terça-feira, 27 de março de 2012

Maridos Amorosos, Esposas Felizes [Efésios 5.22-33] Parte 1


O Dever dos Maridos

25 Maridos, amai vossa mulher,  como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,

Mas só porque a esposa deve se submeter ao marido não dá ao marido o direito de agir como um pequeno tirano dentro de casa. Se o padrão da mulher no casamento é muito alto, o padrão do homem é ainda maior. Ele deve amar sua esposa como Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela. Nenhuma mulher vai ter muita dificuldade para se submeter a um homem que ama assim.


1.     O tipo de amor
“Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja...” - Os maridos devem amar suas esposas como Cristo amou a igreja. Jesus Cristo amou a igreja antes de trazê-la a existência. Ele escolheu e amou os seus, “antes da fundação do mundo” (1.4), porque o amor de Deus é eternamente presente, não tendo passado nem futuro.
Obviamente, nenhum ser humano pecador tem a capacidade de amar com a plenitude divina e perfeição com que Cristo amou. No entanto, o marido que se submete ao Senhor, a ser preenchido com o Seu Espírito (v. 18) é capaz de amar sua esposa com o mesmo tipo de amor que Jesus tem para a Sua própria noiva, a igreja.
Nesta passagem, Paulo menciona quatro qualidades do amor divino que os maridos devem manifestar em relação as suas esposas.



A.     O amor Sacrificial
“... e a si mesmo se entregou por ela” – Paulo não ordena o marido a amar sua esposa não por causa dos seus predicados, mas, porque é a vontade de Deus. Um marido deve admirar e ser atraído pela beleza de sua esposa, sua bondade, mansidão, ou qualquer outra qualidade ou virtude. Mas, essas qualidades não são o vínculo do matrimônio.
O apóstolo Pedro diz que se os maridos não amarem assim, Deus nem mesmo vai ouvir as suas orações: “Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento;  e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações” (1Pe 3.7). Por que Deus deveria ouvir a um homem que ainda não sabe como tratar sua esposa corretamente?
Conta-se a história de que a esposa de um dos generais de Ciro, o governante da Pérsia, foi acusada de traição e foi condenada a morte. No início, seu marido não sabia o que estava acontecendo. Mas assim que ele ouviu falar sobre o assunto, ele correu para o palácio e entrou na sala do trono. Ele se jogou no chão diante do rei e gritou: “Oh, meu Senhor Ciro, a minha vida, em vez dela. Deixe-me morrer em seu lugar”.
Ciro, que por todos os relatos históricos era um homem nobre e extremamente sensível, foi tocado por esta oferta. Ele disse: “Um amor como esse não deve ser interrompido pela morte”. Então ele libertou a mulher e a devolveu ao marido.
Enquanto caminhavam alegremente o marido disse à esposa: “Você notou como gentilmente o rei olhava para nós quando ele lhe deu o perdão?”
A mulher respondeu: “Eu não tinha olhos para o rei. Vi apenas o homem que estava disposto a morrer em meu lugar”.[1]
Esse é o quadro pintado pelo Espírito Santo neste grande capítulo de Efésios. O marido deve amar sua esposa como Cristo amou a igreja, entregando-se por ela. A maioria dos maridos nunca terá a chance de colocar o amor a essa grande prova, mas temos inúmeras formas menores para mostrar nosso amor diariamente.
Se um marido amoroso está disposto a sacrificar sua vida por sua esposa, ele está certamente disposto a fazer sacrifícios menores por ela. Ele coloca seus gostos, desejos, opiniões, preferências de lado, se o que é necessário para agradá-la e atender suas necessidades. Ele morre para si mesmo a fim de viver para sua esposa, porque é esse tipo de amor que Cristo. Essa é a sua submissão.[2]
Uma mulher com razão disse ao marido: “Querido, eu sei que você está disposto a morrer por mim, você me disse muitas vezes. Mas enquanto você está esperando morrer, você poderia apenas preencher o tempo ajudando-me secando os pratos?”


B.     Amor Purificador

26 para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, 27 para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.

            Quando o amor de um marido para com a sua esposa é como o amor de Cristo pela Sua Igreja, ele a ajudará a purificar-se de qualquer tipo de contaminação. Ele tentará protegê-la da contaminação do mundo, sua santidade, virtude e pureza em todos os sentidos. [3] Ele nunca a induzirá a fazer o que é errado ou imprudente.
A palavra santificar (hagios, em grego) é traduzida como “santificar”, bem como “tornar santo”. Uma pessoa santa é aquela que é separada totalmente para Deus. Em outras palavras, os maridos devem ter em mente o desenvolvimento espiritual de suas esposas.[4]
            Se você ama sua esposa, você fará tudo em seu poder para manter a sua santidade, sua virtude, a sua justiça, e sua pureza a cada dia. Quando um jovem diz que ama uma mulher, mas quer que ela comprometa a sua pureza sexual antes do casamento, o seu amor é a luxúria do mundo, não o amor de Deus, e ele é egoísta, não serve. Esse tipo de amor contamina ao invés de purificar. Um marido que flerta com a secretária ou uma vizinha causa na esposa o sentimento de solidão e rejeição. Ele não só põe em risco sua própria pureza moral, mas também de sua esposa, e pode levá-la a imoralidade.
Na Grécia antiga, a noiva era levada para um rio para tomar banho e cerimonialmente purificada de toda a imundícia de sua vida. O que quer que tenha feito era agora simbolicamente purificado e ela poderia entra no casamento sem qualquer mancha moral ou social do passado.[5]
De uma maneira incomensuravelmente maior Cristo se entregou pela igreja, para que “... para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef 5.25-27). Sua limpeza dos crentes não é cerimonial e simbólica, mas real e completa.
É com essa mesma finalidade e no mesmo amor que os maridos devem cultivar a pureza, a justiça e a santidade de suas esposas.

