quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Mais puro do que o ouro

Gold_sky_by_renatoartO comentarista bíblico Warren Wiersbe estava certo quando escreveu: “Uma fé que não pode ser testada não pode ser confiável”.[1] Pedro mostra-nos o propósito, a perspectiva necessária e o objetivo das provações.

6 Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações,

7 para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo,  redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo;

A. O propósito das provações é refinar a fé.

O Versículo 7 começa com a expressão “Para que” (1.7), ou seja, Pedro vai declarar o objetivo das provações: uma vez confirmado o valor da vossa fé como o ouro, para remover a escória, para que na vinda de Cristo redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo. A fé é o cerne da vida cristã. Somos salvos pela fé; andamos pela fé. Sem fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11.6).

“... para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo...” – Pedro contrasta o ouro e a fé, segundo ele, a fé é mais preciosa do que ouro, porque o ouro é perecível, mas a fé não. O ouro não vai ganhar o céu, mas a fé vai.

As palavras: “confirmado” e “apurado” têm a nuance de testes com vistas à aprovação. Deus não testa a nossa fé para destruí-la, mas para queimar as impurezas e deixar o ouro puro. Ele faz isso nos colocando na fornalha da aflição onde somos forçados a confiar nEle, de forma que jamais o faríamos além de tais dificuldades.

Saber que Deus é soberano é um grande conforto quando se está passando por provações. Ele não se esquece dos seus filhos amados. Ele não estava dormindo ou de férias quando o problema aparece. Ele está trabalhando todas as coisas, incluindo nossas provações, para o bem de acordo com o Seu plano soberano (Ef 1.11; Ap 6.9-11).

Nos tempos bíblicos o ouro era o metal mais valorizado, e também era o padrão para todas as transações monetárias.[2] Até hoje, o ouro é muito precioso. O trabalho do ourives era colocar o ouro no fogo e deixá-lo tempo suficiente para remover as impurezas, em seguida derramá-lo e fazer um belo artigo precioso. O ourives do oriente mantinha o ouro no forno até que ele pudesse ver seu rosto refletido nele. De modo semelhante, nosso Senhor nos mantém na fornalha do sofrimento até que a glória e a beleza de Jesus Cristo sejam refletidas em nós.[3]

Na parábola do semeador, Jesus disse que a semente caiu no solo rochoso onde a terra era pouca, e logo brotou, mas quando o sol saiu, ele a queimou porque não tinha raiz. Jesus explicou que esta se refere àqueles que primeiro recebem a palavra com alegria, mas quando aflição chega, eles não resistem porque a fé não era genuína (Marcos 4.5-6, 16-17).

A pessoa que abandona “a sua fé” quando as coisas ficam difíceis é apenas prova que ele realmente não tinha fé.[4] Mas, a fé genuína vai crescer mais forte através das provações. É encorajador saber que nascemos para a glória, somos mantidos para a glória e preparados para a glória.

Assim, o objetivo das provações é refinar nossa fé.

[1] Wiersbe, W. W. (1997). Wiersbe's expository outlines on the New Testament (741). Wheaton, Ill.: Victor Books.

[2] MacArthur, J. F., Jr. (c1995.). The Power of Suffering (141). Victor Books.

[3] Wiersbe, W. W. (1996). The Bible exposition commentary (1 Pe 1:6). Wheaton, Ill.: Victor Books.

[4] Wiersbe, W. W. (1996). The Bible exposition commentary (1 Pe 1:6). Wheaton, Ill.: Victor Books.

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