domingo, 23 de janeiro de 2011

1 - A Implantação da Igreja Presbiteriana no Brasil

O ano de 1859 marcou o início da implantação da Igreja Presbiteriana no Brasil, sob a iniciativa da Missão Presbiteriana do Norte, o Board de Nova York. No dia 12 de agosto, às 9h30min, Simonton desembarcou no Rio de Janeiro.


ASHBEL GREEN SIMONTON (1833-1867)

Simonton nasceu em West Hanover, município de Dauphin, Pennsylvania, em 1833. Seu pai, o Dr. William, bom médico e político, morrera quando Simonton tinha apenas treze anos de idade. Simonton recebeu o nome de Ashbel Green em homenagem ao professor Dr. Ashbel Green (1762-1848). O Dr. Green pastoreou durante 25 anos a Segunda Igreja Presbiteriana de Filadélfia (1787-1812), obtendo o apreço de todos. Além disso, foi também Capelão do Congresso no período de 1792 a 1800, e também, um dos fundadores do Seminário de Princeton (1812) e Presidente do Princeton College (1783) durante 10 anos (1812-1822), tendo escrito, entre outras obras, A History of Presbyterian Missions.[1]
A mãe de Simonton, Martha Davis, era filha do Pastor Presbiteriano James Snodgrass, que pastoreou a Igreja de West Hanover durante 58 anos e dois meses, falecendo em 2 de julho de 1846.[2]
  O casal tinha oito filhos, dos quais cinco homens, sendo Ashbel o caçula. Simonton estudou em Harrisburg e concluiu os estudos secundários em no colégio de New Jersey, na Pensilvânia. No ano de 1855, Simonton começa seus estudos no Seminário de Princeton.

VOCAÇÃO MISSIONÁRIA

O jovem presbiteriano sentiu-se chamado para missões logo no segundo mês de aula, por meio de seu professor Dr. Charles Hodge (1797-1878), considerado um dos maiores teólogos presbiteriano de todos os tempos. O impacto foi tão grande na vida de Ashbel que ele resolveu escrever em seu Diário em 14/10/1855:
“Ouvi hoje um sermão muito interessante do Dr. Hodge sobre os deveres da igreja na educação. Falou da necessidade absoluta de instruir os pagãos antes de poder esperar qualquer sucesso na propagação do Evangelho (...). Esse sermão teve o efeito de levar-me a pensar seriamente no trabalho missionário no estrangeiro (...). Eu nunca havia considerado seriamente a alternativa de trabalhar no estrangeiro; sempre parti do princípio de que minha esfera de trabalho seria em nosso país, tão vasto, e que cresce tanto. Pois estou agora convencido de que devo considerar a possibilidade seriamente; e se há tantos que preferem ficar, não será meu dever partir?”

Quase um ano depois Simonton já não tinha dúvidas em seu coração. Todas as incertezas foram colocadas de lado para atender o chamado divino para fazer missões. Em seu Diário em 27/11/1858, ele escreveu:
“Finalmente o passo decisivo foi dado. No dia 25 mandei minha proposta formal à Junta de Missões Estrangeiras. Mencionei o Brasil como o campo no qual estaria mais interessado, mas deixei à Junta a decisão final. Irei só. Assim, a incerteza que vem me oprimindo há um ano finalmente terminou. A mão da Providência pode ser evidentemente vista nisto. A Ti, ó Deus, confio meus caminhos na certeza de que o Senhor dirigirá meus passos retamente.”

Não demorou muito para que Simonton recebesse a resposta da Junta de Missões. Na primeira quinzena de dezembro de 1858, Simonton registra no seu Diário (13/12/1858):
“Tendo na última quarta-feira recebido resposta da Junta, dizendo que tinha sido nomeado missionário, ponho em prática um plano feito meses atrás (...) enquanto preparo a partida para o campo estrangeiro (...).”[3]

Em 14 de abril de 1858, depois da sua formatura, Simonton foi licenciado pregador do Evangelho pelo Presbitério de Carlisle. Fez estágiou com Rev. W.H. Foot, em Romney, Virgínia. Segundo o Rev. Júlio Andrade, o seu trabalho foi tão bem sucedido que “as igrejas da região pediram formalmente que ele reconsiderasse a decisão de ir para o Brasil. Queriam-no como pastor.[4] Todavia, ele estava decidido e consciente da sua vocação missionária. Depois, Simonton vai para Nova York, onde começa a estudar o português.



[1] In: Schaff, Philip, ed., A Religious Encyclopedia: or Dictionary of biblical, Historical, Doctrinal, and Pratical Theology. New York: Funk & Wagnalls, 1887 (Revised edition), Vol II, p. 905.
[2] SIMONTON, Diário, Op. cit., p. 99.
[3] SIMONTON, Diário, Op. cit., p.125.
[4] FERREIRA, Júlio Andrade. História da Igreja Presbiteriana do Brasil. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, Vl I, 1992, p. 21.

3 comentários:

  1. E aí Rev. Jocarli, não sabia que vocês tinham um blog. Está muito bonito o layout e o conteúdo melhor ainda. Os cristãos que passeiam na blogsfera agradecem.
    Grande abraço,

    Milton Jr.

    ResponderExcluir
  2. Muito obrigado! O blog da IPB em Tabuazeiro é uma iniciativa da irmã Priscila Amaral... E o que dizer do blog Mente Cativa? Ficou muito bom! Fiz questão de recomendá-lo...
    Jocarli

    ResponderExcluir