”Com a minha voz clamo ao SENHOR, e ele do seu santo monte me responde” (Salmo 3)
Todos nós enfrentamos provações e situações que nos levam a acreditar que a esperança não existe. Muitas vezes achamos até que Deus não existe. Logo, a grande questão é: o que você faz quando a vida desaba sobre a sua cabeça? O que você faz quando a vida desmorona? Davi quando se sentiu assim, escreveu um Salmo!
1 SENHOR, como tem crescido o número dos meus adversários! São numerosos os que se levantam contra mim. 2 São muitos os que dizem de mim: Não há em Deus sal vação para ele.
Davi começa o Salmo clamando ao Senhor. A palavra SENHOR está em letras maiúsculas, significa Javé, o Deus da aliança, o nome de Deus ao se revelar a Moisés na sarça ardente. Quando Davi clama a Deus como o “Senhor”, essa expressão tem a mesma conotação do Novo Testamento, quando os cristãos se dirigiam a Deus como “Abba, Pai” (Willem VanGemeren, Expositor’s Bible Commentary, ed. por Frank Gaebelein [Zondervan], 5:74). O clamor de Davi é um grito íntimo e pessoal ao Altíssimo por ajuda.
“... como tem crescido o número dos meus adversários!” – Davi clama a Deus porque os seus adversários estavam aumentando. Na realidade, ele sempre teve muitos amigos, mas também, fileiras de inimigos que cresciam diariamente. Como uma pequena e insignificante rachadura em uma represa que vai minando água e de repente explode causando grande devastação, do mesmo modo, os inimigos de Davi desejavam varrê-lo da face da terra.
“São muitos os que dizem de mim: Não há em Deus salvação para ele” – Em segundo lugar, o versículo 2 apresenta as palavras dos inimigos, que estavam impugnando o relacionamento de Davi com Deus. Provavelmente, eles estavam trazendo à tona os pecados de Davi, quem sabe, o pecado do adultério com Bate-Seba e o assassinato de Urias. Aos olhos dos inimigos, o rei Davi havia sido abandonado por Deus, assim eles pensavam que era seguro atacá-lo (Craigie, Peter C.: Word Biblical Commentary: Psalms 1-50. Dallas : Word, Incorporated, 2002 (Word Biblical Commentary 19), S. 73). É por isso que eles declaram “não há em Deus salvação para ele”.
Na verdade, essa era uma prática de guerra no Oriente Médio, o papel dos deuses era considerado altamente significativo, e era comum entre os exércitos atacarem os inimigos criticando ou zombando de suas divindades.
O grande pregador britânico, Charles Haddon Spurgeon acertadamente escreveu: “A mais amarga de todas as aflições é ser conduzido ao medo de que não há ajuda em Deus para nós” (C. H. Spurgeon, The Treasury of David, vol. 1a,Psalms 1–26 (Grand Rapids: Zondervan, 1968), 23).
Porém, o que os nossos inimigos esquecem é que não há uma ocasião se quer em que os olhos de Deus não estejam postos sobre a nossa vida. Quando o rei Nabucodosor desafiou Sadraque, Mesaque e Abednego, ele disse: “E quem é o deus que vos poderá livrar das minhas mãos?” (Dn 3.15). O que Nabucodonosor não sabia é que a fornalha ardente demonstraria onde estava o verdadeiro poder.
É importante observar que Sadraque, Mesaque e Abednego reconhecem que Deus pode livrar, mas não dizem que Ele o fará: “Ó Nabucodonosor, quanto a isto não necessitamos de te responder... Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste” (Dn 3.16-18).
Ou seja, devemos ser fiéis a Deus, não apenas pelo que Deus faz, mas por quem Deus é. Aqueles homens não serviam a Deus por causa dos benefícios. Eles serviam a Deus por causa do caráter de Deus. Lamentavelmente, muitos cristãos desejam apenas as bênçãos, mas não a Deus.
Nossa função é ser fiel, e não se preocupar com os resultados. É assim que a fé deve funcionar em nossa vida (Hc 3.17-19). A fé que não é autêntica, não resiste nos tempos de perseguição e provação, mas a fé verdadeira desenvolve raízes mais profundas, cresce e glorifica a Deus.
Às vezes somos chamados para lutar contra aqueles que nos perseguem. No entanto, há momentos em que mesmo quando somos perseguidos, só precisamos parar e aquietar o nosso coração e assim, desfrutar da paz de Deus.
No dia em que John Wesley morreu, sua voz era fraca e difícil de ser compreendida. Ele falava com muita dificuldade. Mas, como no passado, com todo o restante de sua força, ele gritou: “O melhor de tudo é que Deus está conosco”. Então, levantando a mão e agitando-o em triunfo, ele exclamou novamente de forma emocionante: “o melhor de tudo é que Deus está conosco”.
As tempestades e as perseguições se levantarão contra nós, mas o melhor de tudo é saber que o SENHOR é o nosso escudo, glória e o que exalta a nossa cabeça (Sl 3.3).
Está o Senhor Todo-Poderoso com você? É o Deus de Jacó, o seu refúgio, como foi para John Wesley e Davi?
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