressurreição de Cristo, esse dia foi o último da semana; e desde a ressurreição de Cristo foi mudado para o primeiro dia da semana, dia que na Escritura é chamado Domingo, ou dia do Senhor, e que há de continuar até ao fim do mundo como o sábado cristão”. Ref. Êx 20.8-11; Gn 2.3; 1Co 16.1-2; At 20.7; Ap 1.10; Mt 5.17-18. (Capítulo XXI, Do Culto Religioso e do Domingo, Seção VII).

Sábado ou domingo?

A frase “Dia do Senhor” ocorre apenas uma vez no Novo Testamento, em Apocalipse 1.10. Uma frase similar aparece no ensino dos Doze Apóstolos, também conhecido como o Didache (“ensino”, em grego), uma obra escrita no final do primeiro século, provavelmente na Síria. Os leitores deste trabalho são instruídos a se reunir no dia do Senhor para partir do pão e dar graças (Did. 14.1). Uma prática semelhante é pressuposto em Atos 20.7. Quando Paulo instruiu os coríntios cada contribuir para a coleta para os santos na Judéia no primeiro dia de cada semana, ele pressupõe um encontro para o culto naquele dia (1Co 16.2). Cada um dos Evangelhos enfatiza a tradição que Jesus ressuscitou no primeiro dia da semana. Essa ênfase, provavelmente, reflete a prática litúrgica. Esta associação é especialmente clara em Lucas, onde a história de Emaús liga o primeiro dia da semana, a ressurreição de Jesus, e o partir do pão (Lc 24.13-35).

Paulo em sua carta aos Colossenses instruiu a seus leitores dizendo que a observância do sábado não era necessária (Cl 2.16). Inácio, bispo de Antioquia, escreveu no início do segundo século que o Dia do Senhor deve ser observado no lugar do sábado (Ign. Magn. 9.1).[10]

Logo, os cristãos não estão sob as leis específicas do sábado do Antigo Testamento (Gl 4.10). Mas nos foi dado um novo dia, o “Dia do Senhor”, para desfrutar. É um dia de culto alegre e ativo. Mas será que realmente apreciamos como tal? Será que realmente o utilizamos o domingo para o culto e testemunho cristão? Ou apenas fingimos fazê-lo, ao passar alguns momentos formais na igreja e o restante assistindo futebol ou simplesmente descansando?[11]

O domingo (Dia do Senhor) deve ser um dia específico para um fim específico (Is 58.1). Nesse dia, devemos nos envolver em atividades de adoração, ensino e aprendizado das Escrituras.

“... e de que, no ano sétimo, abririam mão da colheita e de toda e qualquer cobrança” (v. 31) – Além do sábado, o povo assumiu o compromisso solene de também observar o Ano Sabático (Lv 25.1-7, 20-22; Dt 15.1-11). Cada sétimo ano, os judeus deveriam deixar a terra descansando para que ela pudesse se restaurar, um excelente princípio da ecologia.[12] Depois de sete anos sabáticos, eles deveriam celebrar o quinquagésimo ano como o “Ano do Jubileu” (Lv 25.8). Nesse ano a terra não era cultivada; todas as terras vendidas ou confiscadas eram devolvidas aos seus donos anteriores; e todos os escravos eram libertados (Lv 25.8-55; 27.16-25).

A nação não tinha fielmente celebrado estas observâncias especiais sabáticas. Esta foi uma das razões por que Deus enviou-os ao cativeiro (2Cr 36.21), para que pudessem dar a terra 70 anos de descanso (Jr 29.10).

V. Aplicação pessoal da verdade de Deus deve se estender ao nosso compromisso com a igreja.

32 Também sobre nós pusemos preceitos, impondo-nos cada ano a terça parte de um siclo para o serviço da casa do nosso Deus, 33 e para os pães da proposição, e para a contínua oferta de manjares, e para o contínuo holocausto dos sábados e das Festas da Lua Nova, e para as festas fixas, e para as coisas sagradas, e para as ofertas pelo pecado, e para fazer expiação por Israel, e para toda a obra da casa do nosso Deus.

A maior parte do compromisso do povo no capítulo 10 se refere às responsabilidades financeiras do templo e do sistema sacrificial. Os versículos de 32 a 39 mostram a renovação e preocupação do povo em adorar o Deus verdadeiro através do templo, sacrifícios e ofertas. Esses versos mencionam uma série de compromissos específicos para de fornecer ao culto do templo, resumida por “e, assim, não desampararíamos a casa do nosso Deus” (10.39). A frase “a casa do nosso Deus” ocorre nove vezes nestes versos.

