sábado, 25 de dezembro de 2010

Batman - O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight).


A história do homem-morcego (Batman) é dirigido por Christopher Nolan e o roteiro foi escrito por seu irmão, Jonathan Nolan. “Batman - O cavaleiro das trevas” foi o filme de maior bilheteria da década entre 2000 e 2009. Só nos Estados Unidos a arrecadação atingiu a marca de US$ 533,3 milhões.
No filme, os criminosos de Gothan City têm muito que temer. Com a ajuda do tenente James Gordon (Gary Oldman) e do promotor público Harvey Dent (Aaron Eckhart), Batman luta contra o crime organizado que posteriormente é liderado pelo palhaço maluco e esquizofrênico e sem pudor, Coringa (Heath Ledger) que recebe todos os holofotes.
O diretor Christopher Nolan escolheu o australiano Heath Ledger para viver o personagem “Coringa”. É importante lembrar que Ledger tornou-se conhecido pelo polêmico papel em “O Segredo de Brokeback Mountain”, o caubói homossexual Ennis Del Mar.

Para combater o crime, Batman não está sozinho. O filme destaca a participação do promotor-geral Harvey Dent, que se junta á missão de levar a justiça a Gotham City. No entanto, o promotor é chamado nos bastidores da polícia de “Duas caras”. Devido á sua coragem e honestidade, Harvey Dent é aplaudido por ser um exemplo vigoroso e reúne o consenso geral por ser apreciado por todos, incluindo Batman.
Diante da honestidade e integridade do promotor Dent, que não usa máscaras para combater o crime, Bruce Wayne, questiona os seus próprios métodos como Batman. Pois no seu entendimento, tem provocado mais estragos na sociedade do que paz. O resultado é um herói amargurado e com falta de esperança, pois tem a noção de que os seus atos de vigilante fora-da-lei um dia serão postos em causa.
É interessante notar que no filme “O Cavaleiro das Trevas” é o bandido que recebe os aplausos da sociedade e não o herói. Há uma inversão dos papéis e também, uma inversão dos valores. Uma frase do longa-metragem ilustra bem o papel do palhaço: “Existem homens que não estão à procura de algo lógico, como dinheiro. Eles não podem ser comprados, nem intimidados. Não é possível argumentar nem negociar com eles. Alguns homens só querem ver o mundo em chamas.” Na verdade, o Coringa é algo que se pode temer: alguém cujo desejo único é destruir os outros. Ele se destaca por ser um adversário completamente oposto ao herói, um verdadeiro niilista. Não tenho receio em chamá-lo de um pseudo-anticristo. Até os piores bandidos tem medo de sua faca. Ele não possui regras, valores ou medo.
Além do mais, Heath Ledger durante a gravação do filme viveu sozinho em um hotel por um mês, desenvolvendo o lado psicológico, a postura e a voz do personagem. Aliás, o Coringa também causa pavor na vida real. A produção sofreu um baque em janeiro de 2008, quando o ator Heath Ledger foi encontrado morto em seu apartamento, em Nova Iorque, vítima de overdose de medicamentos. O filme estava em fase de pós-produção, ou seja, as cenas já estavam gravadas e aguardavam a montagem final.
Três fatos são evidentes no filme. Primeiro, a forma como Batman se torna uma figura de Cristo ao assumir a culpa por algo que ele não fez para o bem da sociedade. Sem dúvida alguma, parece algo nobre, mas a forma como aconteceu e as declarações por trás do suposto “heroísmo” realmente mostram a visão distorcida da virtude popular em nossa cultura. A atitude do herói Batman, astutamente, é bem parecida com a filosofia de Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900). Segundo Nietzsche, valores como o bem e a verdade não são absolutos, eternos, universais ou imutáveis; ao contrário, são socialmente e historicamente construídos e, portanto, tão contingentes quanto à vida humana.
Em segundo lugar, é possível observar a ênfase no pragmatismo. Batman toma duas decisões surpreendentes. Primeiro, ele disse: “Às vezes a verdade não é boa o suficiente”. Em seguida, ele disse: “às vezes as pessoas precisam ter sua fé recompensada” (mesmo que isso signifique, no caso do filme, a fé em uma mentira). Ao dizer que a verdade não é boa o suficiente e que a mentira é melhor para a cidade de Gotham, Batman revela que para os roteiristas do filme, o melhor, bom e virtuoso nem sempre é a verdade, mas aquilo que funciona. Às vezes a mentira é a melhor decisão. Uma visão totalmente antibíblica. Na verdade, os cristãos devem tomar decisões não baseados nas circunstâncias, mas, firmados no que é correto.
Em terceiro lugar, Batman se passa por um assassino e permite que os moradores de Gothan coloquem a sua fé em uma mentira (Harvey Dent – O Duas Caras). Embora Dent seja o verdadeiro assassino, Batman assume o seu lugar, pois em sua visão o herói, se deseja realmente lutar contra o crime, não pode seguir as normas e regras da sociedade. Todavia, tal decisão leva os moradores da cidade gótica a colocar a sua fé naquilo que não existe. Lamentavelmente, a sociedade contemporânea faz a mesma coisa, coloca sua fé naquilo que não é verdadeiro. Porém, não é esse o tipo de fé que Deus louva e ordena em sua Santa Palavra. Ele não ordena uma fé em pensamentos positivos ou bons sentimentos que não são verdadeiros. A sociedade pós-moderna acredita que a fé realmente “boa” é aquela que funciona. Não importa qual seja objeto de sua fé, se ela funciona, ela é boa. No entanto, a Bíblia diz que essa fé é inútil se é depositada naquilo que é falso. Na melhor das hipóteses, ela terá uma duração curta, e na pior das hipóteses causará desespero e desânimo rapidamente.
Portanto, “Batman, o Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight)” é um filme perigoso e cheio de mensagens que deturpam a verdade da Palavra de Deus. O filme é mais do que uma história em quadrinhos na grande tela. Ele traz a tona, entre outras coisas, as filosofias da sociedade pós-moderna: o relativismo dos valores e o pragmatismo. 

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