C.     Amor Cuidadoso

28 Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. 29 Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja;  30 porque somos membros  do seu corpo.

O marido que ama sua esposa como Cristo ama a igreja não vai mais fazer nada para prejudicá-la assim como não faria nada contra a sua própria carne. Seu desejo é nutrir e estimá-la exatamente como ele nutre e preza o seu próprio corpo, porque é assim também Cristo faz com a igreja.
Quando ela precisa de força, ele lhe dá força. Quando ela precisa de encorajamento, ele concede encorajamento. E assim como qualquer outra coisa que ela precisa. Assim como Deus supre “todos as nossas necessidades segundo as suas riquezas na glória em Cristo Jesus” (Fp 4.19), o marido amoroso se destina a suprir todas as necessidades de sua esposa. O casamento abençoado é o casamento em que o marido ama a esposa com carinho ilimitado. Algo está muito errado, se ela é vista apenas como cozinheiro, governanta, companheira ocasional e parceira sexual. Ela é um tesouro dado por Deus para ser amada, cuidada, alimentada e acariciado.[6]


D.    Um amor inquebrável

31 Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne.

Nesta citação direta de Gênesis 2.24 Paulo enfatiza a permanência, bem como a unidade do casamento. O padrão de Deus para o casamento não se alterou desde a época de Adão até o tempo de Paulo, e ele não mudou até hoje.
O termo “unir” (Proskollaō, em grego) significa, literalmente, ser colado.[7] Maridos e esposas devem deixar seus pais e se unir, ser cimentados, uns aos outros. Eles quebram um conjunto de laços quando estabelecem outro, e o segundo é mais de ligação e permanente que o primeiro.

“Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio...” (Ml 2.16). Deus sempre odiou o divórcio e Ele vai continuar a odiá-lo, porque o divórcio destrói o que Ele ordenou para ser inquebrável. Ele odeia o divórcio em quaisquer condições e por qualquer motivo. Ele vai tolerar, em certos casos, e vai perdoá-lo, como perdoa qualquer outro pecado, mas Ele nunca mudará seu ódio por ele, assim como Ele nunca mudará seu ódio por qualquer outro pecado.
Assim como o corpo de Cristo é indivisível, o projeto ideal de Deus para o casamento é que ele seja indivisível. Como Cristo é um com a sua igreja, os maridos são um com suas esposas. Portanto, quando um marido prejudica sua esposa, ele prejudica a si mesmo. Um marido que viola seu casamento viola a si mesmo. Um marido que destrói seu casamento destrói uma parte de si mesmo (Mt 19.6-9).


2.     O Motivo para amar a esposa

32 Grande é este mistério,  mas eu me refiro a Cristo e à igreja. 33 Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.

Você pode perguntar: “Por que é importante amar assim? Por que é importante que o casamento tenha como base esses princípios?” Porque é uma imagem da igreja. Esta imagem magnífica era um mistério, que não havia sido revelado.  A santidade da igreja está relacionada com a santidade do casamento.

“Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido” (v. 33) – Se aprendêssemos mais de Cristo e no poder do Espírito, os princípios fundamentais do relacionamento conjugal, o divórcio não existiria. Quando os cônjuges cristãos caminham no poder do Espírito, e se submetem a Sua Palavra e controle, e são mutuamente submissos, eles são abençoados, os filhos são abençoados e Deus é glorificado.


[1] Boice, J. M. (1988). Ephesians : An expositional commentary (200). Grand Rapids, Mich.: Ministry Resources Library.
[2] MacArthur, J. (1996). Ephesians (298). Chicago: Moody Press.
[3] MacArthur, J. (1996). Ephesians (300). Chicago: Moody Press.
[4] Boice, J. M. (1988). Ephesians : An expositional commentary (201). Grand Rapids, Mich.: Ministry Resources Library.
[5] MacArthur, J. (1996). Ephesians (300). Chicago: Moody Press.
[6] MacArthur, J. (1996). Ephesians (301). Chicago: Moody Press.
[7] Vine, W. E., Unger, M. F., & White, W. (1996). Vol. 2: Vine's Complete Expository Dictionary of Old and New Testament Words (104). Nashville, TN: T. Nelson.

2 comentários:

  1. Seria muito bom se todos os homens tomassem este estudo para sua vida e colocassem em pratica! Verdadeiramente os casamentos seriam mais felizes...

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