1. O imposto do templo (v. 32-33).

“Também sobre nós pusemos preceitos, impondo-nos cada ano a terça parte de um siclo para o serviço da casa do nosso Deus” (v. 32) – A primeira responsabilidade mencionada é o imposto do templo. Este imposto era destinado aos itens necessários para as ofertas em momentos diferentes no templo. Os judeus concordaram em reinstituir esse imposto do templo.

Especificamente, as pessoas concordaram em pagar o imposto do templo de um terço de um siclo anualmente.[13] Em Êxodo 30.11-16, era a metade de um siclo. Alguns dizem que o siclo babilônico e o hebraico tinham diferentes avaliações, o que pode ser verdade. Outros dizem que o imposto em Êxodo era cobrado apenas no ano do censo, um imposto anual. Outros, como John Macarthur, afirmam que o valor foi reduzido, tendo em conta aqui a pobreza das pessoas. Qualquer que seja a solução, as pessoas concordaram em assistir as necessidades da casa de Deus.

1. A oferta da lenha (v. 34)

“Nós, os sacerdotes, os levitas e o povo deitamos sortes acerca da oferta da lenha que se havia de trazer à casa do nosso Deus” (v. 34) – A segunda responsabilidade era fornecer madeira para os sacrifícios do templo.

O povo não havia se contentado apenas com o pagamento do imposto do templo. Eles reconheceram que o serviço do templo necessitava de outras coisas que eles também poderiam fornecer, especificamente madeira para o grande altar e as primícias das suas colheitas e árvores.

Desde que o fogo no altar de bronze deveria ser mantido aceso constantemente (Lv 6.12-13), é necessário uma fonte constante de madeira.

“os levitas e o povo deitamos sortes acerca da oferta da lenha...” (v. 34) –Os líderes sorteavam e atribuíam às famílias o tempo em que deveriam levar a madeira até o altar. Nem todo mundo em Israel era um sacerdote ou levita, ou poderia doar cordeiros ou bois para sacrifícios, mas todo mundo poderia levar um pouco de madeira e ajudar a manter o fogo aceso.[14]

Eles prometeram fornecer a madeira necessária para o templo. Da mesma forma, organizações sem fins lucrativos precisam de doações de alimentos e roupas. Podemos oferecer nossa experiência em determinadas áreas.[15] E, o mais importante, podemos contribuir com nosso tempo.

2. As Primícias.

“E que também traríamos as primícias da nossa terra e todas as primícias de todas as árvores frutíferas...” (v. 35) – A terceira responsabilidade foi renovar a oferta de primícias (v. 35-37a). Esta oferta é mencionada várias vezes na lei do Antigo Testamento (Êx 23.19, 34.26 e Dt 26.2). A Lei declarou que o primogênito de cada família, bem como o primogênito de todos os rebanhos, pertencia ao Senhor. A oferta de primícias era entregue em reconhecimento de que tudo o que se seguia também vinha das mãos do Senhor, como um presente gracioso ao seu povo.

3. O Dízimo.

“As primícias da nossa massa, as nossas ofertas, o fruto de toda árvore...” (v. 37) – A quarta responsabilidade foi o dízimo (v. 37b-39). O dízimo diferia da oferta das primícias, em que o dízimo era uma décima parte de tudo o que era produzido pelos judeus. O precedente foi estabelecido por Abraão, que apresentou um décimo dos seus despojos a Melquisedeque, o sacerdote de Salem. Todo judeu do Antigo Testamento sabia que 10 por cento de toda sua renda era devido ao Senhor. Essa responsabilidade evidentemente também caído no esquecimento.

Novamente, não estamos sob a Lei de Moisés, mas há princípios aqui que se aplicam a nós. O princípio geral é que devemos estar comprometidos com a casa do Senhor. Dar as primícias significa que devemos dar o melhor ao Senhor e não as sobras. Nossa oferta deve ser planejada e alegre, mostrando que Deus tem o primeiro lugar em nossa corações (1Co 16.1-2; 2Co 8 e 9).

O padrão do Novo Testamento para dar o dízimo não é (10%), mas 100 por cento (1Co 16.2). Ele é o dono de tudo, nós apenas administramos para fins do Seu reino. Administrar bem as finanças à luz do propósito de Deus é um indicador muito confiável do seu compromisso com Jesus Cristo (Lc 16.10-13).

Deus não precisa do nosso dinheiro para manter Sua obra. Nem a Igreja deixará de existir, se alguns membros forem infiéis no dízimo, porque nosso Deus tem todo poder para multiplicar pães e peixes (Mc 6.41). Quando entregamos os dízimos e ofertas, estamos adorando, e, sobretudo com a afirmativa de que não estamos escravizados aos bens, e que confiamos no Senhor (Hb 13.5-6; 1Tm 6.7-10).

Lamentavelmente, existem muitos crentes infiéis que por causa da infidelidade e do devorador tornaram-se reféns da farmácia, do agiota, da oficina mecânica, dos móveis que foram obri¬gados a trocar pelos constantes ataques dos cupins, dos prejuízos causados nas firmas, acidentes na empresa, incêndi¬os, negócios maus feitos, etc. (Dt 28.15-68; JI 1.4;12; Ag 1.6; At 5). Tudo por causa da infidelidade.

A maneira de acabar com esta maldição financeira, não é pedindo a Pastores que orem por você, nem jejuando ou fazendo votos de dar isto ou aquilo outro para a igreja ou alguma entidade filantrópica, porém tomando uma atitude de ser fiel a Deus nos seus dízimos e nas suas ofertas. Assim, o devorador desaparecerá da sua vida (MI 3.11).

Deus tem o remédio ideal para acabar com a crise financeira em nossa vida. O nome deste valoroso remédio é fidelidade. Entregue aquilo que pertence ao Senhor. Comece hoje, uma vida de fidelidade com Deus.

Conclusão:

Uma fé que não custa nada não vale nada.[16] Se desejamos experimentar uma renovação espiritual, precisamos aplicar a Palavra de Deus em todas as áreas de nossa vida.

Uma senhora de cabelos grisalhos, que era membro de longa data da sua igreja saiu pela porta num domingo e disse ao seu pastor, “foi um sermão maravilhoso, maravilhoso. Tudo o que o Senhor disse se aplicar a alguém que eu conheço”. A chave para a renovação espiritual não é aplicar a verdade de Deus aqueles que conhecemos. Na verdade, devemos aplicá-la pessoalmente e especificamente.

Você quer a bênção de Deus em sua vida? Se você disser que sim, então não seja um ouvinte negligente da Palavra. Seja um praticante eficaz e você será abençoado por Deus.


[1] Boice, J. M. (2005). Nehemiah: An expositional commentary (106). Grand Rapids, MI: BakerBooks.

[2] Smith, J. E. (1995). The Books of History. Old Testament Survey Series (Ne 9.38–10.27). Joplin, MO: College Press.

[3] BARBER, Cyril J. Neemias e a dinâmica da liderança eficaz. São Paulo: Editora Vida, 1991, p. 125.

[4] MacArthur, J. (2001). Nehemiah: Experiencing the Good Hand of God. MacArthur Bible Studies (96). Nashville, TN: W Publishing Group.

[5] BARBER, Cyril J. Neemias e a dinâmica da liderança eficaz. São Paulo: Editora Vida, 1991, p. 124.

[6] DIETZ, Wilhelm, Holy War, New York, Macmillan, 1984, p. 108 e 109. apud. LARSEN, L. David, Anatomia da Pregação, Editora Vida, São Paulo, 1999, p. 14

[7] Boice, J. M. (2005). Nehemiah: An expositional commentary (108–109). Grand Rapids, MI: BakerBooks.

[8] CARSON, D. A. (organizador), Do Shabbath para o Dia do Senhor. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2006, p. 23.

[9] MURRAY, John. Principles of Conduct (Grand Rapids: Eerdmans, 1957), p. 33.

[10] Achtemeier, P. J., & Society of Biblical Literature. (1985). Harper’s Bible dictionary (1st ed.) (574–575). San Francisco: Harper & Row.

[11] Boice, J. M. (2005). Nehemiah: An expositional commentary (111). Grand Rapids, MI: BakerBooks.

[12] Wiersbe, W. W. (1996). Be Determined. “Be” Commentary Series (123). Wheaton, IL: Victor Books.

[13] O siclo era a unidade básica de peso. Além do siclo regular, houve um siclo “real” (2Sm 14.26). O siclo tem sido estimada em (11,4 gramas). O siclo é usado nas Escrituras quase exclusivamente em contextos que lidam com valor monetário. Se a prata, o ouro, a cevada, ou farinha, a avaliação da mercadoria atribui um valor relativo a siclo na economia. As exceções a isto são a armadura e lança de Golias (1Sm 17.5-7), que são descritos em termos do seu peso - siclo. Elwell, W. A., & Comfort, P. W. (2001). Tyndale Bible dictionary. Tyndale reference library (1299). Wheaton, IL: Tyndale House Publishers.

[14] Wiersbe, W. W. (1996). Be Determined. “Be” Commentary Series (125). Wheaton, IL: Victor Books.

[15] Boice, J. M. (2005). Nehemiah: An expositional commentary (112). Grand Rapids, MI: BakerBooks.

[16] Smith, J. E. (1995). The Books of History. Old Testament Survey Series (Ne 10.30–39). Joplin, MO: College Press.

0 comentários:

Postar um comentário